sábado, 10 de julho de 2010

15ª Semana do Tempo Comum – Domingo – Cor Verde

Um dos aspectos mais trabalhados na liturgia de hoje é, exatamente, uma pergunta: Quem é o meu semelhante?Ou em algumas traduções: quem é o meu próximo?É muito comum, acharmos que o nosso próximo ou semelhante é alguém da nossa família, colega de escola ou trabalho, um vizinho ou simplesmente um “irmão” de Igreja.
A primeira leitura retirada do livro de Deuteronômio 30, 10-14, nos ensina que Deus nos ensina a pedagogia da obediência como simbolismo da conversão. E obedecer aos mandamentos do Senhor não é árduo, desde que a vontade da obediência nasça de um coração sincero e de uma alma sedenta disso.
Com efeito, as palavras de Deus são precisas, como diz o Salmo 18B. Isto quer dizer que o Senhor é fiel e é tão simples que até os humildes podem compreendê-las. Entretanto, o Salmo nos chama atenção para uma questão delicada: Iaweh, nome hebraico para o Senhor, nos alerta que Ele é mais desejável, mais querido que todas as riquezas da Terra.
Por isso, que há toda uma orientação sobre falsas doutrinas que ensinam a respeito de um deus dinheiro (mammon) e deus “poder” humano. Em Cl 1,15-20, Cristo, imagem e filho de Deus invisível, ensina que Ele é Cabeça do corpo eclesial.Ele é o principio e fim.Cristo se fez pobre para o pobre, ou seja, nasceu indigente e morreu indigente, o que contraria a Teoria da Prosperidade.
Vejam irmãos, Jesus sendo pobre teve, também, predileção ao amor pelos mais pobres. Era uma das condições para que o seu seguidor obtivesse a vida eterna. “Amar a Deus sobre todas as coisas e o próximo como a ti mesmo”, era também uma resposta que Cristo dava a um dos inúmeros questionamentos e desafios a que os discípulos e os doutores ou mestres da Lei lhe faziam.
Na parábola do Bom Samaritano, narrada por Jesus aos doutores da Lei, conta a estória de um homem que no caminho entre Jericó e Jerusalém, foi espancando, furtado e teve suas veste quase todas arrancadas por assaltantes, alem de deixa-lo muito ferido –em estado deplorável.Na ocasião, três pessoas passaram para ajudar: um sacerdote, um levita e um samaritano.Os dois primeiros passaram e o trataram com indiferença e o último, o samaritano teve compaixão.
O samaritano fez de tudo por aquele homem: aproximou-se dele, colocou diversos curativos, derramou óleo e vinho nas suas feridas, o embarcou no seu próprio animal – veículo da época – e o levou para uma pensão com o objetivo de tratar o ferido melhor.
Embora Jesus, enquanto judeu, tivesse algumas diferenças e discordâncias, no tocante a religião dos samaritanos (Jo 4, 1-13), foi misericordioso com ele. E é com essa misericórdia que Deus Filho, nos chama fazer o mesmo: ajudar a quem precisa.
No Brasil e em todo mundo existem várias entidades sociais filantrópicas com o nome de Bom Samaritano. São hospitais gerais, asilos de idosos, albergues voltados para todas as faixas de idade e para os mais pobres, casas de recuperação para todo tipo de vícios, dentre outros lugares assistenciais. Outras, embora não recebam este nome, elas vivem, de igual forma, sua missão social como se tivesse. Todas elas seguem o princípio de fazer o bem, sem olhar a quem está fazendo o bem.

14ª Semana do Tempo Comum – Sábado - Nossa Senhora I – Cor Branca

Hoje as leituras litúrgicas reacendem uma polêmica sobre Nossa Senhora, principalmente dentro de uma perspectiva teológica. Vamos a uma introdução, analisando a primeira leitura que está no livro de Isaías 6,1-8.No texto do profeta maior, descreve que o Senhor Deus , sentado num trono celeste, se manifesta através dos serafins, para confiar uma missão muito preciosa a Isaias.O profeta ouvia dos serafins – potencias celestes - (v.2) que “O Senhor era santo, santo e santo, o Senhor Iaweh do Universo; toda a terra proclama e está repleta de sua glória”(v.3).Esse versículo é utilzado nas Orações Eucarísticas.
A epifania (manifestação do Senhor)deixou Isaías assustado, primeiro, porque mesmo sabendo que Deus era Santo, se achava impuro, leia-se pecador (v.6). Mas Deus sempre preferiu os pecadores e sempre esteve disposto a perdoar os pecados (v.7).Deus escolhe os chamados e capacita os escolhidos.Tanto no discurso de Pedro ( Lc 5,8), no discurso do centurião (Mt 8,8), no proferido pelo profeta Oseias (Os 11,9) e no de João Evangelista( I João 3, 19-20), há um padrão de reconhecimento de Deus como Senhor Santo e que ele é o Rei.
Mas é de João Evangelista a expressão que “Deus cresça e que eu diminua” (Jo 3,30).Com efeito, um discípulo não “pode arvorar ser maior que o mestre, nem o servo pode se achar mais elevado que o seu Senhor”(Mt 10, 24). Deus é aquele que tudo vê (Mt 10,26), que nos exorta a missão (temos que dizer como Isaías): Eis me aqui, Senhor!) (v.27), nos chama a atenção de todo o mal (v.28).
Sim, Jesus no Evangelho de Mt 10,24-33, afirma que o homem tem de reconhecer o Senhorio de Deus, reconhecer Sua Grandeza, saber sua posição na vida.
Maria Santíssima que consideramos na liturgia de hoje, sabia de tudo isso. Em Lucas 1,38, ela ao assumir a missão de gerar Jesus em seu ventre, dizia: “Neste lugar está a SERVA (ou em algumas traduções a ESCRAVA) do SENHOR, faça-se em mim, segundo a TUA vontade.No Magnificat (Lc 1, 46 -56), ela começa dizendo “Minha alma glorifica ao Senhor, meu Espírito exulta de alegria, em DEUS, MEU SALVADOR, pois olhou para sua pobre SERVA (v.47).
Nossa Senhora, mulher imaculada, sabia que aquele menino sempre se ocuparia das coisas do Pai (Lc 2, 49). Jesus, nessa época com 12 anos, disse isso aos pais preocupados, depois de O ser encontrado discursando com Doutores da Lei, três dias depois de se perder da comitiva que retornava de Jerusalém.
Jesus era Deus, mas como qualquer criança era submisso e respeitador dos pais.Quando cresceu, por volta dos 30 anos, Jesus e a sua mãe era os convidados de uma boda em Caná da Galileia (Jo 2, 1-12).Lá Cristo fez o seu primeiro milagre: transformou água em vinho.Isso aconteceu com a intercessão de Maria, que, vendo a necessidade da festa cujo vinho festivo havia acabado, disse aos serventes: “Fazei o que Ele vos disser”(V.5).
Diferente do que muitos protestantes dizem, Maria nunca quis ser mais que Jesus, nunca quis ser chamada de Deusa, mas ela é a Mãe de Jesus, portanto, Theotókos (Mãe de Deus).
Maria é aquela que intercede, roga pelos pecadores e cujo nome tem de ser respeitado, pois, “no fim, seu imaculado coração, há de triunfar”.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

14ª Semana do Tempo Comum – Sexta-Feira – Madre Paulina. (Cor Branca)

A Liturgia de Hoje nos chama a atenção para algumas características do cristão: ser alguém que reza, viver a humildade, ser caridoso principalmente com os doentes.Na primeira leitura tirada de Oséias 14,2-10, Deus quer tirar o povo do pecado, mas quer que cada um tenha fé no seu nome que tem poder de curar a humanidade de todo o mal. É claro que a boca do Senhor, neste aspecto quer nos anunciar o seu louvor e, também quer que nós sejamos anunciadores do seu Santo Nome, ainda que sejamos perseguidos e soframos dificuldades, como diz o evangelho de São Mateus 10.
A Santa Paulina, cuja memória, a liturgia traz neste dia, também nos remete a entrega de pessoas que se prostravam diante do sacrário para escutar a voz do Senhor. Amabile Visintainer (nome verdadeiro da santa) nascida em Vigolo Vattaro, na Itália, em 1865, era filha de Napoleone Visintainer e Anna Pianezzer. Dez anos depois, com os pais e os quatro irmãos imigraram para o Brasil, mais exatamente para a cidade catarinense de Nova Trento. Ela viveu com a família até 12 de Julho de 1.890 quando, com sua amiga Virgínia Nicolodi, deixou a casa paterna, para cuidar de uma cancerosa, dando inicio à Congregação das Irmãnzinhas da Imaculada Conceição.
Em Agosto de 1.895, o Bispo de Curitiba aprovou a comunidade de Amabile. Quatro meses depois, ela e suas duas companheiras fizeram os votos religiosos. Amabile passou a se chamar Irmã Paulina do Coração Agonizante de Jesus.
A santidade e a vida apostólica de Madre Paulina e de suas irmãs atraíram muitas vocações, apesar da pobreza e das dificuldades em que viviam. Em 1.903, foi eleita Superiora Geral e deixou Nova Trento (SC) onde vivia, para começar a obra com os Filhos de ex-escravos e dos escravos velhos e abandonados no Ipiranga, São Paulo.
Em 1.909, foi mandada para Bragança Paulista, onde trabalhou com os doentes da Santa Casa e com os velhinhos do Asilo São Vicente de Paulo. Nove anos depois, ela foi chamada para a Casa Geral do Ipiranga, São Paulo.
Foram anos marcados pela oração, pelo trabalho e pelo sofrimento. Em 1.938, Madre Paulina, que era Diabética, precisou amputar a mão, depois o braço direito, devido a uma gangrena e, aos poucos foi perdendo a vista até ficar cega.
Madre Paulina morreu em 9 de Julho de 1.942, deixando em todos presente a impressão de uma alma Santa que entrava na eternidade, depois de viver sempre com espírito de humildade e simplicidade. Em 18 de Outubro de 1.991, Madre Paulina foi beatificada pelo Papa João Paulo II e, pelo mesmo papa foi canonizada em 2002.
Durante muito tempo, ela foi considerada a primeira santa “brasileira” devido ao seu reconhecido trabalho no estado catarinense.No entanto, o primeiro santo verdadeiramente brasileira só viria a ser canonizado 5 anos depois, quando Bento XVI proclamou, em sua visita ao Brasil, Frei Galvão de Guaratinguetá, Santo Antônio de Santana Galvão.

quarta-feira, 7 de julho de 2010

Quinta-Feira – 14ª Semana do Tempo Comum – Divina Misericórdia.

Nesta quinta-feira, a liturgia de hoje dedica de forma muito especial a Divina Misericórdia. A expressão misericórdia é a mistura de duas palavras: Miséria + Córdia (Coração). De fato, Deus é aquele que se fez homem para a redenção dos nossos pecados. As leituras de hoje, nos ajudam a compreender, de forma bastante contundente, essa importante característica divina.
A primeira leitura retirada do livro de Oséias 11, 1-4. 8c-9 nos chama a atenção de que o Senhor Deus, nos conhece e; ama desde a infância (meninice espiritual)(v.1).O Pai, segundo a passagem chama cada ser humano, de filhos muito amados e se preocupa quando, ao invés de buscarmos seu Santo Nome, queremos nos envolver com falsos Deuses(v.2).
O Deus misericordioso instrui cada ser vivente a dar nossos primeiros passos na fé, porem sabe também que muitos não reconhecerão suas instruções. Há uma interpretação evangélica toda própria de que, ainda que o homem tenha dureza em seus corações, Deus estará todo ali “com laços de humanidade, amor, sendo para eles como um pai que carrega um recém-nascido no colo”(v.4)
A palavra do profeta Oséias nos remete a vocação de Jeremias (Jr 1,4-8), quando o senhor Deus, acrescenta que Ele nos estima desde o ventre materno, nos designa com o título de profeta das nações.
O profeta Jeremias por inspiração divina sabia que, ser profeta das nações era uma função que conferia a responsabilidade de ir e espalhar o evangelho para toda a humanidade. Assim, consequentemente o Senhor iluminará a face de cada temente a Ele (Sl 79,8).
Cada discípulo, no evangelho de São Mateus 10, 7-15, tinha em suas mentes e coração os mandamentos do Filho de Deus: mostrar a todos os povos que seu Reino Celeste estava próximo, curar os doentes, ressuscitar os mortos, purificar os leprosos e expulsar demônios. Tudo isso, contando com a providência divina e a hospitalidade humana, ainda que a missão tenha alguns empecilhos como a negação da pregação ou que a região fosse impura.
Assim, estas duas pessoas da Santíssima Trindade, o Pai e o Filho, convidam cada ser humano a ser misericordioso com o seu próximo, pois estes obterão também a misericórdia divina, como nos lembra muito bem o sermão da montanha (Mt 5,5).

As enchentes na Região Nordeste estimulam a sociedade a desenvolver um dos mais nobres princípios cristãos: fazer o bem sem olhar a quem.

Por Leniéverson Azeredo Gomes*

A Parábola do Juízo Final (Mt 26, 31-45) narra à dualidade – dois lados - do comportamento humano, onde Jesus estabelece um conjunto de ensinamentos que ajudam àquele crê a desenvolver uma rede de solidariedade e amor ao próximo e repudia quem não faz nada pelo seu semelhante. O Messias dizia que está a sua direita, todo ser que dá de comer; de beber, serve ao peregrino e o acolhendo, dar roupas para o nu, visita aos enfermos e aos cativos das prisões.
Estar a direita do Pai, nesse caso é muito mais que desenvolver em si e por si, um desejo de auxiliar a quem precisa é, sobretudo “desejar fazer o bem ao mais pequenino do mesmo jeito que queremos fazer o bem para Deus” (Mt 26,40).
Este ano sofremos duramente com as tragédias naturais. Foram os terremotos no Haiti e no Chile, as enchentes no Rio, Niterói, no estado de São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande de Sul que deixou muitos desabrigados, desalojados e provocou a perda de vidas humanas.
Agora, no mês de junho, nos deparamos nos meios de comunicação com mais uma tragédia: a do Nordeste, principalmente nos estados de Pernambuco e Alagoas. Mais de 100 mil pessoas desabrigadas, quase 200 desaparecidas e um pouco mais de 44 pessoas mortas nos dois estados.
Mais uma vez podemos acompanhar nos olhos de seus moradores a sensação de desamparo, de desolação e da falta de perspectiva, enfim, uma tristeza sem fim que nos contagia. As águas dos rios que transbordam, não levam só as suas casas, mas também fotos, documentos, registros de sua existência, enquanto cidadão. As enchentes arrasam a dignidade, impõe o sentimento de impotência de que poderia ter feito algo a mais para não perderem os seus pertences.
As chuvas torrenciais levam seus ninhos, onde se comemoraram aniversários, foram motivos da lembrança da presença da pessoa querida, também da torcida pela conquista do título de hexacampeão da Seleção Brasileira, neste ano de 2010, na África do Sul.
Por isso, mais do que nunca, este povo tão sofrido que, parte dele vem ao “Sul”(Região Sul e Sudeste, principalmente São Paulo e Rio de Janeiro), para lutar pela sobrevivência na Construção Civil, na Indústria do Açúcar e do Álcool e no comercio formal e informal, como empregados domésticos entre outros, precisa de sua ajuda.
Para retribuir este carinho, devemos fazer algo por eles. Existem diversas formas de ajudar os afetados pelas enchentes, em Alagoas e Pernambuco: com donativos e através de depósitos bancários. Através do Blog http:\\jornalista.lenny.zip.net, você poderá encontrar as contas bancarias, o que pode ser doado e alguns locais da sua região do seu estado de forma centralizada.Se o seu estado não tiver onde entregar, com certeza, em breve o blog fará a atualização dos locais a medida em que forem divulgados pelas defesas civis estaduais e municipais.
Faça a sua parte, deixa Deus transformar seu “coração de pedra em um coração de carne” (Ez 36,26).O Criador está convidando você a ser um anjo na vida daquele povo desamparado, assim também poderás estar sentado à direita do Pai e receber a vida eterna.

*Leniéverson Azeredo Gomes é Jornalista – Campos dos Goytacazes.

Reg. Prof. nº. 29663-RJ
DRT: 000640/08

Mulher: Reflexo de Maria nas atividades pastorais da Igreja.

Por Leniéverson Azeredo Gomes

A participação feminina na Igreja, frente às novas realidades pastorais é de extrema importância.Na carta aos bispos da Igreja Católica sobre a colaboração do homem e da mulher na igreja e no mundo, escrita em 2004, o então Papa João Paulo II, afirmou que o “sinal da mulher é eminentemente central e fecundo”. Depende da própria centralidade da Igreja, que a recebe de Deus e a acolhe na fé. É esta identidade “mística”, profunda e essencial, que se deve ter presente na reflexão sobre os papéis próprios da mulher na Igreja.

Tendo como referência Nossa Senhora, a Igreja é convidada a se basear na vida dela na escuta e no acolhimento da Palavra de Deus, porque a fé não é tanto a procura de Deus por parte do ser humano, mas é sobretudo a aceitação por parte do homem de que Deus vem até ele, visita-o e fala-lhe. Esta fé, para a qual “nada é impossível a Deus” (Jo 18,14; Lc 1,37), vive e aprofunda-se na obediência humilde e amorosa com que a Igreja sabe dizer ao Pai: “Faça-se em mim segundo a tua palavra”. (Lc 1,38).

Na paróquia de Santo Antonio, por exemplo, é muito fácil perceber que a mulher tem um comprometimento profundo com os trabalhos pastorais.Das coroinhas as ministras extraordinárias da distribuição da comunhão eucarística, das ministras de música a todas que trabalham na equipe de liturgia, acolhida, dizimo; das coordenadoras de pastorais.E, também, não devemos esquecer das religiosas, irmãs de caridade e, também das santas de devoção. Sonia Nogueira Ribeiro é um modelo da participação e entrega feminina nesta paróquia.

Prestes a completar 80 anos, ela “caminha” na Igreja há 40 anos, embora desde criança freqüentasse a Igreja.Foi uma das pioneiras que ajudou na construção da Capela Santa Rita, no bairro onde mora, no Parque Prazeres.

“Eu participava de um grupo de oração e, por influência política, consegui um terreno, ao lado da atual praça do bairro. Hoje, mesmo tendo problemas de saúde que limita seus trabalhos, eu dou meu “sangue, suor e lágrimas” pela Igreja como ministra extraordinária da distribuição da sagrada comunhão eucarística”, diz ela.

De acordo com o padre Paulo Henriques Barreto, essa é a principal característica das mulheres a disponibilidade.

“As mulheres são mais sensíveis ao chamado de Deus, se colocam a disposição, eu fico muito grato pela participação delas, como agente de pastoral”, afirma o sacerdote.

Festas juninas: Como uma inocente festa pode esconder uma polêmica?

Por Leniéverson Azeredo GomesJustificar

Tem casamento na roça!Olha a cobraaaa! Anavan! Annariê!!Pois é, quando escutamos alguém dizer essas frases, nos lembram exatamente das quadrilhas, arraiás ou simplesmente das festas juninas – e em alguns lugares até julinas. No sexto e sétimo mês do ano, muitos lugares enfeitam terrenos com bandeirinhas coloridas, pequenos balões de papel, fogueiras são acesas, barracas são montadas para que possam ser vendidos quentões, refrigerantes, doces, salgados e outros comes e bebes aos “convidados” que assistiram o esforço de meses de pessoas que vão ser estrelas de um grande espetáculo cultural.
Mas diferente do que muitas pessoas pensam, festa junina não recebeu este nome devido ao mês de junho, mas em homenagem a São João, logo festas joaninas que com o tempo depois virou juninas..Para compreender um pouco melhor isso, precisamos voltar ao passado. As festas juninas ou festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionados com a festa do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o Calendário Juliano (pré-gregoriano) e cristianizados na Idade Média como "festa de São João”.
No Brasil, o formato veio com os portugueses, no Século XVI, que fizeram uma mistura de danças existentes em alguns paises cristãos da Europa, como a Ucrânia, Polônia e Itália. De Portugal também a introdução de outros dois santos populares: Santo Antonio e São Pedro. Desde então, essa grande festa passou por mudanças e adaptações as diversas regiões brasileiras. Caruarú, no estado de Pernambuco, disputa todos os anos com Campina Grande, na Paraíba pelo titulo de melhor quadrilha, no Guinness Book, o livro dos Recordes. Normalmente todos os arraiás são embalados pelas sanfonas, triângulos e zabumbas (um instrumento de percursão), sempre com letras dedicadas aos Santos.
Mas se para nós católicos as festas juninas ou joaninas é um programa divertido e agradável, para os ou protestantes é alvo de uma polêmica: Protestante, deve ou não participar de quadrilhas? O protestantismo sempre viu com “olhos tortos” as festas juninas, por considerar uma idolatria. As discussões que eram travadas no passado, restritamente no interior dos templos e rádios “evangélicas”, agora são debatidas nos programas de TVs, blogs, fóruns e portais de notícias ligadas a Igrejas, pastores e fiéis.Grosso modo são debates ‘calientes’ onde alguém coloca as “cartas” na mesa e todos são estimulados a desenvolver estratégias e apontamentos sobre o carteado.Mas é na Internet, por conta do caráter instantâneo e ágil, que os debates ganham tons diversos.
Em sites como o Fórum Gospel, Lideranca.org, por exemplo, o debate a ponto de definir: Se a escola do meu filho pequeno tiver festa junina, deixo ou não o deixo participar?Todos em peso, dizem que não e sempre justificando “possíveis” idolatrias com passagens bíblicas, usadas como se fossem coelhos retirados da cartola. A passagem mais usada por eles, se encontra em I Cor 6,12 : “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convêm”.
Como os “evangélicos” por herança luterana, lançam da “Sola Scriptura” – Só a Escritura, pegam algo isolado de um texto, para distorcer o contexto, com um experto pretexto, no caso dizer que “verde que é verde, na verdade é azul”.
De acordo com a Bíblia de Jerusalém, uma das famosas traduções das Sagradas Escrituras católicas, afirma em sua nota de rodapé que, a expressão de autoria de São Paulo ou apóstolo Paulo para os “Evangélicos” ao povo de Corinto , em nenhum momento “trata de saber o que é lícito (permitido) ou ilícito (proibido), mas de determinar o que favorece ou prejudica o crescimento do homem novo, renascido em Cristo”.
Então, a partir disso, devemos nos perguntar, as festas juninas desfavorecem ou prejudicam quem quer ser de Cristo?Claro que não, minha gente!Não há idolatria alguma. É de sumo conhecimento de que Fernando de Bulhões (Antônio de Pádua) e João Batista eram pregadores do Evangelho e, São Pedro, além de ser pregador do Evangelho, foi pescador de Homens e primeiro Papa (título notoriamente negado pelos protestantes). São homens que viveram a vida para servir a Deus.
A questão é: só porque foram canonizados pela Igreja?Diante desse fundamentalismo religioso e sectarismo que se concluímos algumas coisas, mas podemos destacar uma, se eles não querem ir ou não permitem seus familiares vão às quadrilhas, porque acham idolatria e contaminador, nós respeitamos devido ao Artigo V da Constituição Brasileira que garante a liberdade de culto, no entanto, devemos considerar que a bíblia não pode ser usada para limitar a diversão das pessoas, principalmente de uma das mais expressivas tradições culturais do Brasil. E você o que acha disso?Mande seus comentários!

Bullying : Uma reflexão crítica sobre um tema da atualidade,

Leniéverson Azeredo Gomes



Todos os dias, noticiários divulgam relatos de uma prática que anda aterrorizando as escolas. Trata-se do Bullying, expressão inglesa que significa ato de valentia de alguém em relação a outrem. Normalmente o praticante dessa modalidade de valentia, explora a fraqueza da vítima e começa a intimidá-lo diariamente. O Bullying pode ser de natureza verbal e, em alguns casos podem chegar a agressões físicas, indo até a morte.
Há até o Cyber Bullying, onde acontece a exposição do ato pela rede mundial de computadores, por exemplo, no Youtube, em sites de relacionamento do orkut, entre outros. Normalmente, as vítimas são, negras, homossexuais, “emos”, baixinhos, feios, gordos, deficientes, enfim, todos aqueles as quais são considerados “pratos cheios” para os agressores. E o Ministério Público Federal, tem firmado parcerias com os provedores de e-mail e sites de relacionamentos para identificar os agressores pelo seu endereço de IP (Protocolo de Internet), de forma que localize a origem dos computadores. Mas nem sempre isso é fácil, alguns como o Google – mantenedora do Orkut - resistem à fiscalização sob pretexto de que não tem como fiscalizar todo mundo, embora eles digam que estejam cooperando “da melhor forma possível”.
E as escolas, principalmente as particulares, não vêm lidando com o assunto com a seriedade devida, não há uma punição ao agressor, o que muitas vezes acontece, no máximo é uma suspensão. Os diretores dos colégios têm medo de serem legalistas e punitivos, temendo que os pais – que em muitos casos passa a mão na cabeça – retirem os filhos da escola.
Mas recentemente, algumas “ilhas” de luz têm surgido para que algumas mudanças aconteçam. Em Campo Grande, capital do Mato Grosso do Sul, uma diretora de uma escola pública, tomou uma medida radical. Cansada de ver atos de violência entre os estudantes daquela escola, convidou os pais de alunos para uma reunião com os professores e com autoridades da segurança pública daquele estado. Em conjunto, decidiram que o praticante do Bullying – o valentão – seja punido com medidas sócio-educativas, por exemplo, capinar o mato da escola, pintar paredes, limpar banheiros por um determinado período de tempo. No início, encontraram uma resistência ali e aqui, mas independente da polêmica, o resultado, foi quase imediato: o índice de violência naquela escola reduziu quase a metade.
O sucesso da medida, divulgada em rede nacional pelos meios de comunicação de massa, fez com que a Secretaria de Educação sul-matogrossense implantasse a mesma em todo o estado. E com a repercussão do sucesso, outras secretarias estaduais e municipais estão discutindo se implantam ou não a bela iniciativa.
Na ficção, o Bullying também é explorado a esmo. No seriado “Todo mundo odeia o Chris” (2005-2008), baseado na biografia do ator afro-americano Chris Rock, o protagonista Chris (James Tyler) é alvo diário de socos e humilhações de James Caruso – aluno de cor branca.
Diferente do personagem da ficção que continuou a estudar na mesma escola, as vítimas de bullying têm medo de voltar a estudar no mesmo ambiente que o agressor e, o impacto psicológico é imenso e, podem durar vários anos, o rendimento escolar piora, a pessoa fica mais reservada, não-raro os casos de depressão juvenil, enfim, há todo um estrago na vida do estudante.
O autor desse texto entende de cátedra sobre o Bullying, aos 7, 11 e 13 anos respectivamente. Na primeira vez, torceram o seu braço, na segunda o quebraram e na terceira um soco na boca: tudo isso em escolas diferentes. E, claro, como relatado acima provocou algumas conseqüências, alguns superados ou não.
Concluindo, a sociedade civil organizada e a classe política partidária de todo o país precisam focar esse assunto, para que se corte o mal pela raiz ou continuaremos com essa ferida exposta de nossa juventude.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Poemas Católicos - Cristo a luz das nações e da verdade.

Leniéverson Azeredo Gomes

Ando preocupado com o interior do coração dos homens.
Vi uma escuridão assustadora que me perturbou a alma.
Escutei gritos medonhos, vozes apavoradas pedindo socorro.
Mentes doentes, tristeza para todo lado.

Observei a solidão daquele povo.
Ao longe, falsos mágicos se aproximam para enganar aquele reino.
Após uma oração, os ventos da verdade expulsaram os magos da mentira.
De súbito abriu-se um clarão em meio às nuvens.

Mais uma vez, clamei ao Sagrado para que as luzes do céu os afastem das trevas.
O véu se rasgou, o coro dos anjos soprou os clarinetes.
Então mãos divinas ofereceram leite e mel para aquele povo.
Esfomeada e sedenta, a multidão se saciava intercalando gritos macabros.

Então o Senhor dos Exércitos disse aquele povo:
“Não tenhas medo, pois eu estarei com vocês até o fim dos tempos!
Aonde caminhares, iluminarei com o sol da liberdade.
Os protegerei com as armas da justiça.
Alimentar-vos-ei com o maná da esperança.
E, acima de tudo, serei a fortaleza protetora de todo o mal”.

Capelinha - Poesia Cristã

Leniéverson Azeredo Gomes


No meu caminho para o sagrado havia uma subida.
Uma via-sacra semanal que me ajudava a ter a cabeça erguida.
Para alguns um sacrifício, para mim a sorte do benefício.
Uma capelinha à vista, um convite à visita.

Desde a infância, fazia daquela capelinha meu motivo
[para conversar com Deus]
Ouvia a voz dos “in persona christi” falarem das coisas do céu.
Palavras amargas, salgadas e, também doces como mel.

Me lembro da pequena capelinha, o badalo dos sinos.
E de longe, da minha casa, ouvia toda benção de hinos.
Cantigas celestiais, afinados como o som emitido ao bater de leve em cristais.

E assim, no meu caminho para a capelinha, os anjos me acompanhavam.
E, comigo partilhavam musicalmente tudo que sonhavam.

E a capelinha ainda ecoa em minha mente, e, alegremente me leva as recordações.
Recordações do meu eu menino, em direção ao templo pequenino
[onde habitava o Deus Homem]

Entrevista - Cantora católica Adriana.

Em volta do camarim, uma multidão de pessoas com CD´s, filhos de colo, crianças alegres, sempre com uma coisa em comum: máquinas fotográficas digitais para registrar a chegada de uma pessoa famosa que estava na iminência de chegar. .Nem mesmo o frio intenso que, afligia, no entorno da praça, fez com que as pessoas arredassem o pé do local. E, ao sair da Van que a trouxe do hotel para o lugar onde, posteriormente, acontecia o show, os gritos de histeria do público era a mais pura tradução do carinho e do reconhecimento de, quase uma vida inteira percorrendo uma estrada missionária de uma das mais belas vozes da música católica. É a cantora católica Adriana que, pela primeira vez, veio participar do encerramento de mais uma Trezena de Santo Antonio. Aos 37 anos, natural de Cruzeiro-SP, ela começou a cantar ainda menina, aos sete anos de idade, num coral de crianças na paróquia São João Batista, na mesma cidade. Depois, ela passou por vários grupos musicais infantis, adolescentes e juvenis. Em 1995, ela entrou para a Banda Canção Nova, onde participou do CD “Deus Existe”. Em 1999, ela seguiu para uma carreira musical solo, logo gravando o CD “Reencontro” e, desde então, ela gravou mais 6 álbuns e um DVD, além de participações especiais em trabalhos de amigos e ícones da música católica, como: Ítalo Villar, Eliana Ribeiro, Walmir Alencar, etc.Ela também, junto com Eugenio Jorge, a musica “Ninguém te ama como eu” para o papa, quando este visitou o Brasil naquele ano.Casada no ano passado, ela inaugura uma nova fase da sua vida missionária. Simpática, ela concedeu uma rápida entrevista o jornalista Leniéverson Azeredo Gomes da nossa Pastoral da Comunicação, antes de cantar para o grande público que aguardava ansiosamente por ela na Praça Santo Antonio.


Pastoral da Comunicação – Boa Noite, Adriana, é um prazer mais uma vez ter a sua presença aqui em Campos e receber tão carinhosamente a equipe do nosso jornal. Você começou a cantar aos sete anos, no coral da igreja que freqüentava com seus pais lá em Cruzeiro e o seu irmão. Como foi esse momento da sua vida para você, é verdade que tinha um violão dado pelo seu pai nesta estória?

Adriana –
Tudo começou de maneira muito simples e, sem pretensão. Eu comecei a servir na paróquia em Cruzeiro, porque não havia quem fizesse e aí, Deus me deu a graça de começar a fazer este trabalho dentro de um ministério de música na paróquia.E ai foi que tudo começou a acontecer.

Pascom– Depois do coral, você para a Banda Canção Nova, a qual afirmastes várias vezes que foi um estágio e aprendeu muito com o então padre Jonas Abib. Como se deu a sua entrada na Banda e o que você aprendeu lá?
Adriana – Nossa, até chegar lá foi um caminho muito longo, eu participei de um grupo de crianças, depois de adolescentes. Após isso, eu fiz parte de uma banda de jovens; caminhei uns 12 anos só na minha paróquia e, só então, entrei para a Banda Canção Nova.
Pascom– Assim que você saiu da Banda Canção Nova gravou o CD Reencontro, pela CODIMUC, desde então gravou mais 6 àlbuns, sendo o mais recente, Jardim Secreto, pelas Paulinas e um DVD. Nesse período como se deu o processo de amadurecimento do seu ministério?
Adriana – Hoje já estou com 10 anos viajando por aí sozinha, né? E cada CD, é um crescimento e a gente consegue mostrar neles um crescimento, as podas de Deus, o cuidado de Deus para que o nosso ministério possa ser muito mais fecundo e, também, tocar o coração das pessoas.

Pascom – Hoje você é uma mulher casada, como concilia a vida de esposa e missionária?
Adriana – (Risos) Não, é super tranqüilo, meu marido me apóia, me acompanha nas minhas missões, nas minhas andanças pelo Brasil. Não tem dificuldade nenhuma, ele veio só somar e enriquecer mais meu ministério. Monsenhor Jonas Abib (fundador da Comunidade Canção Nova) uma vez me disse, que, definindo sua vocação, sua missão fica muito mais fecunda.E, depois do casamento fiquei muito mais feliz.
Pascom– Você recente ganhou o prêmio como melhor cantora no II Troféu Louvemos ao Senhor da Musica Católica ( uma premiação dos melhores da música católica, organizada pela Associação do Senhor Jesus e transmitida dos estúdios da TV Século XXI, em Valinhos-SP), o que esse prêmio significou para você?
Adriana – Nós ganhamos a premiação como melhor cantora de dois e, no ano passado havíamos ganhado uma premiação referente ao ano de 2008. E para mim, o que mais importa é o reconhecimento do público, pois a premiação é originada do voto aberto e público, são nossos irmãos que votam e, fico lisonjeada por perceber que as pessoas acolheram nosso ministério de forma agradável.
Pascom– Mais uma vez, você está aqui em Campos, é praticamente uma cidadã campista, onde você tem vários amigos. Já fez as contas de quantas vezes cantou aqui?O que esta cidade significa pra você?
Adriana – (Novamente Risos) Nossa! Não saberia te responder isso. Já perdi até as contas, mas é a primeira vez que canto deste lado do Rio Paraíba e, espero que seja a primeira de muitas.
Pascom– Qual é mensagem que você gostaria de mandar para os leitores do VOX Dei e internautas do site da paróquia?
Adriana – Eu quero agradecer por mais uma oportunidade ao Padre Paulo. Eu o conheço já algum tempo e, dizer a ele um grande obrigado por me trazer mais uma vez aqui em Campos e, de maneira especifica na paróquia de Santo Antônio. Também agradeço a Deus pela vida de cada um de vocês e, é por causa de vocês que a nossa missão acontece.

Manda quem pode, obedece quem tem juízo.

Por Leniéverson Azeredo Gomes*


Desde o principio da história da salvação, encontramos relatos da desobediência humana para com o Sagrado – Deus. Adão e Eva, nossos primeiros pais, foram criados a imagem e semelhança de Deus, o que conferiu aos dois a santidade original. A narrativa dos três primeiros capítulos do livro do Gênesis descreve de forma detalhada e sucinta a alegria divina com as suas criaturas. Deus, a partir daquele momento, estabeleceu uma amizade com elas. As criaturas humanas, ou seja, Adão e Eva foram intimados pelo criador a não “comer do fruto da árvore da ciência” (Gn 2,17). O não comer do fruto dessa árvore deve ser interpretado por exegese ou interpretação teológica como o “estabelecer” de um limite que o homem não deveria transpor, de forma que, ele – criatura, reconhece e respeita o Sagrado – Criador.
Mesmo sabendo disso, os primeiros pais se deixaram levar pelos encantos de uma voz sedutora, simbolizados pela serpente astuta. A tática para seduzi-los era que, se comesse deste fruto seriam como deuses e; conhecedores do bem e do mal. (Gn 3,1-20).Consequentemente, seguindo a narrativa genésica, tudo que era perfeito se torna imperfeito, tudo que Deus tinha feito sem pecado, tornou pecaminoso.
Ao percorremos as estações desta linha férrea, chamada Antigo Testamento, podemos encontrar rastros de transgressões a lei divina. O assassinato de Caim por Abel (Gn 4, 3-15), a corrupção universal em decorrência do pecado (Gn 6.5.12), a história de Israel quando o pecado se manifestou frequentemente pela infidelidade ao Deus da Aliança e, em decorrência disso, ocorre uma transgressão a Lei de Moises.( I Cor 1,6; Ap 2,3), são exemplos marcantes da desobediência humana.
Podemos deduzir, do ponto de vista dos casos relatados acima que, a desobediência ou transgressão se dá, por considerar a Verdade Divina como algo que não tem muito valor ou que, num determinado momento deveria ser relativizada – pode se transgredir para não ter sentimento de culpa.
Se nós voltarmos ao episódio da transgressão de Adão e Eva, entendemos que, além de desobedecerem às ordens do Criador, definiram em si mesmos o estado da culpa original – deixaram de seguir os mandamentos de Deus-Pai, para seguir a si mesmos.
Nesse momento, urge recorrer a tradição cristã que vê nesse cenário, um anúncio de um “Novo Adão”, em Jesus (I Cor 15,21-22.45), por sua “obediência até a morte de Cruz”(Fl 2,8) e de, pela plenitude dos tempos (preparação para a concepção do Messias), uma “Nova Eva”, em Maria – a mãe de Jesus (Concílio de Trento: DS 1573).
De fato a vinda do Messias/Cristo, reparou, pela “obediência de morte de cruz”(Fl 2,8), a desobediência de Adão.Para o documento Denzinger-Schönmetzer Echiridion Symbolorum, definitionum et declarationum de rebus fidei et morum (DS), Cristo nos revelou com sua vida; seu ministério sobre a Terra, que é possível “seguir a vontade divina, sem estar em resistência e nem em oposição a ela, mas, antes de tudo, se deixar subordinar pela vontade do Todo-Poderoso.” (DS: 556).
A narrativa em que Ele - Jesus é tentado no deserto (Mt 4,1-11) é, sem sombra de dúvidas, um dos exemplos de luta de resistência contra as insígnias do mal. Naquela ocasião o Diabo, tentou de todas as formas possíveis e imagináveis fazer com que o Filho de Deus sucumbisse aos desejos satânicos.
Até o momento da sua paixão, Jesus se manteve firme na obediência ao Pai de uma forma jamais vista. E, após a sua “morte de cruz”, deixou um legado que pode ser encontrado com evidencia nas primeiras comunidades cristãs (At 2,42-47). Havia um esforço naquele núcleo comunitário para viver, dentre outras coisas, de acordo com a lei de Deus (At 2,42). Para eles, a convivência com a doutrina era a coisa mais natural mais natural do mundo.
No entanto, após o reinado de Constantino (313), essa obediência à legislação houve um arrefecimento considerável que perdura até os dias de hoje.
A falta de obediência pode provocar inúmeras “dores de cabeça”, não só a Igreja, mas aos irmãos de sangue ou na fé – induzindo ao fiel a fazer coisas que são contrárias à doutrina da Igreja como a prática do aborto, votar em políticos corruptos, o uso da camisinha e de outros instrumentos contraceptivos, criticarem a hierarquia da igreja, etc. A falta de fé pode gerar, e muito, a desobediência e, com isso fazer que as pessoas cristãs ou não-cristãs pratiquem coisas contra a fé cristãs. São exemplos de maneiras de se atentar contra a fé, e, por conseguinte, revelar desobediência: a heresia, a apostasia, a cisma e a blasfêmia.

A imprensa e as notícias sobre pedofilia na Igreja Católica.

Como reportagens podem ilustrar tendências rancorosas e viciosas sobre a Igreja que tem 2000 anos.

Por Leniéverson Azeredo Gomes

A grande mídia vem nos últimos anos trazendo a baila notícias sobre casos de pedofilia na Igreja Católica em todo o mundo. Disseram até que o Papa Bento XVI teria acobertado casos que aconteceram há 50 anos nos Estados Unidos e em alguns casos na Irlanda, um país europeu.Quero deixar claro que, de fato, devemos considerar a pedofilia um crime grave e hediondo, mas associar a pedofilia a Igreja Católica é algo merecedor de reflexão.
Mas por que tanta enxurrada de matérias mostrando a pedofilia na Igreja?Quais são as reais intenções da imprensa sobre isso?O quê a imprensa irá ganhar com isso?Por que tanto ódio?
São perguntas de respostas nem sempre fáceis, mas algo nos dá uma pista para fazê-los. Jesus Cristo, fundador da Igreja, foi perseguido, humilhado, ultrajado e, posteriormente crucificado. Seus inimigos em frente à sua cruz gritavam para Ele: Crucifica-o!Crucifica-o! Crucifica-o!
Cristo dizia que “as portas do inferno jamais prevalecerão”, mas ele sabia que, sua missão na terra e, o futuro de sua igreja não teria “facilidades”. Ao longo de 2010 anos, a Igreja sobreviveu a todo tipo de perseguição e se manteve de pé.
Hoje a grande imprensa chama os casos de pedofilia na Igreja, como sinais de “Crise na Igreja Católica”.Alguns veículos sugerem a prisão do Papa, outros dizem que a todo momento Bento XVI tem de dar satisfação sobre os casos e mais, tem de pedir renúncia.
No Brasil, o Programa do SBT “Conexão Repórter”, apresentou casos de pedofilia de padres, em Arapiraca, Alagoas, o que rendeu uma visita da Comissão Parlamentar de Inquérito, cujo relator é o Senador Magno Malta (PR-ES). Também cantor Evangélico, Magno Malta, não entende o porquê da vinculação da pedofilia a Igreja Católica. Segundo o parlamentar, o pedófilo pode “rezar missas, como pode também, celebrar cultos”.
A pedofilia não tem cara, não tem identidade, a pedofilia não tem nada a ver com o celibato; é uma doença incurável, dizem os psiquiatras forenses. No entanto, se algum padre envolto com isso, que seja punido com o rigor da legislação. Por isso, esse artigo convida os católicos, sobretudo os praticantes, para que não se afastem da igreja, pois a grande maioria dos sacerdotes são homens que, “in persona Christi” , tem personalidade ilibada; verdadeiros pastores que levam a palavra de Deus e, alguns deles até dirigem renomadas e reconhecidas instituições sociais.

Conversando sério sobre as novelas de TV

Por Leniéverson Azeredo Gomes

Vem aí, mais um campeão de audiência! Antigamente era assim, que, emissoras de TV, como a Rede Globo anunciavam a programação que estava prestes a começar. E, como de costume, as famílias, em peso, se reuniam na sala, diante de uma caixa exibidora de imagens, de um mundo mágico e encantador.
As telenovelas, como parte da programação desse mundo mágico televisivo, exercem no ser humano, sobretudo as mulheres, um fascinante poder de atração, podendo-se dizer, hipnotizador. Muitas delas são capazes de ficar horas a fio, acompanhando as tramas que se desenrolam como um novelo. O produto da teledramaturgia, também acaba gerando modismo, definem formas de penteados, sugerem que marca de objetos deve-se usar, algumas formas de se falar, etc. Quem não lembra de bordões como: “To podendo”, da novela Torre de Babel; “Estou certo ou estou errado?”, da novela Roque Santeiro; ou “Sou moça de ‘catiguria’”, da novela Paraíso Tropical?
De certo, desde a primeira produção a ser exibida, na hoje extinta Rede Tupi, as novelas, como é mais conhecida às peças dramaturgica televisada, fizeram com que a sociedade venha sofrendo rápidas transformações sem precedentes na história. Nem quando, as radio novelas estavam no auge, nos áureos tempos da Rádio Cultura de Campos/RJ ou da Rádio Nacional no Rio de Janeiro, o Brasil sofreu tanta descontextualização ou deteriorização.
Só para se ter uma idéia, nas décadas de 70,80 e 90, do século passado, as novelas da Rede Globo, já atingiam 98% do território nacional, principalmente com advento das antenas parabólicas e a formação da cadeia de afiliadas e retransmissoras e, isso gerou conseqüências graves. Hábitos tipicamente rurais estão em rumo de extinção, havendo assim, a predominância de hábitos urbanos, como o de se alimentar de comidas rápidas, a exemplo de hambúrgueres do McDonald´s. Além disso, são acusadas de promover e ajudar na erotização de crianças e jovens.
Em 2008, o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), realizou sob a chefia dos pesquisadores, Alberto Chong e Eliana La Ferrara, um estudo consistente sobre a influência das novelas na sociedade. Eles concluíram que, “a parcela de mulheres que se separaram ou se divorciaram aumenta significativamente depois que o sinal da TV Globo, se torna disponível nas cidades do país”. A analise conclui, também, que, “desde os anos 60, uma porcentagem significativa das personagens femininas, nas novelas, não reflete os papéis tradicionais de comportamento reservados às mulheres na sociedade”.
Ao produzirem a pesquisa, os estudiosos apontaram que, “62% das principais personagens femininas, das 115 novelas pesquisadas, entre 1965 e 1999, não tinham filhos e 26% eram infiéis aos seus parceiros” e, que, “a exposição a estilos de vida modernos mostrados na TV, a funções desempenhadas por mulheres emancipadas e a uma crítica aos valores tradicionais mostrou estar associada aos aumentos nas frações de mulheres separadas e divorciadas nas áreas municipais brasileiras”.
E a Igreja Católica?Como ela tem se posicionado sobre o assunto? Pois é, devido a essas questões ligadas a transformações, nitidamente agressivas das famílias e da sociedade, o catolicismo nos últimos 25 anos, pelo menos, vem aumentando o tom das críticas (negativas) sobre as novelas brasileiras.
A Conferencia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), a Renovação Carismática Católica Brasileira (RCC – Brasil) e o Conselho Nacional do Laicato Brasileiro (CNLB), três principais órgãos representativos do clero e dos leigos, têm demonstrado, filosófica, sistemática, dogmática, teológica e biblicamente aos fieis católicos, a importância e os porquês de se deixar de ver novelas. A Rede Canção Nova de Comunicação, ligada à comunidade da Renovação Carismática Católica de mesmo nome, desde quando, em 1997, colocou “no ar” seu sinal via-satélite, tem feito em 4 de suas 10 pregações realizadas no Rincão do Meu Senhor (espaço usado para a realização de palestras), uma série de alertas sobre os males que as novelas produzem na sociedade. Inclusive, no processo para se fazer parte dessa e, de outras comunidades da RCC, o postulante é proibido de ver novelas.
Para Antonio Oliveira Storel, coordenador diocesano do CNLB de Piracicaba-SP, a televisão, em especial as novelas, acabam acompanhando o dia-a-dia do “sujeito pensante”.”É Vale a Pena Ver de Novo, Malhação, Novela das seis, Novela das sete, Novela das oito, Novelas da Rede Record, do SBT, da TV Bandeirantes, as mexicanas da CNT, e , se tivesse novelas no domingo estariam lá acompanhando também e, por aí vai”, ele afirma.
Em 1972, a primeira versão de Selva de Pedra, estrelado pela então namoradinha do Brasil, Regina Duarte, e o ator Francisco Cuoco, registraram um dado surpreendente. O Almanaque da Rede Globo, uma publicação da editora que faz parte do mesmo grupo de comunicação da emissora de TV em que a novela foi exibida, afirma que a novela, obteve, 100% de audiência nacional
As novelas das seis e das oito da Rede Globo, respectivamente, “Escrito nas Estrelas” e “Viver a Vida”, por exemplo, é o exemplo clássico disso. A primeira tem conteúdo espírita, mas é de autoria pseudo-católica. Pois é, Elisabeth Jhin, autora da novela, declarou a imprensa que se diz católica, mas não disse se é praticante ou não.
A doutrina espírita se contrapõe à cristã em um ponto principal. Enquanto o espiritismo acredita na reencarnação (o ser morrerá e poderá voltar em outro corpo), o cristianismo acredita na ressurreição (só morrerá uma vez só). E a bíblia nos ajuda a entender isso. A Carta aos Hebreus, capítulo 9, versículo 27, nos fala que só morreremos apenas UMA vez. O espiritismo nega, pelo menos, outras 39 verdades cristãs católicas, como o respeito ao Papa, a intercessão dos santos e de Maria, etc.
Tão pior quanto uma novela de conteúdo espírita, é uma outra que em todos os seus capítulos deu mostras de como tramas novelísticas podem ser sórdidas de cabo a rabo. Trata-se da novela “Viver a Vida”, do Manoel Carlos, que terminou recentemente. Esse folhetim (nome alternativo para a telenovela) exibido em horário nobre exalou vários cheiros de podridão, ou seja, quem assistiu acompanhou, em alto-relevo, exemplos de contra valores expostos por ela.
Logo no início da trama, Marcos, personagem do ator veterano, José Mayer, trocou um casamento de 30 anos com Teresa (Lílian Cabral) e cujo relacionamento gerou três filhas, entre elas a modelo Luciana (Aline Moraes), que viria a ficar tetraplégica na trama, com a modelo Helena (Thais Araújo), 30 anos mais jovem. Paralelo ao relacionamento com ela, Marcos ainda tem relacionamento com mais duas mulheres, sendo que uma delas – Dora (Giovanna Antonelli) - tem uma filha e tinha envolvimento afetivo com outra pessoa.
A atual novela das “oito”, que na prática é das nove, Passione, é outro caso bizarro de maus exemplos. De acordo com dados do jornal paulista Folha de São Paulo, a personagem da atriz Maitê Proença, só nos primeiros nove capítulos da trama, traiu o marido, a exatas 23 vezes, isso, você leu bem, 23 VEZES.
De acordo com o código penal e para o cristianismo católico, poligamia é, respectivamente, crime e pecado contra a formação familiar. Nos cinco primeiros livros da Bíblia, Deus faz duras considerações sobre isso e a questão do adultério. A lei penal de Moisés, por exemplo, dizia que todo homem e mulher pegos por traição eram condenados por apedrejamento. A legislação mosiática descrita em Lv 20, 10 e Dt 22, 22-24 foi quase aplicada na Parábola da Mulher Adúltera (João 8, 1-10).
Com efeito, as novelas globais e de outras emissoras, querem incitar aos telespectadores a idéia de que trair é “normal”. Talvez você possa estar achando as informações, até agora, aqui descritas são repetitivas. Mas elas têm um propósito alertar as mulheres e homens de que a narrativa novelística pode encantar; seduzir e até viciar.
São justamente os mesmos passos de quem se envolve com o uso de drogas: se encantou, foi seduzido e se viciou. Pois é, minha gente alguns psicólogos trabalham com a idéia de que novela é uma droga, porque entorpece, relaxa, acalma.
Diante desse grave panorama, como disse acima, as novelas são temas recorrentes de debates da CNBB e palestras da RCC. Embora, o alvo seja todos os católicos, a preocupação maior é com os chamados agentes de pastorais que muitas vezes, deixa de participar da programação semanal para assistir novelas.
Muitas vezes padres e pregadores leigos são acusados de interferir na vida e no gosto pessoais dos fieis. Essa acusação é feita pela mídia profana e, também, por alguns freqüentadores da missa de preceito (domingos e festas).Certamente, essas insinuações se devem pela falta de formação. A missão dual (dupla) da Igreja é anunciar e denunciar.
Concluindo que o catolicismo está brigando contra um aparente gigante, lembrando a luta de Davi contra Golias. É um assunto polemico, mas espera-se que esse gigante seja derrubado pela fé e não usando cinco pedrinhas, dentro de uma pequena bolsa. Quem viver, verá!

6 de Julho - Dia de Santa Maria Goretti – Vida de Santidade, Amor ao Evangelho e outros exemplos de mulheres castas.




Nesta terça-feira, comemoramos os 108 anos do descanso eterno de Santa Maria Goretti.No dia 6 de Julho de 1902, a então pré-adolescente italiana de origem camponesa humilde, 12 anos de idade, foi morta, após ser coberta de punhaladas executadas por Alexandre Serenelli, um homem que dizia ser seu pretendente.Maria Goretti, por ser piedosa e muito religiosa, preferiu ser assassinada a ter sua castidade violada.Enquanto morria, demonstrou quão misericordiosa ela era: perdoou Alexandre por todas as coisas que ele fez.
Ela foi canonizada em 1950, pelo Papa Pio XII, na cerimônia estavam presentes: seu agressor, sua mãe, Assunta, e seus irmãos. Ao desejar ser casta, mesmo tendo que chegar às últimas conseqüências como a morte, Santa Maria Goretti, deixa um belo exemplo de vida e castidade, de amor a Deus e santidade.
Não pecar contra a castidade é o sexto mandamento da Lei de Deus, o que demonstra que Goretti, por ser religiosa, queria se manter fiel e obediente ao mandamento divino.
O gesto da pré-adolescente, evidentemente, se encaixa muito bem no contexto biológico e espiritual dos santos: “antes morrer do que pecar” contra o Pai – frase de São Domingos Sávio, aluno de Dom Bosco.Notadamente, muitos santos da Igreja, como Maria Goretti, faziam do Martírio – morrer em nome de uma causa – uma “escada” para chegar ao céu.
Nos três primeiros séculos da Era Cristã, duas santas derramaram seus sangues como Santa Maria Goretti: Santa Águeda ou Agatha, Santa Agnes ou Inês. Em comum, eram de famílias ilustres, influentes e ricas. Habitualmente moças originárias de famílias com esse perfil, desde cedo eram pedidas em casamento.





Agatha e Inês eram jovens extremamente bonitas e isso atraia os homens da época, mas a forte religiosidade das duas fazia com que elas negassem todas as intenções maliciosas do sexo masculino. Tanto uma como a outra foram levadas para um bordel, mas mesmo assim resistiram até o fim. Foram mandadas para um calabouço, aonde vieram a falecer, após serem fisicamente castigadas por resistência ao sexo e suposto culto a um falso Deus.
No Brasil, temos dois casos emblemáticos de mulheres jovens e adultas que foram brutalmente assassinadas por desejarem a castidade.Vejam a lista abaixo:

Isabel Cristina Mrad Campos –


Isabel Cristina nasceu em 29 de julho de 1962, em Barbacena, Minas Gerais. Morou com seus pais e um irmão nessa cidade até iniciar o Pré-Vestibular, em 1982, quando mudou-se para Juiz de fora, também em Minas Gerais.
Queria fazer Medicina e, em abril, foi morar num apartamento com uma prima e duas amigas. Em 15 de agosto mudou-se para outro apartamento, com seu irmão, quando compraram uma geladeira, um ferro elétrico e um armário, este a ser montado e que seria a causa de seu martírio. No dia 30, o montador esteve em seu apartamento e disse-lhe palavras obscenas, também não terminando de montar o armário, o que ela depois contou ao irmão e a amigas do pré-vestibular.
No dia seguinte, o mesmo homem voltou para completar o serviço e, então, tentou violentar Isabel Cristina: deu-lhe uma cadeirada na cabeça; ela caiu, e foi amarrada com cordas e cintos, amordaçada com pedaços de lençol, e teve as roupas tiradas e rasgadas. O criminoso aumentou o volume do rádio e da TV para abafar os barulhos; Isabel Cristina resistia; e ele desferiu-lhe 15 facadas, sendo duas nos órgãos genitais e 13 nas costas.
A perícia médica constatou na autópsia, no entanto, que a moça não fora violentada, pois conseguiu resistir com vigor, conforme provavam existência de marcas bem visíveis de unhadas nas coxas; permaneceu virgem, e só as duas facadas “romperam” suas partes íntimas, ficando o útero ileso. Apesar de ter namorado, manteve-se virgem, pois seu namoro era puro, caseiro, sem abusos. Recatada, de freqüência às Missas e sacramentos, gostava de cuidar de deficientes físicos e, na escola, sempre dava atenção especial às meninas mais pobres. Há um processo de beatificação dela, iniciada em 2001, no pontificado de Bento XVI, e, em fase de término de analise e aprovação.

Beata Lindalva Justo de Oliveira -

Nasceu em Assu, Bahia, em 20 de outubro de 1953 , era uma religiosa das Filhas da Caridade de São Vicente de Paulo desde 1987. Em janeiro de 1993, devido a uma recomendação, o abrigo teve que acolher entre os anciãos Augusto da Silva Peixoto, homem de 46 anos, que não tinha direito de ser interno, em virtude de sua idade. Ele passou a assediar Ir. Lindalva, e tornou-se insistente e inconveniente. A religiosa, com medo, procurou afastar-se o mais que pode de Augusto. Narrou a situação a outras irmãs e intensificou sua vida de oração. Seu amor aos idosos a manteve no abrigo, e chegou a confidenciar a uma coirmã: “prefiro que meu sangue seja derramado a afastar-me daqui”.
Os internos repreendem Augusto e insistem para que Irmã Lindalva relate o fato ao diretor do serviço social do abrigo. No dia 30 de março, a funcionária Margarita Maria Silva de Azevedo repreende Augusto.
Augusto dirigiu-se à Feira de São Joaquim no dia 5 de abril, Segunda-Feira Santa, e comprou uma faca peixeira que amolou ao chegar no abrigo.
No amanhecer do dia 9 de abril, Sexta-Feira Santa, Irmã Lindalva participou da Via-Sacra, na paróquia de Nossa Senhora da Boa Viagem. Ao regressar, serviu o café da manhã aos idosos, como de costume. A irmã – ocupada com o serviço – não percebeu que Augusto se aproximava. Foi surpreendida com um toque no ombro. Ao virar-se, recebeu os golpes que lhe tiraram a vida. Um senhor ainda tentou intervir; mas Augusto ameaçou de morte quem ousasse se aproximar. Após o crime, o assassino foi esperar os policiais, sentado num banco em frente do abrigo. Após condenação, foi internado em um manicômio judiciário.
Os médicos legistas identificaram 44 perfurações no corpo da religiosa. Imediatamente seu assassinato foi identificado pela comunidade católica como martírio, e associaram a tragédia às celebrações da Sexta-Feira da Paixão. Ela foi proclamada beata mártir pela Igreja Católica no dia 2 de dezembro de 2007 pelo Papa Bento XVI.

Albertina Berkenbrock-

Ela nasceu em Imaruí, Santa Catarina em 11 de abril de 1919, Era filha do casal de agricultores, Henrique e Josefina Berkenbrock, e teve mais oito irmãos e irmãs. Foi batizada no dia 25 de maio de 1919, crismou-se a 9 de março de 1925 e fez a primeira comunhão no dia 16 de agosto de 1928. Albertina era muito religiosa e sempre demonstrava seu temor a Deus.
Ela foi assassinada em 15 de junho de 1931, aos doze anos de idade, por não permitir que um funcionário da fazenda em que os pais trabalhavam a estuprasse. Teve vida simples e humilde no meio rural do seu município natal.
A serva de Deus, como é conhecida a Albertina Berkenbrock, com o decreto de beatificação, assinado pelo Papa Bento XVI, no dia 16 de dezembro de 2006, foi beatificada em 20 de outubro de 2007.
São lindas estórias de gerações reais de mulheres castas cujas “memórias serão imortais, pois, são de conhecimento de Deus e também dos homens. Quando estão presentes, imitam-na; quando estão passadas, desejam-na; elas levaram na glória uma coroa eterna” (Sb 4,1-2).

segunda-feira, 5 de julho de 2010

Testemunhas de Jeová não comemoram aniversários: Como isso podem induzi-los a loucura? Parte II

Na internet há um relato de um estudante universitário do Rio Grande do Norte bastante interessante de como essa heresia é bem assimilada entre as TJ´s.

Ser jovem já é difícil. Ser jovem e religioso é ainda mais. E quando ele é testemunha de Jeová?

Por Camila Silveira

      Mais um aniversário se aproxima e com isso mais listas de convidados a serem feitas. Um amigo na lista habitual de convidados gera curiosidade ao dizer que não poderá ir à festa porque não comemora aniversário. Espanto? Claro. Nunca se ouviu falar de nenhuma religião que não permitisse a ida a uma festa de aniversário.
    Seu nome é Bruno Mausseaux Vidal Colmenero Lopes. Ele tem 18 anos e estuda estática na UFRN e toca violão nas horas vagas. Bruno se define como testemunha de Jeová e diz que segue à risca todos os ensinamentos da religião.
      Os testemunhas de Jeová tiveram sua origem no século XIX, quando alguns jovens que formavam um grupo bíblico nos Estados Unidos começaram a buscar algumas explicações para suas inquietações religiosas. Ao perceber que na bíblia havia as respostas para o que buscavam, passaram a ser conhecidos como estudantes da bíblia, mais tarde fundando o que conhecemos hoje como testemunhas de Jeová. Atualmente, os testemunhas de Jeová possuem mais de sete milhões adeptos ao redor do mundo e no Brasil já são mais de sete mil.
   A família de Bruno conheceu a religião por intermédio de uma tia que morava nos Estados Unidos. Ele vai ao salão do Reino dos Testemunhas de Jeová (igreja) onde frequenta as reuniões (o mesmo que missa para católicos e culto para evangélicos) nas quintas e domingos à noite.
   Para explicar o porquê de não comemorar aniversário, Bruno pega um livro que contém as respostas para cada pergunta, caso algum curioso deseje saber. O livro “Raciocínio à base das escrituras” aborda diversos temas que costumam causar espanto para outras religiões.
      Ele abre o livro, mostra o índice, aponta para o termo “aniversário natalício” e começa a explicar:
     - Há várias explicações para isso. Posso citar o bolo, a vela, o fato de soprar a vela entre outras coisas. Comemorar o aniversário é um princípio pagão e não bíblico e ainda envolve o espiritismo. Se na Bíblia não cita o dia do aniversário de Jesus e muito menos alguma comemoração de aniversário, por que eu devo comemorar o meu?
    Ele nasceu no dia 2 de maio e nunca festeja o aniversário e nem ganha presente nesse dia. As únicas datas comemorativas celebradas por ele são a morte de Jesus (Páscoa) e aniversário de casamento.
     - Comemoro aniversário de casamento porque está presente na bíblia. O primeiro milagre de Jesus foi realizado em um aniversário de casamento. E a minha Páscoa não cai no mesmo dia dos católicos. Comemoro normalmente entre o mês de março ou abril, em que relembramos a última ceia e comemos e distribuímos o pão e o vinho assim como Jesus fez.
Ele acrescenta que nem canta o hino nacional e nem adora a bandeira.
     - Não canto o hino, mas respeito quem canta. Fico parado na hora da execução do hino. Não se deve adorar nada, apenas a Deus. Não se deve fazer qualquer tipo de adoração ou idolatrar qualquer tipo de imagem ou pessoa. A única pessoa que se adora é Deus.
   Bruno não tem preconceitos contra as demais religiões. Mas diz que já sofreu preconceitos por ser testemunha de Jeová. A história mais marcante foi quando estudava na terceira série e a professora programou uma festa de aniversário do mês e ele se recusou a participar. Segundo Bruno, a professora, que não conhecia a religião, o humilhou na frente dos outros alunos e falou que aquilo era um absurdo.
Para terminar, Bruno diz que quando tiver um filho vai deixá-lo livre para escolher a religião que desejar seguir.

    -Vou dar a total liberdade que a minha mãe me deu.
     - Até se ele escolher ser ateu?
     - Se ele decidir ser ateu, vou aceitar numa boa.
  Fonte: Fotec – Laboratório de Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – 27/06/2010

    A entrevista mostra que a vida universitária não moveu uma palha das convicções do jovem que conheceu as TJ´s na infância.O texto não diz que um dia, ele teve alguma festa de aniversário, idade exata em que ele entrou e se foi fácil ou não a aceitação das doutrinas das TJ´s, mas mostra que os princípios da Sociedade da Torre de Vigia são normais e não lhe causam constrangimento.
    Mas há casos que demonstram exceções que muitas vezes pode acabar de forma desagradável, vejam esta matéria abaixo e vejam como extremismo doutrinário gera efeito perverso.
Conflito religioso termina em tragédia em Campo Grande

     Filha de mãe Testemunha de Jeová, I.C., de 16 anos, cursava o 2º ano do Ensino Médio da Escola Padre João Grener, no Conjunto Estrela do Sul. A menina fazia parte de um projeto de dança e na noite de ontem telefonou para as amigas, chateada pelo fato de a mãe não ter autorizado a sua participação na apresentação cultural.
      Às 9 horas, a Polícia Militar foi acionada para ir até o residencial, onde a família mora. Por conta do conflito religioso a família enfrentou a tragédia.
     O pai, autônomo, acompanha os peritos que estão na residência, onde a menina estava sem vida. A suspeita é de que ela teria usado a arma do pai escondido e desferido um tiro no peito. Abalada, a mãe foi para a casa de uma vizinha.
Fonte: Jornal News Sul – Campo Grande-MS
    Documentos da nossa mãe Igreja Católica, como Familiaris Consortio, por exemplo, ensina os pais a serem os “primeiros catequistas”, ensinando aos filhos os verdadeiros valores éticos e morais religiosos, mas a doutrina teológica moral é passada as crianças católicas através do testemunho de vida cristã e não por imposição. Diferente dos casais TJ´s, que forçam as crianças ensinos sectários, conduzindo-as muitas vezes a infelicidade e traumas quase indeléveis.E sair do “Novo Mundo” pode gerar conseqüências significativas, leiam este testemunho.
   Meu nome é Andréia. Meus pais tornaram-se Testemunhas de Jeová em 1973, nasci em 1976, portanto, nasci "na verdade", assim como meus outros três irmãos. (....)Batizei-me aos 10 anos, junto com minha irmã de 11, em um congresso de Distrito em Belo Horizonte. Sempre fui zelosa, me esforçava para ser uma TJ perfeita.
     Hoje luto contra traumas emocionais profundos em decorrência da rígida formação como TJ. Hoje sofro profundamente por ter me desligado da Organização enquanto minha mãe, meu pai, minhas duas irmãs e meu irmão caçula ainda são TJ. (...)Um dia, logo quando comecei a duvidar, quando disse a meu pai que não tinha certeza se era realmente ser TJ o que eu queria, minha família foi à reunião e eu fiquei em casa, me sentindo péssima. Quando eles chegaram, meu irmãozinho, então com uns nove anos, abriu a porta do quarto e me disse com os olhos cheios de lágrimas: - "Se você deixar a religião eu nunca mais falo com você". Aquilo foi como uma faca no meu coração, eu e ele tínhamos uma relação de tanto amor... eu era (e sou) apaixonada pelo meu irmão, e hoje somos como dois estranhos (...) Aos 17 anos, depois de terminar o 2º grau, disse aos meus pais que queria fazer faculdade, eles acabaram concordando, desde que minha irmã fosse fazer o mesmo curso, e este curso fosse na faculdade que fica em uma cidade próxima à cidade onde eles moram. Fizemos o vestibular, passamos e fomos estudar. Durante a semana freqüentávamos as reuniões na cidade onde estudávamos e todos os fins de semana íamos para casa, e freqüentávamos a congregação de meus pais.
    Apesar de todos os esforços comecei a perceber que todos, nas duas congregações, nos tratavam como se fôssemos uma espécie de leprosos, pessoas com quem não era saudável conviver. (...)Aquilo me horrorizou por dentro, lembrei de todas as crianças, filhos de parentes, de amigos, ou de estranhos que eu conhecia, e disse para mim mesma: um Deus de Amor não faria isto com criaturas inocentes que não tiveram a oportunidade de escolher o seu caminho. Nesta época, conheci o meu atual marido, que fazia o mesmo curso que eu e começamos a namorar. Uma pessoa maravilhosa, de mente aberta, amoroso, então eu decidi que não era ser TJ o que eu queria para minha vida. Falei para o meu pai, disse que queria me dissociar...
   Só quem já foi TJ pode entender o que isso significou em minha vida, na vida da minha família. Meu pai disse que jamais permitiria que outro filho fizesse faculdade, entre outros absurdos mais.
   Uma semana depois fui surpreendida ao ser convidada para uma conversa com os anciãos, que na verdade era uma comissão judicativa. Eles me interrogaram sobre minha relação com meu namorado, se tínhamos fornicado, se eu tinha medo de admitir isso e era por isso que eu queria sair. Eu deixei bem claros os motivos pelos quais EU NÃO QUERIA MAIS SER TJ, e que minha vida sexual se existia ou não era um assunto pessoal meu, do qual eu não iria falar com eles. Alguns dias depois, minha irmã me chamou para uma conversa entre irmãs, amigas que éramos, e eu então lhe disse que eu não era mais virgem. Dali ela foi diretamente falar para o meu pai (algo completamente desnecessário, eu já tinha 21 anos, sabia perfeitamente o que fazia com minha vida, e não queria mais este conflito com meu pai).
     O que aconteceu depois disso não sei exatamente, só sei que ao invés de ser dissociada como eu havia pedido, o anúncio foi dado nas congregações como desassociação. Incrível! Eu fui expulsa de um lugar de onde eu havia pedido para sair!!!
   A humilhação para mim e para minha família foi maior assim... Isto foi em 1997. Até hoje tenho pesadelos com o Armagedon! Hoje eu sou uma mulher de 27 anos, casada, tenho uma filha, um emprego público federal, que consegui em um concurso com mais de 180.000 inscritos em todo o país, e não consigo sequer comprar roupas para mim sozinha... Parece que uma coisa não tem relação com a outra, mais tem tudo a ver... Eu tenho dificuldades em me relacionar com as pessoas em meu trabalho, em minha vizinhança, sou ansiosa, me sinto inadequada em qualquer círculo social. POR QUE?    
      Passei esta noite acordada e relembrando minha infância e adolescência... Foi doloroso... Doeu recordar como eu me sentia, sozinha em um canto na hora do recreio, na escola, porque eu não podia me relacionar com "mundanos"... a vergonha que eu sentia quando era aniversário de algum coleguinha do jardim de infância e eu ficava sentada e calada enquanto meus colegas cantavam parabéns... a ansiedade que eu sentia na 1ª série, quando eu sabia que haveria aula de Religião e que eu tinha que me levantar e sair da sala, ia para a sala da diretora, morrendo de medo e vergonha...Lembrei-me de quando os colegas me perguntavam o que eu ia ganhar no Natal, e eu tinha que dizer que na minha casa não tinha Natal, "Jeová não gostava de Natal"...
     Lembrei-me do quanto eu tinha vontade de me vestir de caipira e dançar quadrilha nas festinhas juninas da escola, mas "Jeová também não gostava de festa Junina". Senti novamente a humilhação de ser obrigada a explicar em voz alta para a professora, por que eu não podia participar da festinha do dia das mães, explicar porque Jeová não gostava do dia das mães... Senti toda a solidão e toda a inadequação de viver no mundo, mas não poder fazer parte dele. Hoje eu não perco a oportunidade de assistir ao desenho He-man quando posso, pois quando eu era criança eu não podia. 
     Quando eu e minha irmã entramos na adolescência era preciso implorar para meu pai deixar a gente sair de casa, e mesmo assim ele ia atrás fiscalizar, depois tinha o sermão, toda aquela cobrança sobre "mundanos", toda aquela culpa, vergonha, humilhação...
  Hoje posso admitir para mim mesma que era constrangedor quando eu entrava na casa de algum colega no serviço de campo, as gozações que eu ouvia depois... Acho que todos que passaram por isso sabem do que falo. (...).     
     http://parpen.tripod.com/sonhos_destruidos.htm


  Jerry Bergman, psicólogo do Northwest State College EUA, desenvolveu um estudo acadêmico, disponível no site http://www.torresobvigia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1030438210, muito consistente sobre doenças mentais. Ex-testemunha de Jeová, Bergman, fez uma pesquisa, a partir de estatísticas de resultados variáveis colhidas em diferentes povos e em épocas distintas, assim, obtendo algumas conclusões impressionantes. Segundo ele, “a taxa de doenças mentais entre as Testemunhas de Jeová está consideravelmente acima da média”.
   Bergman afirma que as proibições impostas pela Watchtower alcançaram todas as áreas da vida da pessoa cobrindo-as minuciosamente ao extremo. Eles condenam todos os feriados e celebrações, exceto uma que eles chamam de “memorial”, e por gerações tem desencorajado a educação superior e o progresso nas carreiras (embora eles tenham relaxado estas regras recentemente). Perder uma de suas cinco reuniões semanais (as atividades da Watchtower tomam entre 20 a 30 horas por semana, se tem consciência disso), e gastar tempo com não Testemunhas (exceto no proselitismo – condutas fundamentalistas) é também condenado. Como resultado, é muito difícil para uma criança criada como uma Testemunha desenvolver-se como um adulto bem-ajustado socialmente.
      Eles ensinam que os do mundo são maus, mesmo que eles pareçam amáveis, pois esta é mais uma das táticas de Satanás para seduzir os irmãos para deixar a Organização. Proibidas de se envolverem em relacionamentos sociais normais e em muitas atividades escolares as crianças Testemunhas de Jeová crescem solitárias. Apesar de desvios entre elas serem comuns, não raro traz culpa e ambivalência. Em adição a isso, há outras questões – especialmente a recusa em saudar a bandeira ou celebrar feriados – que ‘via de regra’ provoca o menosprezo de seus semelhantes, o que obstrui o desenvolvimento social normal.
   A Watchtower ensina as Testemunhas à “não quererem nada” com os críticos e a “não serem curiosos sobre o que às pessoas, que não são Testemunhas dizem”. Eles ainda se põem em posição antagônica quando vão de porta em porta, e desta experiência eles geralmente desenvolvem paranóia. De fato, a esquizofrenia paranóica é extremamente comum entre eles.

Testemunhas de Jeová não podem comemorar aniversários: Como isso pode induzi-los a loucura?

Por Leniéverson Azeredo Gomes

Todos os anos, em todos os lugares do mundo a grande maioria das pessoas comemoram datas festivas como o aniversário pessoal, de algum familiar, de amigos, da escola em que estuda, de uma empresa em que fulano trabalha; uma determinada cidade, do País; se celebram festas de um algum padroeiro ou a eucaristia na Santa Missa – no caso dos católicos -, bodas de casamento, a vitória por algum emprego conseguido; ter passado em um vestibular super concorrido, pela vitória da Seleção Brasileira de Futebol na Copa do Mundo, entre outras ocasiões. Em comum, se celebrar ou festejar algo, promove uma reunião de seres humanos irmanados numa alegria que irradia por estarem juntos por mais um ciclo completo.
No entanto, um grupo de pessoas não comunga desse raciocínio: as Testemunhas de Jeová. Fundada por Charles Taze Russell, no Século XIX, a Sociedade Torre de Vigia, como também são chamadas as Testemunhas de Jeová, não comemoram datas de aniversários pessoais, de amigos e parentes; Dia das Mães, Dia dos Pais, não cantam hinos nacionais, mas curiosamente celebram o aniversário de casamento.
Para entender a questão, vamos estudar as duas principais passagens bíblicas usadas pelas TJ´s – sigla de Testemunhas de Jeová para facilitar a compreensão – que, segundo eles, justificam sua doutrinação sobre aniversários : Gênesis 40, 1-22 e Evangelho de São Mateus 14, 1-12.

Gn 40, 1-22

1 Depois disto, aconteceu que o copeiro e o padeiro do rei do Egito ofenderam o seu senhor. 2 O faraó, encolerizado contra os seus dois oficiais, o copeiro-mor e o padeiro-mor, 3 mandou-os encarcerar na casa do chefe da guarda, na prisão onde se encontrava detido José. 4 O chefe da guarda associou-lhes José para os servir. Havia já um certo tempo que estavam detidos, 5 quando os dois prisioneiros, o copeiro e o padeiro do rei do Egito, tiveram um sonho numa mesma noite, cada um o seu, com seu sentido particular. 6 Quando José voltou junto deles no dia seguinte pela manhã, viu que estavam tristes. 7 Perguntou então aos oficiais do faraó, detidos com ele na casa do seu senhor: "Por que tendes hoje um ar sombrio?" 8 "Tivemos um sonho, responderam; e não há ninguém para no-los interpretar." "Porventura, não pertence a Deus, replicou José, a interpretação dos sonhos? Rogo-vos que mos conteis." 9 E o copeiro-mor contou seu sonho a José: "Em meu sonho, disse ele, vi uma cepa que estava diante de mim, 10 e nesta cepa três varas, que pareciam brotar; saiu uma flor e seus cachos deram uvas maduras. 11 Eu tinha na mão a taça do faraó; tomei as uvas e espremi-as na taça, que entreguei na mão do faraó." 12 José disse-lhe: "Eis o significado do teu sonho: as três varas são três dias. 13 Dentro de três dias, o faraó te reabilitará em tuas funções. Apresentarás ao faraó sua taça, como o fazias antes, quando eras seu copeiro. 14 Quando fores feliz, lembra-te de mim e faze-me o favor de recomendar-me ao faraó, para que ele me tire desta prisão. 15 Porque é por um rapto que fui tirado da terra dos hebreus, e aqui, igualmente, eu nada fiz para merecer a prisão." 16 O padeiro-mor, vendo que José tinha dado uma boa interpretação, disse-lhe: "Eu também, em meu sonho, levava sobre minha cabeça três cestas de pão branco. 17 Nada de cima, havia toda a sorte de manjares para o faraó; mas as aves do céu comiam-nas na cesta que estava sobre minha cabeça." 18 "Eis, disse José, o que isto significa: as três cestas são três dias. 19 Dentro de três dias, o faraó levantará a tua cabeça: ele te suspenderá numa forca, e as aves devorarão a tua carne." 20 No terceiro dia, celebrava-se o aniversário natalício do faraó, e ele ofereceu um banquete todo o seu pessoal. Ele levantou a cabeça do copeiro-mor, no meio de todos os seus servos: 21 restabeleceu no seu cargo o copeiro-mor, que apresentou novamente a taça ao faraó, 22 e mandou suspender no patíbulo o padeiro-mor, segundo a interpretação que José lhes havia dado. 23 Mas o copeiro-mor não pensou mais em José; esqueceu-o. Fonte: CNBB

Mt 14, 1-12

1.Naquele tempo, a fama de Jesus chegou aos ouvidos do rei Herodes. 2.Ele disse aos seus cortesãos: “É João Batista! Ele ressuscitou dos mortos; por isso, as forças milagrosas atuam nele”. 3.De fato, Herodes tinha mandado prender João, acorrentá-lo e colocá-lo na prisão, por causa de Herodíades, a mulher de seu irmão Filipe. 4.Pois João vivia dizendo a Herodes: “Não te é permitido viver com ela”. 5.Herodes queria matá-lo, mas ficava com medo do povo, que o tinha em conta de profeta. 6.Por ocasião do aniversário de Herodes, a filha de Herodíades dançou diante de todos, e agradou tanto a Herodes 7.que ele prometeu, com juramento, dar a ela tudo o que pedisse. 8.Instigada pela mãe, ela pediu: “Dá-me aqui, num prato, a cabeça de João Batista.” 9.O rei ficou triste, mas, por causa do juramento e dos convidados, ordenou que atendessem o pedido dela. 10.E mandou cortar a cabeça de João, na prisão. 11.A cabeça foi trazida num prato, entregue à moça, e esta a levou para a sua mãe. 12.Os discípulos de João foram buscar o corpo e o enterraram. Depois vieram contar tudo a Jesus. Fonte: CNBB

É nítida que nas duas passagens têm coisas em comum a execução de duas pessoas: um padeiro-mor por enforcamento e, um anunciador do Evangelho, em questão, João Batista por decapitação. Tudo isso aconteceu durante uma festa de aniversário, respectivamente do Faraó e Herodes Antipas: ambos pagãos.
Na Bíblia só há essas duas passagens explícitas sobre a comemoração de aniversário de alguém, por isso, as TJ´s associam negativamente as festas natalícias com algo voltado para pessoas pagãs, onde acontecem coisas ruins não ligadas a religião, como execuções.Pelo lado filosófico, fazem um silogismo, ou seja, partem de duas premissas (festa pagã onde aconteceu coisas negativas, no caso, execuções e, aniversários) – afirmações – e uma conclusão (de que festa de aniversário é coisa pagã e possuem variantes negativas).Pelo lado sociológico, constroem um bode expiatório, ou seja, pinçam uma fatalidade isolada para contaminar ideologicamente que não se deve fazer aniversário natalício.
De fato, o caso das Testemunhas de Jeová, mostra até que ponto a “Sola Scriptura” (Só a Sagrada Escritura) – um dos pontos da filosofia religiosa luterana – pode fazer estragos na interpretação bíblica. Eles não comemoram nem a Natividade de Jesus.
Certamente você deve estar pensando: Será que, como cristão, eu devo deixar de comemorar meu aniversário, devido a essas duas passagens? Segundo a heresia das TJ, sim, mas para nós católicos devemos fugir dessas loucuras heréticas.
Como foi dito aqui, as TJ´s, além de não celebrar datas natalícias, não comemoram Dia das Mães, Dia dos Pais, Dia dos Namorados, não cantam hinos nacionais, mas comemoram aniversário de casamento.
Para refutar ou contra-argumentar o discurso das TJ´s, vamos primeiro usar a bíblia. Em Lucas 1, 14, mostra o dialogo entre um anjo e Zacarias. O ser angelical diz que o nascimento de João Batista, filho de Zacarias e Isabel (prima de Maria, mãe de Jesus), será um dia de “alegria e gozo”.
Ainda em Lucas, no capítulo 15, versículos 22 e 23, tem-se a narrativa do filho pródigo que, ao voltar para casa é recebido compassivamente pelo pai com festa e alegria. A exegese católica diz que o trecho dessa passagem parabólica mostra a volta dos afastados para Deus e como esses afastados são recebidos por Ele.
Em Êxodo 23,14 e Neemias 8,14 relata sobre a Festa dos Tabernáculos ou Festa das Tendas que era realizada três vezes por ano em honra e glória a Deus. Nessa festa era comido pão sem fermento, todos entregavam os frutos de suas plantações e, era comum um individuo do sexo masculino ser apresentado diante do altar divino. Além de serem feitos sacrifícios, por exemplo, eram feitos jejuns. Em geral, essas festas eram feitas em Tendas e duravam sete dias. Alguns afirmam que esse evento é um embrião dos festejos em honra aos padroeiros hagiológicos (referente aos santos católicos).
Mas há, é claro, uma incoerência na interpretação das TJ`s.Se eles abominam festas de todo tipo, porque uma páscoa pessoal e celebram casamento e, como foi supracitadamente dito neste artigo?Eles justificam na passagem das bodas de Caná, localizada em João 2, 1-12, onde Jesus realizou o seu primeiro milagre: transformou água em vinho.