Na internet há um relato de um estudante universitário do Rio Grande do Norte bastante interessante de como essa heresia é bem assimilada entre as TJ´s.
Ser jovem já é difícil. Ser jovem e religioso é ainda mais. E quando ele é testemunha de Jeová?
Por Camila Silveira
Mais um aniversário se aproxima e com isso mais listas de convidados a serem feitas. Um amigo na lista habitual de convidados gera curiosidade ao dizer que não poderá ir à festa porque não comemora aniversário. Espanto? Claro. Nunca se ouviu falar de nenhuma religião que não permitisse a ida a uma festa de aniversário.
Seu nome é Bruno Mausseaux Vidal Colmenero Lopes. Ele tem 18 anos e estuda estática na UFRN e toca violão nas horas vagas. Bruno se define como testemunha de Jeová e diz que segue à risca todos os ensinamentos da religião.
Os testemunhas de Jeová tiveram sua origem no século XIX, quando alguns jovens que formavam um grupo bíblico nos Estados Unidos começaram a buscar algumas explicações para suas inquietações religiosas. Ao perceber que na bíblia havia as respostas para o que buscavam, passaram a ser conhecidos como estudantes da bíblia, mais tarde fundando o que conhecemos hoje como testemunhas de Jeová. Atualmente, os testemunhas de Jeová possuem mais de sete milhões adeptos ao redor do mundo e no Brasil já são mais de sete mil.
A família de Bruno conheceu a religião por intermédio de uma tia que morava nos Estados Unidos. Ele vai ao salão do Reino dos Testemunhas de Jeová (igreja) onde frequenta as reuniões (o mesmo que missa para católicos e culto para evangélicos) nas quintas e domingos à noite.
Para explicar o porquê de não comemorar aniversário, Bruno pega um livro que contém as respostas para cada pergunta, caso algum curioso deseje saber. O livro “Raciocínio à base das escrituras” aborda diversos temas que costumam causar espanto para outras religiões.
Ele abre o livro, mostra o índice, aponta para o termo “aniversário natalício” e começa a explicar:
- Há várias explicações para isso. Posso citar o bolo, a vela, o fato de soprar a vela entre outras coisas. Comemorar o aniversário é um princípio pagão e não bíblico e ainda envolve o espiritismo. Se na Bíblia não cita o dia do aniversário de Jesus e muito menos alguma comemoração de aniversário, por que eu devo comemorar o meu?
Ele nasceu no dia 2 de maio e nunca festeja o aniversário e nem ganha presente nesse dia. As únicas datas comemorativas celebradas por ele são a morte de Jesus (Páscoa) e aniversário de casamento.
- Comemoro aniversário de casamento porque está presente na bíblia. O primeiro milagre de Jesus foi realizado em um aniversário de casamento. E a minha Páscoa não cai no mesmo dia dos católicos. Comemoro normalmente entre o mês de março ou abril, em que relembramos a última ceia e comemos e distribuímos o pão e o vinho assim como Jesus fez.
Ele acrescenta que nem canta o hino nacional e nem adora a bandeira.
- Não canto o hino, mas respeito quem canta. Fico parado na hora da execução do hino. Não se deve adorar nada, apenas a Deus. Não se deve fazer qualquer tipo de adoração ou idolatrar qualquer tipo de imagem ou pessoa. A única pessoa que se adora é Deus.
Bruno não tem preconceitos contra as demais religiões. Mas diz que já sofreu preconceitos por ser testemunha de Jeová. A história mais marcante foi quando estudava na terceira série e a professora programou uma festa de aniversário do mês e ele se recusou a participar. Segundo Bruno, a professora, que não conhecia a religião, o humilhou na frente dos outros alunos e falou que aquilo era um absurdo.
Para terminar, Bruno diz que quando tiver um filho vai deixá-lo livre para escolher a religião que desejar seguir.
-Vou dar a total liberdade que a minha mãe me deu.
- Até se ele escolher ser ateu?
- Se ele decidir ser ateu, vou aceitar numa boa.
Fonte: Fotec – Laboratório de Jornalismo da Universidade Federal do Rio Grande do Norte – 27/06/2010
A entrevista mostra que a vida universitária não moveu uma palha das convicções do jovem que conheceu as TJ´s na infância.O texto não diz que um dia, ele teve alguma festa de aniversário, idade exata em que ele entrou e se foi fácil ou não a aceitação das doutrinas das TJ´s, mas mostra que os princípios da Sociedade da Torre de Vigia são normais e não lhe causam constrangimento.
Mas há casos que demonstram exceções que muitas vezes pode acabar de forma desagradável, vejam esta matéria abaixo e vejam como extremismo doutrinário gera efeito perverso.
Conflito religioso termina em tragédia em Campo Grande
Filha de mãe Testemunha de Jeová, I.C., de 16 anos, cursava o 2º ano do Ensino Médio da Escola Padre João Grener, no Conjunto Estrela do Sul. A menina fazia parte de um projeto de dança e na noite de ontem telefonou para as amigas, chateada pelo fato de a mãe não ter autorizado a sua participação na apresentação cultural.
Às 9 horas, a Polícia Militar foi acionada para ir até o residencial, onde a família mora. Por conta do conflito religioso a família enfrentou a tragédia.
O pai, autônomo, acompanha os peritos que estão na residência, onde a menina estava sem vida. A suspeita é de que ela teria usado a arma do pai escondido e desferido um tiro no peito. Abalada, a mãe foi para a casa de uma vizinha.
Fonte: Jornal News Sul – Campo Grande-MS
Documentos da nossa mãe Igreja Católica, como Familiaris Consortio, por exemplo, ensina os pais a serem os “primeiros catequistas”, ensinando aos filhos os verdadeiros valores éticos e morais religiosos, mas a doutrina teológica moral é passada as crianças católicas através do testemunho de vida cristã e não por imposição. Diferente dos casais TJ´s, que forçam as crianças ensinos sectários, conduzindo-as muitas vezes a infelicidade e traumas quase indeléveis.E sair do “Novo Mundo” pode gerar conseqüências significativas, leiam este testemunho.
Meu nome é Andréia. Meus pais tornaram-se Testemunhas de Jeová em 1973, nasci em 1976, portanto, nasci "na verdade", assim como meus outros três irmãos. (....)Batizei-me aos 10 anos, junto com minha irmã de 11, em um congresso de Distrito em Belo Horizonte. Sempre fui zelosa, me esforçava para ser uma TJ perfeita.
Hoje luto contra traumas emocionais profundos em decorrência da rígida formação como TJ. Hoje sofro profundamente por ter me desligado da Organização enquanto minha mãe, meu pai, minhas duas irmãs e meu irmão caçula ainda são TJ. (...)Um dia, logo quando comecei a duvidar, quando disse a meu pai que não tinha certeza se era realmente ser TJ o que eu queria, minha família foi à reunião e eu fiquei em casa, me sentindo péssima. Quando eles chegaram, meu irmãozinho, então com uns nove anos, abriu a porta do quarto e me disse com os olhos cheios de lágrimas: - "Se você deixar a religião eu nunca mais falo com você". Aquilo foi como uma faca no meu coração, eu e ele tínhamos uma relação de tanto amor... eu era (e sou) apaixonada pelo meu irmão, e hoje somos como dois estranhos (...) Aos 17 anos, depois de terminar o 2º grau, disse aos meus pais que queria fazer faculdade, eles acabaram concordando, desde que minha irmã fosse fazer o mesmo curso, e este curso fosse na faculdade que fica em uma cidade próxima à cidade onde eles moram. Fizemos o vestibular, passamos e fomos estudar. Durante a semana freqüentávamos as reuniões na cidade onde estudávamos e todos os fins de semana íamos para casa, e freqüentávamos a congregação de meus pais.
Apesar de todos os esforços comecei a perceber que todos, nas duas congregações, nos tratavam como se fôssemos uma espécie de leprosos, pessoas com quem não era saudável conviver. (...)Aquilo me horrorizou por dentro, lembrei de todas as crianças, filhos de parentes, de amigos, ou de estranhos que eu conhecia, e disse para mim mesma: um Deus de Amor não faria isto com criaturas inocentes que não tiveram a oportunidade de escolher o seu caminho. Nesta época, conheci o meu atual marido, que fazia o mesmo curso que eu e começamos a namorar. Uma pessoa maravilhosa, de mente aberta, amoroso, então eu decidi que não era ser TJ o que eu queria para minha vida. Falei para o meu pai, disse que queria me dissociar...
Só quem já foi TJ pode entender o que isso significou em minha vida, na vida da minha família. Meu pai disse que jamais permitiria que outro filho fizesse faculdade, entre outros absurdos mais.
Uma semana depois fui surpreendida ao ser convidada para uma conversa com os anciãos, que na verdade era uma comissão judicativa. Eles me interrogaram sobre minha relação com meu namorado, se tínhamos fornicado, se eu tinha medo de admitir isso e era por isso que eu queria sair. Eu deixei bem claros os motivos pelos quais EU NÃO QUERIA MAIS SER TJ, e que minha vida sexual se existia ou não era um assunto pessoal meu, do qual eu não iria falar com eles. Alguns dias depois, minha irmã me chamou para uma conversa entre irmãs, amigas que éramos, e eu então lhe disse que eu não era mais virgem. Dali ela foi diretamente falar para o meu pai (algo completamente desnecessário, eu já tinha 21 anos, sabia perfeitamente o que fazia com minha vida, e não queria mais este conflito com meu pai).
O que aconteceu depois disso não sei exatamente, só sei que ao invés de ser dissociada como eu havia pedido, o anúncio foi dado nas congregações como desassociação. Incrível! Eu fui expulsa de um lugar de onde eu havia pedido para sair!!!
A humilhação para mim e para minha família foi maior assim... Isto foi em 1997. Até hoje tenho pesadelos com o Armagedon! Hoje eu sou uma mulher de 27 anos, casada, tenho uma filha, um emprego público federal, que consegui em um concurso com mais de 180.000 inscritos em todo o país, e não consigo sequer comprar roupas para mim sozinha... Parece que uma coisa não tem relação com a outra, mais tem tudo a ver... Eu tenho dificuldades em me relacionar com as pessoas em meu trabalho, em minha vizinhança, sou ansiosa, me sinto inadequada em qualquer círculo social. POR QUE?
Passei esta noite acordada e relembrando minha infância e adolescência... Foi doloroso... Doeu recordar como eu me sentia, sozinha em um canto na hora do recreio, na escola, porque eu não podia me relacionar com "mundanos"... a vergonha que eu sentia quando era aniversário de algum coleguinha do jardim de infância e eu ficava sentada e calada enquanto meus colegas cantavam parabéns... a ansiedade que eu sentia na 1ª série, quando eu sabia que haveria aula de Religião e que eu tinha que me levantar e sair da sala, ia para a sala da diretora, morrendo de medo e vergonha...Lembrei-me de quando os colegas me perguntavam o que eu ia ganhar no Natal, e eu tinha que dizer que na minha casa não tinha Natal, "Jeová não gostava de Natal"...
Lembrei-me do quanto eu tinha vontade de me vestir de caipira e dançar quadrilha nas festinhas juninas da escola, mas "Jeová também não gostava de festa Junina". Senti novamente a humilhação de ser obrigada a explicar em voz alta para a professora, por que eu não podia participar da festinha do dia das mães, explicar porque Jeová não gostava do dia das mães... Senti toda a solidão e toda a inadequação de viver no mundo, mas não poder fazer parte dele. Hoje eu não perco a oportunidade de assistir ao desenho He-man quando posso, pois quando eu era criança eu não podia.
Quando eu e minha irmã entramos na adolescência era preciso implorar para meu pai deixar a gente sair de casa, e mesmo assim ele ia atrás fiscalizar, depois tinha o sermão, toda aquela cobrança sobre "mundanos", toda aquela culpa, vergonha, humilhação...
Hoje posso admitir para mim mesma que era constrangedor quando eu entrava na casa de algum colega no serviço de campo, as gozações que eu ouvia depois... Acho que todos que passaram por isso sabem do que falo. (...).
http://parpen.tripod.com/sonhos_destruidos.htm
Jerry Bergman, psicólogo do Northwest State College EUA, desenvolveu um estudo acadêmico, disponível no site http://www.torresobvigia.no.comunidades.net/index.php?pagina=1030438210, muito consistente sobre doenças mentais. Ex-testemunha de Jeová, Bergman, fez uma pesquisa, a partir de estatísticas de resultados variáveis colhidas em diferentes povos e em épocas distintas, assim, obtendo algumas conclusões impressionantes. Segundo ele, “a taxa de doenças mentais entre as Testemunhas de Jeová está consideravelmente acima da média”.
Bergman afirma que as proibições impostas pela Watchtower alcançaram todas as áreas da vida da pessoa cobrindo-as minuciosamente ao extremo. Eles condenam todos os feriados e celebrações, exceto uma que eles chamam de “memorial”, e por gerações tem desencorajado a educação superior e o progresso nas carreiras (embora eles tenham relaxado estas regras recentemente). Perder uma de suas cinco reuniões semanais (as atividades da Watchtower tomam entre 20 a 30 horas por semana, se tem consciência disso), e gastar tempo com não Testemunhas (exceto no proselitismo – condutas fundamentalistas) é também condenado. Como resultado, é muito difícil para uma criança criada como uma Testemunha desenvolver-se como um adulto bem-ajustado socialmente.
Eles ensinam que os do mundo são maus, mesmo que eles pareçam amáveis, pois esta é mais uma das táticas de Satanás para seduzir os irmãos para deixar a Organização. Proibidas de se envolverem em relacionamentos sociais normais e em muitas atividades escolares as crianças Testemunhas de Jeová crescem solitárias. Apesar de desvios entre elas serem comuns, não raro traz culpa e ambivalência. Em adição a isso, há outras questões – especialmente a recusa em saudar a bandeira ou celebrar feriados – que ‘via de regra’ provoca o menosprezo de seus semelhantes, o que obstrui o desenvolvimento social normal.
A Watchtower ensina as Testemunhas à “não quererem nada” com os críticos e a “não serem curiosos sobre o que às pessoas, que não são Testemunhas dizem”. Eles ainda se põem em posição antagônica quando vão de porta em porta, e desta experiência eles geralmente desenvolvem paranóia. De fato, a esquizofrenia paranóica é extremamente comum entre eles.