Vaticano, 05 Mar. 14 / 04:22 pm
(ACI/EWTN Noticias).- O Papa Francisco foi acusado recentemente, sobre tudo por
alguns meios e indíviduos nos Estados Unidos, de ser “marxista”, logo após
publicar sua exortação apostólica Evangelii Gaudium em 2013. Em sua última
entrevista à imprensa o Santo Padre precisa que nunca compartilhou essa
ideologia porque é falsa.
Em uma entrevista publicada
hoje pelos jornais La Nación (Argentina) e Corrriere della Sera (Itália), o
Santo Padre afirma que não o incomodou “para nada” que o tenham qualificado de
marxista logo depois da publicação de sua exortação, na qual apresenta uma
espécie de “plano geral” de Nova Evangelização.
“Nunca compartilhei a ideologia
marxista, porque ela é falsa, mas conheci muitas pessoas boas que professavam o
marxismo”, afirmou.
O Santo Padre explica logo por
que lhe importa tanto chegar aos pobres e precisa que “o Evangelho condena o
culto à riqueza. O pauperismo é uma das interpretações críticas. Na Idade
Média, havia muitas correntes pauperistas. São Francisco teve a genialidade de
colocar o tema da pobreza no caminho evangélico. Jesus diz que não se pode
servir a dois amos, Deus e o dinheiro”.
“E quando formos julgados ao
final dos tempos (Mateus, 25), nos perguntarão sobre nossa proximidade com a
pobreza. A pobreza nos afasta da idolatria e abre as portas à Providência.
Zaqueu entrega a metade de suas riquezas aos pobres. E a quem tem seus celeiros
cheios de seu próprio egoísmo o Senhor, ao final, pedir-lhes-á contas. Acredito
ter expressado bem meu pensamento sobre a pobreza no Evangelii Gaudium’”.
Sobre a globalização, o Santo
Padre diz que é certo que “salvou da miséria muitas pessoas, mas condenou a
muitas outras a morrer de fome, porque com este sistema econômico se torna
seletivo”.
“A globalização sobre a qual a
Igreja pensa não se parece com uma esfera em que cada ponto é equidistante do
centro e na qual, portanto, perde-se a particularidade dos povos, e sim um
poliedro, com suas diversas facetas, no que cada povo conserva sua própria cultura,
língua, religião, identidade”.
O Papa disse ainda que “a atual
globalização ‘esférica’ econômica, e sobre tudo financeira, produz um
pensamento único, um pensamento débil. E em seu centro já não está a pessoa
humana, só o dinheiro”.