Leniéverson Azeredo
Gomes
San Angeles é
uma cidade fictícia do filme americano, O Demolidor, produzido em 1993 e
dirigido pelo Marco Brambilla. O nome do lugar é, na verdade, um ajuntamento
de municípios americanos, localizados no
estado da Califórnia (Santa Mônica, San Diego e Los Angeles). A localidade é o
pano de fundo para um enredo, que traduz o desejo de muitas mentes esquerdistas
de plantão. Mas do que está se falando?
O sonho das esquerdas é implantar a ‘desmilitarização das polícias’. E, desde
junho do ano passado, as esquerdas festivas vêm promovendo badernas e
vandalismo sob a farsa ideologia de que
“estão transtornando para mudar o mundo”. E, como tal, arrumaram um algoz para
ser exterminado: as Polícias Militares. Quem sabe, além da mentalidade
marxista, viram muito desenhos, como o ‘Pink e Cérebro’, produzido. Enfim, vá
lá saber o que se passa na mente de um esquerdista com exatidão.
Escrevi um
texto, com o título “As revistas eletrônicas dominicais ‘Fantástico’ e ‘Domingo
Espetacular’, Rolezinhos, equívocos interpretativos e as bobagens. Ou: O que
está havendo com a OAB pelo Brasil afora? Resposta óbvia? Nem tanto, mas é
grave”, que mostra vários movimentos revolucionários ou instrumentalizados
ideologicamente, com títulos de “Black Blocks”, “Rolezinhos” e companhia
promovem badernas e vandalismos para que a PM apareça e seja criticada por sua
ação. Não, senhores e senhoras, senhoritos e senhoritas, não defendo excessos
de espécie alguma, mas tolero demonização de uma atividade profissional.
Afinal, qual atividade profissional que não tenha bons e maus exemplos? As boas
conservadoras e sábias línguas sabem que a PM estadual, mais ‘bem’ (o bem é uma
ironia) falada é a do Estado de São Paulo. A esquerda caviar tem feito de tudo
– até o inferno, como diria o Ministro Gilberto Carvalho - para tirar o Geraldo
Alckimin, do PSDB, para colocar o atual ministro da saúde, Alexandre Padilha, do
PT, no Governo de São Paulo, assim como fizeram com o Fernando Haddad, na
prefeitura da capital paulista. Mas voltando ao Filme, sem desplugar do
assunto...
John
Spartan, interpretado pelo ator Sylvester Stallone (brilhante também em outros
filmes como Rambo e Rock Balboa), é um detetive de polícia do século XX, mais
exatamente de 1996. Salienta-se que, nos roteiros de Peter M. Lenkov e Robert Reneau, a San
Angeles daquele ano, estava assolada por diversos tipos de crimes e, obviamente
infestadas de criminosos. Um desses criminosos é Simon Phoenix, interpretado
pelo ator Wesley Snipes (ele interpretou também o vampiro Blade). Há um assalto
no filme, promovido por esse criminoso, onde há vários reféns. Spartan é um dos
designados para combater o crime e, junto com os colegas, inicia-se uma troca
de tiros entre a polícia e o Simon Phoenix, que acaba matando as pessoas que
estavam sob o poder do criminoso. Phoenix é preso, mas o detetive Spartan
recebeu a acusação de ter sido ele, o assassino dos reféns. Tanto Simon, quanto
Spartan são condenados a viver na câmara criogênica, uma espécie de prisão onde
eles ficam até o fim do cumprimento da pena.
Acontece
no filme, o que se chama de “passagem de tempo”, levando todos os espectadores para
2032. Nesse ano, Simon misteriosamente desperta da câmara criogênica e foge do
presídio. A academia de polícia daquela época reabilita Spartan, descongelando
ele da câmara criogênica, apesar do relatório dizer certas coisas negativas. A
alegação era de que, Spartan era o único habilitado para prender Simon.
Na
ficção, a San Angeles de 2032, tinha dados quase nulos de violência urbana e
periférica. As armas do tempo de Spartan e Simon eram verdadeiras peças de
museu. As armas, se é que poderiam ser chamado de armas, de 2032 eram, na
verdade dispositivos que emitiam raios ou choque raramente usados, havia-se uma
lei onde relações sexuais e xingamentos eram crimes passiveis de multa. Mas, ao
longo do filme desenhava-se que essa perfeição toda era de alguma forma, uma
fachada. Tanto Simon, quanto Spartan sabiam disso, mas a corporação policial
daquele ano não levavam as gozações do colega do passado a sério.
Quem não se
lembra da cena antológica do personagem de Wesley Snipes, xingando várias vezes
diante de uma maquina de multas. De fato, isso deve ser interpretado como uma
zombaria a legislação que multa quem fala ‘palavrão’.
É impossível
não ver, no filme, uma referência direta ou indireta – fica a gosto do leitor –
ao livro “Admirável Mundo Novo”, de Aldous Huxley. A personagem Lenina Huxley,
a tenente de polícia de 2032 que ajuda Spartan na caçada a Simon – que morre no
final do longa-metragem -, e interpretada pela atriz Sandra Bullock ( estrela
também do filme Miss Simpatia 1 2), é uma homenagem a Lenina Crowley,
personagem do livro Huxleriano. Alias, no filme, Lenina é, digamos estimulada
por Spartan a desmascarar um plano do Governador de San Angeles, Dr. Raymond
Cocteau, interpretado pelo ator Nigel Hawthorne, que consistia em matar um
líder rebelde, residente em um submundo subterrâneo.
Entendo que
muitos costumam avaliar os personagens de Sylvester Stallone muito violentos e
brutos, Spartan inclusive. Mas, a narrativa do filme desenhada
transcendentemente pelos roteiristas, expõe um personagem congelado em 1996 e,
descongelado em 2036, porque, os valores policiais – conservadores - do passado
dele eram capazes de resolver dilemas da política de segurança pública
sustentada em mentiras e corrupção.
É a mesma
coisa, no Brasil de nossos tempos, toda medida conservadora de direita, acaba
sendo tida como ilógica, bruta e violenta pelas esquerdas . Não, não entendam
como se eu tivesse defendendo excessos. Não defendo, mas a bandeira nacional
diz: “Ordem e Progresso”, ou seja, não há um país que queira progredir
seriamente sem ordem, sem valores, sem respeito, sem limites e, no caso da
política de Segurança Pública, sem combate duro, dentro de leis severas e que
gere no bandido medo da justiça.
Se nós
examinarmos o exemplo da San Angeles do
filme, podemos verificar que, no fundo, no fundo, não é que os bandidos
acabaram ou diminuíram drasticamente, eles foram, digamos “varridos” para o
subterrâneo, para uma catacumba urbana.
Em suma: houve uma política de sanitarismo que ajudava a sustentar um
engodo. Isso lembra, quando o então Presidente da República, Rodrigues Alves,
implantou, no inicio do século passado, uma medida sanitária afastando os
pobres que moravam em cortiços, no centro do Rio de Janeiro para os morros, sob
o pretexto de melhorias urbanísticas. Foi ali que começaram a surgir às favelas
da capital fluminense. Rodrigues Alves não era de esquerda, mas a estética de
varrimento mantem certas semelhanças.
Hoje, não se
sabe, com sinceridade, o que as esquerdas no Brasil pensam sobre a expressão
‘desmilitarização da policia’, mas sabemos o pano de fundo ideológico: o
marxismo e, lógico, traumas com a
ditadura militar (1964-1985). O que significa uma ideia muito mais sociológica
do que técnica. Se nós examinarmos na Venezuela, adepta ditatorialmente do
chamado “Bolivarianismo do Século XXI” – vá lá saber o que venha a ser isso - é
um dos países mais violentos do mundo, aboliu na década passada as polícias
estaduais e tem uma polícia nacional com ramos em diversas partes do país.
Recentemente, o herdeiro do Chavismo, o atual ‘presidente’ (ditador) Nicolás
Maluco..ops...Maduro, disse que a culpa da violência é das novelas estrangeiras.
Hein? Além da Venezuela, outros países de linha esquerdista, como a China, usam
tropas de choque para conter o que chamam de rebeldes, mandando para Campos de
Concentração (uma espécie de lugar onde os direitos de discordância são
colocadas no subterrâneo da dignidade). A China deu recentemente uma afrouxada,
mas dá 4 passos para trás, quando cerceia o uso da internet e controla a mídia
– o que acontece em outros países governados por esquerdistas.
Portanto, se
ouvir algum esquerdista defendendo coisas como “desmilitarização da polícia”,
use esses e outros países como exemplo. E diga, que isso, não resolverá, por
exemplo, a questão dos 50.000 homicidios anuais, divulgado pelo Anuário
Nacional de Segurança Pública.
Caminhando
para o fim, se der corda a essas bobagens travestidas de política de segurança
pública, o Brasil virará uma grande San Angeles, mergulhada em corrupção,
mentiras e sanitarismos penais. Afinal, desejar artificialmente admiráveis
mundos novos são, na verdade, admirar um mundo sem lógica e com ideias de
jerico.