sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Sobre ecumenismo, o Ano da Fé e você, internauta. .


Leniéverson Azeredo Gomes


 
Um mau católico, dá um bom protestante. Eita tema polêmico, não? Sim, é polêmico, mas não é um tabu e nem deve denotar que essa expressão é uma agressão ao ecumenismo (Diálogo com outras igrejas (com "i" minúsculo mesmo) cristãs (não me refiro as seitas). Aliais, há uma sempre interpretação errada de, pelo menos dois documentos da Igreja (Unitatis Redintegratio, do Concílio Vaticano II e o Ut Unun Sint, do Papa João Paulo II). Os dois documentos pregam o respeito a outras expressões cristãs, mas não aboliu a concepção bimilenar de que a Igreja Católica é a unica Igreja de Cristo. De fato, essa má interpretação advem de uma ideia distorcida da Bula Sylabus, de Pio IX. Vejam o trecho distorcido:
"Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar".
Aqui fala que fora da Igreja Católica, não há salvação, porém aí vem a parte que gera confusão:
"Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência podem conseguir a salvação eterna".
O verbo poder não significa garantir ou conferir, a Bula Syllabus que é na verdade um dogma NÂO expressa que fora do catolicismo haja Salvação, expressa que aqueles desconhecedores dessa Verdade, que nunca ouviram falar...podem (mas não é garantido) obter a Salvação Eterna.
Eu amparo meu argumento na Carta Dogmática ‘A Respeito do Corpo Místico de Jesus Cristo’, publicada pelo Sumo Pontífice o Papa Pio XII aos 29 de junho de 1943, que diz:
"Sua Santidade de modo nenhum os exclui da salvação eterna;afirma, porém, que se acham em condições ‘nas quais não podem estar certos de sua salvação eterna... visto permanecerem privados dos muitos dons e auxílios celestiais dos quais somente na Igreja Católica se pode usufruir’ (A.A.S., 1.c. 243).
Viram? Eles não estão excluidos, mas não há garantias de que terão a Salvação, tendo em vista que só na Igreja Católica pode "usufruir os dons e auxilios celestiais".
Já estamos vivendo o Ano da Fé e nós católicos, a partir da Carta Apostólica "Porta Fidei) (Porta da Fé), nos orienta:
O Ano da Fé será uma ocasião propícia também para intensificar o testemunho da caridade. Recorda São Paulo: «Agora permanecem estas três coisas: a fé, a esperança e a caridade; mas a maior de todas é a caridade» (1 Cor 13, 13). Com palavras ainda mais incisivas – que não cessam de empenhar os cristãos –, afirmava o apóstolo Tiago: «De que aproveita, irmãos, que alguém diga que tem fé, se não tiver obras de fé? Acaso essa fé poderá salvá-lo? Se um irmão ou uma irmã estiverem nus e precisarem de alimento quotidiano, e um de vós lhes disser: “Ide em paz, tratai de vos aquecer e de matar a fome”, mas não lhes dais o que é necessário ao corpo, de que lhes aproveitará? Assim também a fé: se ela não tiver obras, está completamente morta. Mais ainda! Poderá alguém alegar sensatamente: “Tu tens a fé, e eu tenho as obras; mostra-me então a tua fé sem obras, que eu, pelas minhas obras, te mostrarei a minha fé”» (Tg 2, 14-18).
E é essa fé católica, a fé dos membros da Igreja de Cristo e não de igrejolas fundadas por homens. E apesar do momento de crise da própria fé, que devemos reavivá-la, anunciá-la e levá-la a todas as nações. Sair da "pastoral do banco"(achar que participar da missa é suficiente) e levar a palavra de Deus a todas as nações. Estou agindo e você?Vai arregaçar as mangas ou ficar parado vendo a banda passar cantando coisas de amor?Olhe para o Santíssimo (foto acima), e reze para que você tenha mais fé e seja um missionário de Cristo.

Reflexão Litúrgica do dia 26 de Outubro.


Leniéverson Azeredo Gomes


“É assim a geração dos que buscam vossa face, ó Senhor, Deus de Israel. Ao Senhor pertence a terra e o que ela encerra, o mundo inteiro com o seres que o povoam (...)”. O trecho do Salmo 23, nos mostra de forma categórica e expressa, o Senhorio de Deus na vida de todos os seres que habitam a terra, sobretudo, o ser humano. Amados e amadas, todas as gerações, toda a humanidade eleita tem de proclamar Deus, Santo e Senhor do Universo.
Na carta de São Paulo aos Efésios, capítulo quarto, versículos de 1 a 6, orienta de forma segura que essa comunidade de eleitos precisa colocar em prática alguns ensinamentos do Senhor, não só simplesmente com o intuito de imitá-lo, mas para que tenham uma vida pacífica e harmônica, assim, evitando contendas uns com os outros.
De fato, é um caminho santo de vida comunitária, “em acordo com a vocação que recebemos de Deus” (Ef 4,1). Um modo de inter-relação, ou seja, de convivência que envolve, acima de tudo, “humildade e mansidão, onde cada ser humano suporta uns com os outros com paciência, no amor” (v. 2).
É esse espírito de unidade pelo vinculo da paz, que cada pessoa deve aplicar para si com o seu semelhante. Afinal, existe apenas “um só corpo, um só espirito e uma só esperança à qual somos todos os dias chamados” (Ef 4,4). Bem como, “há um só Senhor, uma só fé, um só Deus  Pai de Todos, age no meio de todos e permanece em todos”. (v 5,6)
São Irineu de Lião, um dos ícones mais importantes da patrística, pontua que “com efeito, a Igreja, embora espalhada no mundo inteiro até os confins da terra, tendo recebida dos apóstolos e dos discípulos deles a fé, guarda (esta pregação e esta fé) com cuidado, como se habitasse em uma só casa, nelas crê de forma idêntica, como se tivesse uma só alma; e prega as verdades de fé, as ensina e transmite com voz unânime, como se possuísse uma só boca” (Adv. Haer. 1,10,1-2;).
Percebam que Deus, a partir desse entendimento, bastante evidente, estabelece, além disso, que a relação entre a comunidade de fiéis, em todo o mundo, depende de a mesma viver as três virtudes teologais: a fé, a esperança e a caridade. De acordo com o § 1813 do Catecismo da Igreja Católica, as virtudes teologais “informam e vivificam todas as virtudes morais, além de serem infundidas por Deus na alma dos fiéis para torna cada um capaz de agir como filho de Deus e merecerem a vida eterna”.
Dessa forma não seremos hipócritas, como as multidões as quais  Jesus fazia pregações, a exemplo das descritas no evangelho de hoje (Lc 12,54-59), onde se conhece as virtudes teologais de cor e salteado, mas não se propõem colocá-la em prática.