terça-feira, 31 de maio de 2011

Um suicídio lento, disfarçado

A mais importante instituição humana, a família, vem sendo alvo de ataques, sempre velados, por alguns órgãos da imprensa, como também por iniciativa de alguns políticos (nem todos, é verdade), que se dizem representantes da comunidade nacional e que, de modo velado, procuram atingir as bases dessa instituição que tem seu fundamento na própria palavra de Deus (cf. Gn 1,28).

Um fator, potente destruidor da família e também do ser humano, é a liberação do tráfico e do uso de drogas. É fato inconteste que o uso de drogas simplesmente destrói a família. Digam-nos aqueles que, a duras penas, conseguiram libertar-se de seu uso.

Pois bem, o deputado Paulo Teixeira, do Partido dos Trabalhadores de São Paulo e líder na Câmara de sua Excelência, a presidente do Brasil, disse que a maconha é droga recreativa, como seu uso só trouxesse recreação para os que a usam.

[Teixeira disse que o governo deveria autorizar a criação de cooperativas para o plantio e a distribuição da maconha e que irá sugerir ao Ministério da Justiça que o Conselho Nacional de Políticas sobre Drogas faça um projeto com as "mudanças óbvias" na legislação sobre drogas].

Mais: declarou que iria solicitar apoio para esse infame projeto ao senhor ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e ao governador do Rio de Janeiro, que se tornou tristemente famoso ao afirmar "... quem não teve uma namoradinha que teve que abortar?", num total desrespeito à mulher.

Sugiro a esse deputado que antes de pleitear a aprovação de seu projeto que visite a Fazenda da Esperança, em Guaratinguetá, onde poderá constatar "ao vivo" a força destruidora de toda e qualquer droga, seja ela qual for.

Acima de tudo, sugiro ao ilustre deputado que consulte a Sagrada Escritura, onde Deus nos manda conservar a vida, respeitá-la, condenando tanto o homicídio quanto o suicídio.

O uso da droga é um suicídio lento, disfarçado.

Dom Luiz Gonzaga Bergonzini é Bispo da Diocese de Guarulhos, em São Paulo.
Guarulhos, 30 de abril de 201

domingo, 29 de maio de 2011

Crime no Pará: Comissão da CNBB divulga declaração

A Comissão Episcopal Pastoral para a Caridade, Justiça e Paz da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) divulgou uma declaração sobre o assassinato dos líderes ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e sua esposa Maria do Espírito Santo Silva, ocorrido no dia 24, por volta das 8h em Nova Ipixuna, estado do Pará. O casal foi assassinado a tiros no interior do Projeto de Assentamento Extrativista, Praia Alta Piranheira, no município de Nova Ipixuna, sudeste do estado.

“A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz - CNBB se une às inúmeras manifestações de repúdio ao brutal assassinato do casal”, diz um trecho. A Comissão lembra também uma declaração feita em novembro de 2010, por José Cláudio diante de mais de 400 pensadores de diversas áreas do conhecimento, na qual ele disse “vivo da floresta, protejo ela de todo jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora porque eu vou pra cima, eu denuncio”.

Ainda na declaração, a Comissão pede, em nome das Pastorais Sociais e dos Organismos a ela vinculados, “solidariedade às comunidades da diocese de Marabá, ao povo de Nova Ipixuna e aos familiares do casal”.

Leia declaração na íntegra

Declaração de repúdio ao assassinato do casal de extrativistas no Estado do Pará

“Como a terra faz desabrochar suas sementes, Deus fará germinar a justiça diante de todas as nações’ (cf. Isaias, 61,11).

A Comissão Episcopal Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz - CNBB se une às inúmeras manifestações de repúdio ao brutal assassinato do casal Maria do Espírito Santo da Silva e José Cláudio Ribeiro da Silva, líderes camponeses, ocorrido na manhã desta terça-feira, 24 de maio, em Nova Ipixuna, sudeste do Pará.

Conhecido por sua liderança no projeto de assentamento agroextrativista Praialta-Piranheira, criado em 1997, e na associação de camponeses da região, o casal ganhou o respeito e a admiração de todos na região por sua bravura na denúncia da ação de madeireiros ilegais na floresta amazônica.

A declaração feita, em novembro de 2010, diante de mais de 400 pensadores de diversas áreas do conhecimento sob o tema da qualidade de vida no planeta, nos dá uma dimensão da luta e do comprometimento de José Cláudio com a ecologia:

"Vivo da floresta, protejo ela de todo jeito, por isso vivo com a bala na cabeça a qualquer hora porque eu vou pra cima, eu denuncio. Quando vejo uma árvore em cima do caminhão indo pra serraria me dá uma dor. É como o cortejo fúnebre levando o ente mais querido que você tem, porque isso é vida pra mim que vivo na floresta e pra vocês também, que vivem nos centros urbanos".

O assassinato de Maria e José Cláudio, com repercussão internacional, traz à memória Chico Mendes e Ir. Dorothy, vítimas do mesmo poder econômico que avança sobre as florestas. A violência que mata estas lideranças em nosso país, evidencia a urgência de um modelo de desenvolvimento que respeite e promova a riqueza das culturas tradicionais na proteção, convivência e produtividade dos povos da floresta. Este pensamento foi expresso pela CNBB ao afirmar que:

“Organizar um processo produtivo que efetive a solidariedade e harmonize as sociedades atuais com as gerações futuras e com o meio ambiente é o desafio de um novo paradigma para a questão agrária no início do século XXI”
. (cf. Doc. 99, Estudos da CNBB, nº 235-236).

Em nome das Pastorais Sociais e dos Organismos a ela vinculados, a Comissão Pastoral para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz - CNBB manifesta sua solidariedade às comunidades da diocese de Marabá, ao povo de Nova Ipixuna e aos familiares do casal Maria e José Cláudio. Exige, ao mesmo tempo, a apuração imediata dos crimes com a consequente punição dos culpados, bem como a proteção a todas as lideranças camponesas ameaçadas de morte, para que floresça a justiça em nosso país.

Brasília, DF, 26 de maio de 2011.
Dom Guilherme Antônio Werlang MSF
Presidente da Comissão Episcopal Pastoral
para o Serviço da Caridade, da Justiça e da Paz

“Linhas de ação para o diaconado permanente” é o tema de discussão hoje no 2º CLADP

Continua em Itaici, município de Indaiatuba (SP) o 2º Congresso Latino-americano e Caribenho do Diaconado Permanente (2ºCLADP), promovido pelo Departamento de Vocações e Ministérios, do Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM). O evento reúne 256 pessoas: 20 bispos, 30 presbíteros, 165 diáconos, 40 esposas e 1 leigo da América Latina e Caribe e representantes da Europa e Estados Unidos.

De acordo com o diácono Manoel Damasceno, de Brasília, nesta sexta-feira, 28, ao longo de todo o dia, o diácono José Duran, de Pernambuco, fala sobre as novas linhas de ação para o diaconado permanente na América Latina e Caribe. “Cada sessão tem debates e discussões sobre os ‘Apóstolos das Novas Fronteiras da Missão’, conforme o nº 208 do Documento de Aparecida (DAp)”, informou o diácono.

As discussões do Congresso acontecem em torno do lema “Os diáconos: apóstolos nas novas fronteiras”, com o objetivo de dar ênfase à situação da Igreja e do diaconado no Continente.

“Destacamos nesse evento toda a vida do diácono, como sua educação, espiritualidade, entretenimento e caminhos percorridos, tanto para ele [diácono], quanto para suas famílias, para que o cumprimento da vocação, a que são chamados, esteja em paralelo com o pensamento da Igreja”, destacou o presidente do Departamento de Vocações e Ministérios do CELAM, arcebispo de Teresina (PI), dom Sérgio da Rocha.

Participa também do Congresso o novo secretário geral da CNBB, dom Leonardo Ulrich Steiner. Ele presidiu a missa que abriu o Congresso, no dia 24, e participou dos primeiros debates sobre o diaconado no Brasil.

“O Congresso foi convocado para acolher as contribuições da Conferência de Aparecida e para compartilhar as experiências do Diaconado Permanente desde o 1º Congresso, realizado na cidade de Lima, Peru, em agosto de 1998”, explicou o assessor da Comissão Episcopal Pastoral para os Ministérios Ordenados e a Vida Consagrada da CNBB, padre Reginaldo de Lima.

As conferências abordam as seguintes temáticas: “Situação Atual do Diaconado no Continente”, feita pelo diácono Miguel Ángel Herrera Parra, do Chile, em conjunto com o diácono José Espinós, da Argentina. “Desafios para a essência e os deveres dos diáconos nas atuais circunstâncias”, com o bispo de São Gabriel da Cachoeira (AM), dom Edson Damian; “Teologia e Eclesiologia do Diaconado Permanente e os desafios da atualidade”, com dom Sérgio da Rocha.

Uma peregrinação ao Santuário Nacional de Nossa Senhora Aparecida, em Aparecida (SP), faz parte da programação neste sábado, 28. O encerramento será no domingo, 29, com uma missa na Igreja de Vila Kostka em Itaici.

Pastoral Afro-brasileira lamenta morte de Abdias do Nascimento

A Pastoral Afro-brasileira da CNBB lamentou, por meio de uma nota de pesar, o falecimento do líder negro Abdias do Nascimento, 97. “Depois de uma existência longa, marcada pelo compromisso profundo em favor da inclusão da população afro-brasileira, Abdias partiu para a casa do Pai”, diz o texto. “Ele cumpriu com fidelidade uma missão valiosa aos olhos de Deus e dos afro-brasileiros”, completa.

Abdias do Nascimento morreu na noite de segunda-feira, 23, no Rio de Janeiro. Ele foi um ativista negro, ex-deputado, secretário estadual e senador; foi também pintor autodidata, escritor, jornalista, poeta e ator.

O líder estava internado no Hospital do Servidor do Rio de Janeiro, desde 15 de abril, e morreu de insuficiência cardíaca, segundo a assessoria de imprensa do hospital. Ele foi internado por complicações de diabetes.

Leia nota na íntegra

Nota de Pesar!

A pastoral afro-brasileira da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil manifesta pesar pelo falecimento do grande líder negro Abdias do Nascimento.

Depois de uma existência longa, marcada pelo compromisso profundo em favor da inclusão da população afro-brasileira, Abdias partiu para a casa do Pai.

Apesar do momento de dor, cabe lembrar com alegria as ações deste irmão maior: o trabalho de inclusão cultural através do Teatro Experimental do Negro, até a luta pela superação do racismo e do preconceito racial com políticas afirmativas em prol da população negra. Ele cumpriu com fidelidade uma missão valiosa aos olhos de Deus e dos afro-brasileiros.

Agradecemos a Deus o dom da vida deste que vive a Páscoa definitiva e agradecemos aos seus familiares a gratuidade de partilhar com a nação brasileira a existência deste homem que sempre procurou fazer o bem!

Atenciosamente,


Dom Frei João Alves dos Santos, OFMCap
Bispo de Paranaguá – PR

Pe. Ari Antônio dos Reis
Assessor da Pastoral Afro-Brasileira

COMEMORAÇÕES

Ordenação Episcopal
· Dom Alfredo Ernest Novak, CSSR, Bispo Emérito de Paranaguá – PR, 1979
· Dom Fernando José Penteado, Bispo Emérito de Jacarezinho – PR, 1979
· Dom Frei José Cardoso Sobrinho, OCarm, Arcebispo Emérito de Olinda e Recife – PE, 1979
· Dom Ladislau Biernaski, CM, Bispo de São José dos Pinhais – PR, 1979
· Dom Newton Holanda Gurgel, Bispo Emérito de Crato – CE, 1979
· Dom Frei Ramón López Carrozas, OdasM, Bispo de Bom Jesus de Gurguéia – PI, 1979

domingo, 1 de maio de 2011

João Paulo II: Cardeal Saraiva Martins admite canonização a curto prazo

Antigo responsável pelas causas dos santos diz que a beatificação foi uma festa que vai «ficar na história»

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano

Cidade do Vaticano, 01 mai 2011 (Ecclesia) – O cardeal português no Vaticano, José Saraiva Martins, admitiu hoje que o prazo para a canonização (declaração oficial como santo) de João Paulo II deverá ser menor do que os seis anos que foram necessários para a beatificação.

“Para a canonização, basta um milagre”, indicou o antigo responsável pela Congregação para as Causas dos Santos (CCS), sem querer, no entanto, “fazer previsões”.

O Papa polaco foi proclamado beato por Bento XVI esta manhã, na Praça de São Pedro, numa cerimónia em que participaram cerca de um milhão de pessoas, segundo as autoridades italianas.

Esta é a penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica, e concluiu uma primeira fase de trabalhos, iniciada em maio de 2005.

De acordo com o direito canónico, para a canonização é necessário um novo milagre atribuível à intercessão do beato João Paulo II a partir de hoje.

Concluídas estão, em definitivo, as investigações sobre as chamadas “fama de santidade” e “virtudes heroicas” de Karol Wojtyla (1920-2005), eleito Papa em outubro de 1978.

O cardeal Saraiva Martins, que falava após a celebração na Praça de São Pedro, mostrou-se satisfeito com a presença de “peregrinos vindos de todo o mundo para uma grande festa”.

“É uma festa de toda a humanidade que ficará na história”, sustentou.

O antigo responsável da CCS comentou ainda uma declaração do atual Papa, durante a homilia da Missa da beatificação, na qual Bento XVI afirmava ter querido que a causa de beatificação de João Paulo II “pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade”.

Segundo o cardeal português, desde maio de 2005 – altura em que ainda liderava a Congregação responsável pelas causas de canonização – houve sempre o cuidado de “proceder sem perder tempo”, permitindo que os trabalhos se tivessem iniciado “imediatamente”.

“A minha preocupação era, realmente, fazer com que esta causa de beatificação chegasse ao fim quanto antes”, indica José Saraiva Martins.

Karol Wojtyla foi beatificado pelo seu sucessor, um facto inédito na história da Igreja que respondeu a inúmeros gestos de “veneração por ele[João Paulo II]”, segundo o atual Papa.

Beatificação de João Paulo II

Este é, sem dúvida, um dos dias mais importantes para a Igreja Católica mundial.