quarta-feira, 7 de julho de 2010

Festas juninas: Como uma inocente festa pode esconder uma polêmica?

Por Leniéverson Azeredo GomesJustificar

Tem casamento na roça!Olha a cobraaaa! Anavan! Annariê!!Pois é, quando escutamos alguém dizer essas frases, nos lembram exatamente das quadrilhas, arraiás ou simplesmente das festas juninas – e em alguns lugares até julinas. No sexto e sétimo mês do ano, muitos lugares enfeitam terrenos com bandeirinhas coloridas, pequenos balões de papel, fogueiras são acesas, barracas são montadas para que possam ser vendidos quentões, refrigerantes, doces, salgados e outros comes e bebes aos “convidados” que assistiram o esforço de meses de pessoas que vão ser estrelas de um grande espetáculo cultural.
Mas diferente do que muitas pessoas pensam, festa junina não recebeu este nome devido ao mês de junho, mas em homenagem a São João, logo festas joaninas que com o tempo depois virou juninas..Para compreender um pouco melhor isso, precisamos voltar ao passado. As festas juninas ou festas dos santos populares são celebrações que acontecem em vários países historicamente relacionados com a festa do solstício de verão, que era celebrada no dia 24 de junho, segundo o Calendário Juliano (pré-gregoriano) e cristianizados na Idade Média como "festa de São João”.
No Brasil, o formato veio com os portugueses, no Século XVI, que fizeram uma mistura de danças existentes em alguns paises cristãos da Europa, como a Ucrânia, Polônia e Itália. De Portugal também a introdução de outros dois santos populares: Santo Antonio e São Pedro. Desde então, essa grande festa passou por mudanças e adaptações as diversas regiões brasileiras. Caruarú, no estado de Pernambuco, disputa todos os anos com Campina Grande, na Paraíba pelo titulo de melhor quadrilha, no Guinness Book, o livro dos Recordes. Normalmente todos os arraiás são embalados pelas sanfonas, triângulos e zabumbas (um instrumento de percursão), sempre com letras dedicadas aos Santos.
Mas se para nós católicos as festas juninas ou joaninas é um programa divertido e agradável, para os ou protestantes é alvo de uma polêmica: Protestante, deve ou não participar de quadrilhas? O protestantismo sempre viu com “olhos tortos” as festas juninas, por considerar uma idolatria. As discussões que eram travadas no passado, restritamente no interior dos templos e rádios “evangélicas”, agora são debatidas nos programas de TVs, blogs, fóruns e portais de notícias ligadas a Igrejas, pastores e fiéis.Grosso modo são debates ‘calientes’ onde alguém coloca as “cartas” na mesa e todos são estimulados a desenvolver estratégias e apontamentos sobre o carteado.Mas é na Internet, por conta do caráter instantâneo e ágil, que os debates ganham tons diversos.
Em sites como o Fórum Gospel, Lideranca.org, por exemplo, o debate a ponto de definir: Se a escola do meu filho pequeno tiver festa junina, deixo ou não o deixo participar?Todos em peso, dizem que não e sempre justificando “possíveis” idolatrias com passagens bíblicas, usadas como se fossem coelhos retirados da cartola. A passagem mais usada por eles, se encontra em I Cor 6,12 : “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convêm”.
Como os “evangélicos” por herança luterana, lançam da “Sola Scriptura” – Só a Escritura, pegam algo isolado de um texto, para distorcer o contexto, com um experto pretexto, no caso dizer que “verde que é verde, na verdade é azul”.
De acordo com a Bíblia de Jerusalém, uma das famosas traduções das Sagradas Escrituras católicas, afirma em sua nota de rodapé que, a expressão de autoria de São Paulo ou apóstolo Paulo para os “Evangélicos” ao povo de Corinto , em nenhum momento “trata de saber o que é lícito (permitido) ou ilícito (proibido), mas de determinar o que favorece ou prejudica o crescimento do homem novo, renascido em Cristo”.
Então, a partir disso, devemos nos perguntar, as festas juninas desfavorecem ou prejudicam quem quer ser de Cristo?Claro que não, minha gente!Não há idolatria alguma. É de sumo conhecimento de que Fernando de Bulhões (Antônio de Pádua) e João Batista eram pregadores do Evangelho e, São Pedro, além de ser pregador do Evangelho, foi pescador de Homens e primeiro Papa (título notoriamente negado pelos protestantes). São homens que viveram a vida para servir a Deus.
A questão é: só porque foram canonizados pela Igreja?Diante desse fundamentalismo religioso e sectarismo que se concluímos algumas coisas, mas podemos destacar uma, se eles não querem ir ou não permitem seus familiares vão às quadrilhas, porque acham idolatria e contaminador, nós respeitamos devido ao Artigo V da Constituição Brasileira que garante a liberdade de culto, no entanto, devemos considerar que a bíblia não pode ser usada para limitar a diversão das pessoas, principalmente de uma das mais expressivas tradições culturais do Brasil. E você o que acha disso?Mande seus comentários!

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