Leniéverson Azeredo Gomes
A liturgia de ontem nos chamou
atenção para o amor biunívoco. Mas o que é o amor biunívoco? É aquele que tem uma via de mão dupla. Vamos entender isso
através do texto de São João 15,12-17,
que é uma continuação do evangelho litúrgico de ontem. Jesus, aos seus
discípulos, dizia que eles devem sempre “amar um aos outros, assim como Ele os
amava”(Jo 15,12) .Um amor fraternal de verdade, compreende em gestos claros de
doação, afinal “Não há amor maior do que aquele que dá a vida pelos seus
amigos”.
Esse entendimento de doação ou
caridade, descrita por São João Evangelista nos lembra de diversas passagens do
livro de Eclesiástico, que descreve características de um verdadeiro amigo e de
uma verdadeira amizade, por exemplo:
· É
um tesouro para a vida do outro, sendo conselheiro e protetor (Eclesiástico 6,
1-17);
·
Tem
de ser bondoso e paciente com o outro (Eclesiástico 7,20);
·
Tem
de valorizar as antigas amizades (Eclesiástico 9,14-15);
· Precisa
compreender que um deve estar sempre ao
lado do outro, mesmo diante das provações, pobrezas materiais, tristezas, entre
outras coisas. (Eclesiástico 12, 8-9;37,
1-6);
· Atua
como aquele que corrigem (Eclesiástico 19,13-18);
· Precisa
ser respeitado e não podemos nos envergonhar dele (Eclesiástico 22,24-33);
· Ensina-nos
o valor da justiça (Eclesiástico 25,9-14);
· É
aquele que não revela os segredos que são contados pelo amigo aos outros
(Eclesiástico 27, 17-24);
·
Evita
ser genioso que provoca querelas e semeia inimizades no meio das pessoas que
vivem em paz. (Eclesiástico 28,10-14) e
· Elogia
quando vê um amigo ensinar aos filhos os rudimentos da fé cristã. (Eclesiástico
30,2).
A nossa relação de amizade com Deus
e a amizade de Deus para conosco, envolve exatamente essas questões. E uma
amizade bem estabelecida entre as duas
partes é importante na evangelização. Quando assumimos a nossa fraternidade com
o Pai, desejamos ouvir a palavra d´Ele, admitimos que fomos escolhidos por Ele
para “ir produzir fruto e este fruto possa permanecer.