sábado, 29 de setembro de 2012

Morre Dom Antonio Mucciolo, arcebispo emérito de Botucatu


 Faleceu em São Paulo, no final da manhã deste sábado, 29 de setembro, o arcebispo emérito de Botucatu (SP), Dom Antonio Maria Mucciolo, aos 89 anos.

Portal Um



O velório será em Botucatu, na Catedral de Sant’ Ana, a partir deste domingo, depois da chegada do corpo vindo de São Paulo. O sepultamento está previsto para a segunda-feira, dia 1º de outubro, às 9h, na Cripta da própria Catedral.
Dom Mucciolo não estava bem de saúde desde o último dia 28  de agosto, quando foi internado em São Paulo, no Hospital Sírio Libanês, para a troca do aparelho marco-passo. Ontem, ele havia sido internado novamente no mesmo hospital.
Um dos fundadores e presidente da Rede Vida de Televisão desde a fundação, Dom Mucciolo nasceu em uma pequena cidade da Itália com o nome de Castel San Lorenzo em 1º de maio de 1923. Veio para o Brasil na companhia de seus pais com apenas um ano de idade se fixando na cidade de São Paulo e, posteriormente, em Sorocaba.
Vocacionado, matriculou-se no Seminário São José, de Botucatu, em 2 de fevereiro de 1937, sendo ordenando padre em 4 de novembro de 1949, aos 26 anos, por Dom José Carlos de Aguirre na Capela do Seminário São Carlos Borromeu.
A vida simples e a simplicidade dos ensinamentos de Jesus Cristo foram o fundamento do seu ministério, único parâmetro e exemplo a seguir. Com a tarefa de continuar a missão de Jesus Cristo, o único e eterno sacerdote, sua vocação foi um dom à Igreja no Brasil.
Homem da Palavra de Deus, da Eucaristia, do perdão e da bênção, ele foi um exemplo de humildade, penitência e tolerância, o pregador e conversor da fé cristã. Dom Antonio foi um comunicador e entusiasta da Igreja, que lutou por uma vivência cristã mais perfeita.
Foi nomeado bispo de Barretos em 26 de maio de 1977, sendo sagrado em 15 de agosto de 1977 na Catedral de Sorocaba pelo núncio apostólico Dom Carmine Rocco, adotando o lema “Sentire cum Ecclesia” (Sentir com a Igreja). Tomou posse em Barretos em 3 de setembro de 1977, onde permaneceu por 12 anos.
Em Barretos, sentiu em seu coração o desejo de um lugar reservado para oração, a construção de um seminário para formar os novos sacerdotes, e de uma casa de encontros e um centro de espiritualidade.
Com a ajuda de fieis dispostos em proclamar a boa nova nasceu a “Cidade de Maria”, cuja trajetória foi contada em livro, lançado em 2009, com o título: “Cidade de Maria – Experiência única no Brasil”. Dom Mucciolo também lançou em 2011 um livro autobiográfico, intitulado “Lembranças da Minha Vida”.
Enquanto ainda bispo de Barretos, juntamente com o jornalista João Monteiro de Barros Filho, fundou em 1º de maio de 1995 a primeira TV Católica do Brasil, a RedeVida de Televisão, com sede em São José do Rio Preto, hoje assistida por milhões de fiéis em todo território nacional.
Em 28 de junho de 1989 foi nomeado o 6° bispo e 3° arcebispo de Botucatu, no Estado de São Paulo. Tomou posse em 9 de setembro do mesmo ano, no lugar de Dom Vicente Marchetti Zioni.
Como comandante máximo da Arquidiocese de Botucatu, Dom Mucciolo, entre outras coisas, criou várias paróquias, ordenou dezenas de sacerdotes e construiu uma grande casa para os sacerdotes idosos denominada "Casa Cura d'Ars”. Também empenhou-se para desmembrar a Arquidiocese de Botucatu e criar a nova Diocese de Ourinhos em 30 de dezembro de 1998.
Em razão da idade, renunciou em 7 de junho de 2000, assumindo em seu lugar, Dom Aloysio Leal Penna, nomeado em 19 de novembro de 2008. Dom Aloysio, já falecido, deixou o governo da arquidiocese no dia 15 de fevereiro de 2009 quando assumiu o atual, Dom Maurício Grotto de Camargo.

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Nota do Blog: A Rede Vida foi a primeira rede católica de Televisão no Brasil. Dom Antônio Maria era um religioso que gostava do que fazia, percebíamos isso em cada entrevista que ele concedia. Ele era devotado a Rede Vida. É verdade que, nos últimos anos, Dom Antônio Maria, aparentemente, não estava conduzindo a emissora a contento. Muita gente começou a reclamar que a rede vida passou a transmitir leilões, deixar que padres que largaram o ministério para se envolver com mulheres apresentassem programas e colocar anúncios de produtos de procedência e conteúdos duvidosos, mas, com sua morte isso perde um pouco a importância.Que Deus o tenha em bom lugar.

Dia Nacional do Livro



       Monteiro Lobato dizia que, o mundo se faz com homens e livros, no Dia Nacional do Livro, este blogueiro faz uma homenagem àquele instrumento de propagação da cultura.



Entrevista com a cantora católica Suely Façanha


Leniéverson Azeredo Gomes



Consagrada há 21 anos, na Comunidade de Vida Shalom – com sede em Fortaleza e que tem 42 casas de missão no Brasil e, 22 em outros países do mundo -, Suely de Almeida Façanha, 43 anos, gosta de dizer que a Shalom é “uma comunidade que a fez e ainda faz se sentir mais seduzida pelo amor de Deus”. Casada, três filhos, ela é uma mulher que faz do seu ministério musical – que gerou 9 CD´s gravados e participação em trabalhos fonográficos de outros artistas católicos-, um complemento ao seu ministério familiar. Minutos antes do show que marcou o encerramento no Novenário e Festa em Louvor a São Vicente de Paulo, Suely Façanha, como é mais conhecida, abriu um espaço para uma agradável entrevista com o jornalista Leniéverson Azeredo Gomes, de nossa Pascom. Ela contou um pouco da sua infância, de como entrou na comunidade, como ela faz para conciliar a vida matrimonial com os shows pelo país afora, dentre outras coisas. Acompanhem.


Pascom  – Boa Noite, Suely Façanha, acompanhando a sua história de vida percebemos que, na sua infância e adolescência, você estudou em escolas católicas, seus pais são de origem católica?
Suely Façanha -Em primeiro lugar, boa noite, é uma alegria estar aqui em Campos dos Goytacazes e, a minha história começa numa família católica, numa família de fé. Desde criança, eu frequentava a Santa Missa. Mas assim, a minha experiência com Deus aconteceu quando eu fiz o Seminário de Vida no Espírito Santo, há alguns bons anos atrás. A partir desse momento, aquilo que eu escutava e acreditava se tornou uma realidade próxima do meu coração. Então, foi através do Seminário de Vida no Espirito Santo que minha vida de oração começou e minha vida de engajamento ganhou sentido no grupo de jovens e, o tempo foi passando e foi exatamente essa primeira experiência que desembocou numa vida consagrada. Eu sou consagrada há 21 anos, sou da Comunidade de Vida Shalom, sou missionária e, foi nessa primeira experiência com o amor de Deus que, eu me senti seduzida por esse amor e desejei entregar a minha vida ao Senhor.
Pascom – Há alguns anos, no Programa “Academia do Som” (Transmitido pela TV Canção Nova), a época apresentado pelo cantor, também cearense, Ricardo Sá, você contou uma experiência, na qual, antes de entrar para a comunidade, que havia deixado a faculdade para ser missionária. Explique para nós esse fato.
Suely Façanha – Bom, em primeiro lugar, cada pessoa tem uma estória diferente da outra, mas, no meu caso, eu cursava o 3º Ano de Administração de Empresas e eu senti que aquele ano era um ano decisivo em minha vida. A faculdade não era um peso para mim, muito pelo contrário, era algo que eu amava profundamente e tenho identidade com essa atividade, né? Mas, o Senhor me queria de um modo muito forte e eu disse: que, se eu não entrasse e se precisasse romper com a faculdade e eu faria como fiz e, que se não entrasse na comunidade, me sentiria como um peixe fora d´água. Então, era uma certeza muito grande que o Senhor plantava no meu coração para dar esse passo e deixar tudo para trás. Eram realidades que eu amava: o curso, a faculdade e a família. E, como eu disse não era um motivo de fuga dessas realidades, mas era uma opção livre e amorosa pelo Senhor.
Pascom- Como a sua família reagiu a essa decisão?
Suely Façanha – Inicialmente, não. Porque foi um susto, né? É algo que a família não conta, com a decisão de um filho para a vida consagrada, nem sempre a família tá preparada para isso. Mas assim, logo, meu pai me apoiou, depois de alguns dias assim, que ele recebeu a notícia do meu discernimento vocacional que já sabia que estava acontecendo, mas uma coisa é quando chegou o dia da partida. Então, logo, ele começou a me apoiar, mas a minha mãe passou bastante tempo pra acolher a ideia. Nos primeiros três anos, eu não contei com o apoio da minha mãe, mas como era algo que eu queria muito e tinha muita certeza dessa vontade de Deus, na minha vida, Ele me deu a graça de superar de superar estes desafios e estar presente até hoje, onde estou.
Pascom - Você já teve a oportunidade alguns CD´s, tem algum trabalho em que considera mais importante?
Suely Façanha – Eu acho que cada disco marca uma fase da vida da gente, marca uma estória. Eu gosto de todos, mas de um modo particular, do CD “Em Tuas Mãos”, onde a gente encontra [canções] como “Abraço Eterno”, “Sei Que Terei Mais”, “Deus me Guiará”, esse disco, em particular, eu percebo que é muito querido das pessoas, como, também o CD “Se Quiseres”, onde você acha a música “Com Tua Mão”. Agora, estou numa época de produção, a gente está fazendo um disco novo, que vai sair agora até o final do ano e se chamará “Viver pela Fé”, nós estamos aproveitando esta passagem pelo Rio para ter um contato com um arranjador, para dar prosseguimento aos trabalhos.
Pascom – A música católica tem a experiência de ter muitas mulheres que são casadas e que tem filhos, a questão é como você consegue conciliar casamento, os três filhos e vida missionária?
Suely Façanha – (Risos)É um ato de fé, é um “Viver pela Fé”, como o nome do meu novo disco diz, bastante intenso. Precisa haver muita comunhão com diversas instâncias, como o meu esposo [Élson Santos], a formadora da comunidade, o meu coordenador de trabalho, porque não mais para ser 100% em tudo. A gente dá o que tem para dar e, o melhor que tenho para dar, quando eu estou em casa, eu sou toda dali, quando eu estiver no trabalho, eu vou dar o máximo dali, quando eu tiver na minha vida comunitária, eu vou dar me dar inteiramente ali, mas eu não consigo mais frequentar a vida comunitária como antes, por exemplo, nós estamos numa Quinta-Feira, tá tudo acontecendo normalmente lá em Fortaleza, eu tô aqui em Campos [dos Goytacazes - RJ], amanhã é outro dia, não volto, continuo em missão, sigo no Sábado para o Halleluya, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. E a gente vai procurando se dá aonde (sic) está naquele momento e, entendendo que, digamos, o meu esposo graças a Deus entendeu que, se Deus me chamou a essa missão que é complementar a ele, porque ele fica com os meninos que são aos mais velhos (Rafael e Felipe) e a menorzinha (Isabella), eu deixo com a minha mãe. Então, eu tenho a ajuda de todos os lados, porque senão seria capaz de dar continuidade a esse projeto. É uma missão que não é só minha é de muita gente e que a gente vai procurando dar o melhor de si, em cada momento desse.
Pascom – Qual é a mensagem que você deixaria para os leitores dessa entrevista?
Suely Façanha - O que eu poderia de dizer para esta paróquia que está em festa hoje e ,nós estamos ouvindo os fogos (Risos) [e realmente estava sendo solto os fogos de encerramento da festa], é que o amor de Deus é uma realidade presente na vida da gente. Por mais que as coisas estejam difíceis e quando passamos por momentos difíceis, o amor de Deus é uma constante em nossa vida. É que, eu queria dizer para você, acredite nisso, porque às vezes para abraçar, às vezes a gente tende a não acreditar mais ou não perceber esse amor de Deus, em nossa vida. Deus é fiel, Ele está conosco e essa presença é constante e amorosa e é isso que dá força na caminhada.

Pascom Obrigado, Suely, pela entrevista.

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