Por Leniéverson Azeredo Gomes
Embora,
algumas pessoas, grande parte da imprensa e as autoridades não visualizem a
aplicabilidade da Lei e como será efetiva- como se pode ver no Twitter, ela é interessante pois lembra a
sociedade de pontos, que na verdade, deveriam ser ensinados no foro familiar,
que é o respeito aos idosos e aos deficientes (compreendendo que se deve dar
lugar a eles no ônibus – se for deficiente em grau que a o impeça de se
locomover-, entender a fila preferencial no banco, etc), a prática de caridade,
o incentivo ao espirito agregador familiar, ser prudente no trânsito. Isso
envolve família, igreja, autoridades governamentais, dentre outras coisas.
Muita gente
confundiu erroneamente como se fosse um projeto “conservador”, no sentido de se
haver uma orientação religiosa, como se todas essas coisas só tivessem uma
conotação religiosa, tem também uma conotação coletiva, educativa, uma
provocação para que a sociedade, se auto-examine, se auto avalie. Não são
conceitos do tipo “o que vale para outro, não vale para mim”, eles são conceitos
universais: de gentileza e de verdadeiro chamamento a mudança de atitude, que,
como eu disse acima, deveriam vir “de fábrica”, ou seja, de berço.
Estamos
passando por uma crise de valores sem precedentes em nosso país, o que é certo
está virando errado, o que é errado está virando certo, honestidade está
virando defeito e, praticas de corrupção, sobretudo, a política – leia-se
populismo e fisiologismo (a troca de favores para receber algo em troca) -, pessoas
que apoiam projetos de lei que regulamentam a prostituição, que não veem a
família como homem, mulher e filhos, vêm se tornando uma virtude. É o que a
sociologia e filosofia costumam, em comum de relativismo.
Como esperado,
o projeto gerou reações, um tanto, violentas, se é que podemos dizer, também,
agressivas e ignorantes. Mas, não são as críticas ao projeto que chamam mais
atenção, são críticas feitas a pessoa da deputada Myrian Rios, que é
missionária católica da Comunidade de
Aliança da Católica Canção Nova, há um pouco mais de 10 anos. Ela teve uma vida
um tanto agitada, antes da conversão trabalhou mais de 30 anos como atriz, onde
fez muito trabalhos de teatro, atuou em televisão (onde passou pelas TV Globo,
SBT, Tupi, Manchete e já até interpretou a Irmã Catarina na TV Século XXI – uma
Rede de Televisão Católica, com sede em Valinhos - SP). E, também, já posou nua
em algumas revistas voltadas para o segmento masculino, como, por exemplo, “Ela
e Ele” e “Playboy”. Ela teve
envolvimento com o cantor Roberto Carlos, com o Ator André Gonçalves e o
empresário Edmar, que deram, cada um, a
Myrian, um filho.
No Twitter, essas
informações têm sido usadas pelos internautas e segmentos da imprensa secular,
como as “balas de prata”, para dizer que a Myrian, não tem moral para criar
este projeto, portanto, ela é hipócrita. Quando os críticos usam essas “balas
de prata” para mostrar indignação, se inicia um problema e uma constatação. O
problema é a agressão e a intolerância e, a constatação é que ambos,
internautas e certos segmentos do jornalismo, não dominam questões referentes à
metanóia (mudança de vida) e o próprio e autêntico cristianismo, como um todo.
Myrian Rios, quando se converteu ao
catolicismo disse em um testemunho, durante o II Festival de Artes, na Canção
Nova, em 21/06/2008:
Myrian, durante o seu testemunho. |
“Eu passei dos meus limites,
aceitei assinar um contrato com uma grande emissora e queria ficar famosa e
ganhar muito dinheiro, fiz algumas fotos sensuais com a finalidade de ter mais
dinheiro para pagar minhas contas. Eu pensava comigo que aquela oportunidade
havia caído do céu, mas na verdade não caiu do céu, veio foi do inferno! Eu me lembro
de que cheguei no estúdio para fazer este trabalho constrangedor e estava com
muita vergonha, mas precisava estar ali para pagar minhas contas.
Mas Deus às vezes nos permite
“enfiar o pé na lama” para que possamos provar de que na verdade Ele quer nos
dar uma vida de paz e prosperidade. Os trabalhos que convidaram para que eu
fizesse falavam sobre adultério, sobre roubo, sobre passar as pessoas para
trás. Lembro que na época em que começou a AIDS, eu tive que fazer um pedido
para um diretor meu de não me filmar numa cena beijando um colega de trabalho
que era homossexual e tinha AIDS, pois eu tinha medo de pegar AIDS dele, porém
depois fui perceber que eu não tinha que me preocupar se eu ia pegar AIDS ou
não, mas sim me preocupar com aquela pessoa que tinha se desviado em seus
caminhos e tentar ajudá-la de alguma forma.
Alguns pensam que eu fiquei
louca, porém eu não ligo, pois sei que meu lugar é o céu. Há cinco anos que estou
na Canção Nova e comecei prestando serviços e hoje sou da Comunidade como
aliança. Eu chamava uns amigos meus nos programas e eles achavam estranho,
falavam que havia alguma coisa diferente, pois nas emissoras seculares nas
gravações ouvíamos xingamentos, gritos e aqui todos os tratavam muito bem.
No dia em que eu marquei com o
Eto [administrador da Fundação João Paulo II,órgão mantenedor da Comunidade e
do Sistema Canção Nova de Comunicação] para me colocar a disposição da Canção
Nova, eu cheguei e falei: “estou aqui, eu sou atriz, eu falo Inglês e estou
disposição para fazer qualquer coisa aqui como voluntária”. “Se você abre o seu
coração com docilidade, com obediência, com docilidade, Deus agirá em você,
agora se você disser, “eu quero ser um artista de Deus”, mas continuar fumando
maconha, vivendo um namoro no pecado, você não será ajudado por Deus”.
O profeta Isaias, diz no
capitúlo 65, versículo 17, que Deus cria ou criar um novo céu e uma nova terra
para os membros do seu Reino, e, mais: o passado desses membros não será mais
lembrado e não voltará mais à memória”.
Falando sobre pedofilia. |
O Pai Celestial promete aos seus
filhos uma vida renovada, nos ama apesar de nossos pecados, não costuma fazer
acepção de pessoas, nos ama independente do nosso passado. No intra-cristianismo, ou seja,
dentro de uma redoma, digamos, – lá frente eu explico porquê dessa palavra-,
todos lidam com a metanóia (mudança de vida), como uma conversão. Encara aquela
pessoa, a partir dos seus novos bons atos – dentro de uma perspectiva cristã - e
testemunho de vida, como alguém regenerado e transformado pelo poder divino. Afinal,
vamos convir, será que um ex-traficante de drogas ilícitas, que hoje está
limpo, não tem o direito de ministrar palestras sobre os riscos do uso de
drogas? Um ex-usuário de álcool do Alcoólicos Anônimos não tem o direito de
falar sobre os riscos do uso excessivo da bebida alcoólica? Uma ex-prostituta
não pode falar dos riscos da prostituição? Uma pessoa que praticou aborto e se
arrependeu, não pode falar sobre e participar de campanhas contrárias ao
aborto, a exemplo da cantora e atriz, Elba Ramalho? Mas, é claro que pode,
porque não? Se nós usarmos o raciocínio
lógico, há coisas e contas que não fecham e não batem, por conta de
preconceitos e estupidezes.
Fora da redoma religiosa, e
principalmente quando aquela pessoa, é pública e notória como a atriz e
deputada Myrian Rios, a conversão é tida com desconfiança – porque acha que será
algo momentâneo, que a pessoa quer virar pastora (pastora?) - como sinônimo de
que a pessoa não tem moral para criar leis a favor da......moral. O passado
acaba, nesse entendimento, exercendo o papel de um fantasma a cola da pessoa,
ou seja, determina simbioticamente para certos comentaristas e parte da
imprensa, uma condenação eterna.Sem fazer um juízo de valor, certamente, a
Myrian Rios, vem encarando isso de forma serena, pelo menos publicamente, o que
é a forma correta. Não se deve dar bola para comentários medíocres, carregados
de idiotices; ignorâncias, agressividade e, confundir o público com a vida
pessoal da parlamentar.
Hoje em dia, se desrespeita
leis de trânsito – onde muita gente dirige sob efeito de álcool, não usa cinto
de segurança, fala-se muito ao celular, briga-se muito no trânsito, coloca
criança no banco da frente, dentre outras aberrações que infringem o Código de
Trânsito Brasileiro -, muita gente não dá lugar aos idosos, gravidas, mulheres
com crianças e deficientes físicos graves nos transportes coletivos, não se
respeitam leis sobre acessibilidade, há brigas de torcidas de esportes
coletivos – a exemplo do futebol -, há muita violência doméstica – verbal e física-
contra mulheres (mesmo com a Lei Maria
da Penha), crianças (mesmo com o Estatuto da Criança e Adolescente) e idosos
(mesmo com o Estatuto do Idoso), a conhecida prática do Bullying, assédio moral
e sexual (onde inclui o famoso teste do sofá), gente que quer subir de nível
passando por cima do outro de forma desonesta, gente que fura fila em banco,
almoço e lanche de escola (quando se é criança e adolescente, pessoas que tocam
música alta – quando o vizinho precisa de sossego, a intolerância contra as
religiões e outras coisas de arrepiar os cabelos. Essas coisas por si só,
mostram o quão a lei é necessária, já que em muitos lares, por diversos motivos,
não se ensinam noções de moral, bons costumes e respeito, que o Estado
intervenha, nada mais que natural.
Ela, Myrian, também, não deve
dar bola para a imprensa. Os meios de comunicações sociais jornalísticos, não
entendem de cristianismo. São raríssimos os meios de informação no Brasil,
que tenha uma editoria ou uma coluna de
religião, no caso, da religião católica. Tem se as editorias de esportes, de Cultura
e Artes, de política, de Cidades, de Ciências, de Economia, de Agricultura,
dentre outras, mas menos de religião. Há por aí, em algumas redações, a figura
do jornalista, que se arvora apologeta; hermeneuta e exegeta e, quaaaando
convidam religiosos, dão a preferência à aqueles que cometem as mais horrendas
e bizarras heresias. Isso faz com que haja mais deformação e desinformação, do
que informação.
Quem está fora da redoma, não conhece a pessoa
da Myrian Rios, não conhece a dinâmica da conversão – além do ‘aceitar de Jesus’,
como Senhor e Salvador. Como alguém que é capaz de mudar vidas. Sobra-se arrogância e falta-se a compaixão. E mostra o
quanto a Lei se faz necessária, para dar, desde a mais tenra idade, ensinar o
respeito e fazer debates de forma educada, com ideias, sem clichês e ofensas
gratuitas. De resto, os comentários agressivos mostram que uma parcela da sociedade brasileira, não vive só uma inversão de valores, está ficando mais idiota.