O Presidente do Pontifício Conselho para a Cultura, Cardeal Gianfranco Ravasi |
CIDADE DO VATICANO, Santa Sé, 4 Nov 2011 (AFP) - Os sermões feitos por padres católicos tornaram-se “incolores, inodoros e sem sabor”, denunciou nesta sexta-feira o cardeal Gianfranco Ravasi, presidente do Pontifício Conselho para a Cultura , pedindo a eles que não temam dizer palavras que perturbem, questionem e causem preocupação.
O cardeal falou sobre o assunto durante um ciclo de conferências organizado em Roma pelo Instituto francês – Centro São Luís, aberto na quinta-feira na Universidade dos Jesuítas, a Gregoriana.
“A prédica nas Igrejas está quase se tornando insignificante”, lamentou.
O cardeal italiano convidou os sacerdotes a levarem em conta as novas linguagens para atrair a atenção dos fiéis, além de não temerem o “escândalo” causado pelas palavras da Bíblia.
“Devemos reencontrar esta dimensão da Palavra que ofende, que inquieta, que julga”, afirmou o prelado. É preciso notar que a Bíblia pode “preocupar e, às vezes, desconcerta” o que, segundo ele, é “indispensável”.
O cardeal também convidou os padres a acompanharem a “revolução na comunicação”. “A informação transmitida pela televisão e a informática, explicou o ministro da Cultura do Vaticano, demanda ser incisivo, recorrer ao essencial, à cor, à narração”.
A comunicação pode passar também pelo Twitter, o que “obriga a transmitir alguma coisa fulgurante, essencial”, recomendou o prelado que envia ele mesmo mensagens diárias no Twitter.
As críticas de Monsenhor Ravasi a homilias ‘mornas” dos padres e a vontade de encontrar uma linguagem adaptada ao mundo moderno representam uma preocupação do Papa Bento XVI de revitalizar a mensagem do cristianismo, numa época de descristianização em massa.”
Comentário do Blog: Até que enfim, alguém para dar uma "dura" nos padres que não estão fazendo seu "dever de casa".Os sacerdotes tem de anunciar o Evangelho e abalar as estruturas do secularismo.Além disso, os padres precisam olhar para a expansão das falsas doutrinas, do protestantismo e das seitas.Eu penso também que os "in persona Christi" devem se afastar da "Teologia da Libertação" e do partidarismo político siglatário.