sexta-feira, 17 de junho de 2011

Consideraçoes....


No seu primeiro discurso “ao vivo”, como recém-recontratado pela Rede Record, no Programa Matinal, “Hoje em Dia”, o jornalista e apresentador, José Luiz Datena, comentou sobre a prisão e soltura do ex-jogador e comentarista esportivo Edmundo Alves Souza Neto. Edmundo foi condenado em março de 1999 a quatro anos e seis meses de prisão, em regime semi-aberto, pelos homicídios culposos de três pessoas e lesões corporais também culposas em outras três, vítimas do acidente ocorrido na Lagoa, Zona Sul do Rio, na madrugada do dia 2 de dezembro de 1995. No acidente morreram Joana Maria Martins Couto, Carlos Frederico Britis Tinoco e Alessandra Cristini Pericier Perrota. Ficaram feridas, Roberta Rodrigues de Barros Campos, Débora Ferreira da Silva e Natascha Marinho Ketzer. A sentença que condenou o ex-jogador foi proferida pela 17ª Vara Criminal da Capital. Ele recorreu, mas a 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio manteve a decisão no dia 5 de outubro de 1999.
Após uma denúncia anônima, Edmundo foi encontrado em um flat em São Paulo e posteriormente preso na madrugada desta quinta-feira, dia 15 de junho, por decisão do juiz Carlos Eduardo Carvalho de Figueiredo, da Vara de Execuções Penais do Rio. Ele seria transferido para a Polinter do Rio de Janeiro, inclusive uma viatura viajou quatro horas da capital fluminense a capital paulista para conduzi-lo a cadeia, mas tudo em vão. Uma decisão da desembargadora Rosita Maria de Oliveira Netto, da 6ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça do Rio, ao conceder um habeas corpus em favor do ex-jogador, obrigou a justiça a libertá-lo.
Conhecido também por reportagens esportivas, Datena não economizou elogios a justiça por ter libertado Edmundo, sugerindo a idéia de que o ex-craque de times como Palmeiras e o Vasco da Gama, hoje é um “outro cara”, que pagou o crime “40 vezes”, que na época era um “menino” imaturo e essa imaturidade fazia com que ele arrumasse confusão, dentro e fora do campo de futebol.
Ironicamente, Datena, ao comentar a decisão de que o ex-deputado estadual paranaense Fernando Ribas Carli Filho vai a júri popular, disse que “esse mereceu” por ter varrido a vida de dois jovens. Carli é acusado de provocar a morte de dois jovens, Gilmar Rafael Souza Yared, de 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, de 20 anos, na madrugada de 7 de maio de 2009, ao dirigir embriagado e em alta velocidade (190 Km/h), no Mossunguê.
Em tempos em que o MEC quer distribuir livros de matemática ensinando que 10 menos 7 é igual a 4 fica fácil entender a conta esquisita do apresentador de Ribeirão Preto.Edmundo matou 3 e o Carli matou 2.Ao longo do processo educacional, aprendemos que 3 É maior que dois.Aprendemos também que quando se mata mais pessoas, mais se qualifica criminalmente uma pessoa.
Isso ajuda também a explicar por que segundo o Índice de Confiança na Justiça da Escola de Direito da Fundação Getúlio Vargas, realizada em 2010, as emissoras de TV empatam com as grandes empresas, com 44 % de confiança, perdendo para a Igreja Católica que obteve 54% e as Forças Armadas com 66%.
Esse apresentador merece repudio, pois um verdadeiro profissional jornalístico defende cidadãos de bem e não bandidos.