Hoje, saiu
uma reportagem no “Estadão” (veja a matéria na integra aqui) sobre uma manifestação
de alunos do Colégio Bandeirantes (foto: Estadão), em São Paulo – chamada de “saiaço” - em
apoio a um colega – também estudante do 3º ano do ensino médio que foi impedido
de permanecer na escola por trajar saia longa. Vamos aqui fazer uma análise
profunda sobre isso:
O filme
"Sociedade dos Poetas Mortos", rodado (filmado) em 1989, contava a
história de uma universidade fictícia, chamada Academia Welton, que era nada
mais, nada menos uma cópia fiel da Universidade de Oxford, que primava por valores
tradicionais e conservadores. E os país, muitas vezes, 'jogavam' - ou como
queiram, colocavam na marra - seus filhos lá, independente se eles queriam ou
não.
Todos tinham de sair de lá, médicos,
advogados, economistas, dentre outros. Todos os professores, quase em sua
totalidade, ex-alunos, tinham a missão de fazer valer a tradição, sob a pena de
ser demitidos. A receita tinha de ser seguido a risca e os professores
obedeciam até....que apareceu um certo professor Keating, interpretado pelo
ator Robin Williams - para mim um dos seus melhores personagens .
Assim, gota a
gota, lenta e gradativamente, durante meses, o professor ensinava aos alunos
que deveriam aproveitar o dia (Carpe Diem). Carpe Diem, era um conceito
filosófico em latim que significava "Goze o Dia, a vida dura pouco".
Isso se traduzia, numa quebra de paradigmas com os valores conservadores e
tradicionais
. Um dos
pontos mais altos, foi quando o personagem Neil Perry, um dos alunos da
Academia Welton, influenciado pelo professor Keating, deseja ou ser ator ou
jornalista, mas o pai não deixa, o que faz ele se suicidar. É uma cena
antológica, e, ao mesmo tempo revela o ápice do filme dramático, dirigido
cirurgicamente pelo Peter Weir .
Aqui não se
trata de questionamentos dos valores tradicionais e conservadores, mas sim para
mostrar que os alunos da Academia Welton tinham uma pauta, um sonho e tinham reivindicações
bem mais úteis e bem mais relevantes que esses alunos do
"Bandeirantes". Sinais dos tempos ou sinais de que há algo errado em
nossas escolas e em certos alunos?