quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Papa pede que bispos do País orientem fiéis na política

stadão.com.br

SÃO PAULO - Em reunião em Roma na manhã desta quinta-feira, 28, o papa Bento XVI conclamou um grupo de bispos brasileiros a orientar politicamente fiéis católicos. Sem citar especificamente as eleições de domingo, o papa reforçou a posição da Igreja a respeito do aborto e recomendou a defesa de símbolos religiosos em ambientes públicos. "Quando projetos políticos contemplam aberta ou veladamente a descriminalização do aborto, os pastores devem lembrar os cidadãos o direito de usar o próprio voto para a promoção do bem comum", disse.
Ettore Ferrari/EFE - 27.10.2010
Ettore Ferrari/EFE - 27.10.2010
Papa pediu que bispos brasileiros orientem fiéis

Falando a bispos do Maranhão, Bento XVI reconheceu que a participação de padres em polêmicas podem ser conturbadas. "Ao defender a vida, não devemos temer a oposição ou a impopularidade", continuou. O pontífice se posicionou também sobre o ensino religioso nas escolas públicas e, relembrando a história do País com forte presença católica e o monumento do Cristo Redentor, no Rio, orientou os sacerdotes que encampem a luta pelos símbolos religiosos. "A presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia de seu respeito", concluiu.

No discurso, o Papa também condenou a eutanásia, classificando a luta contra a prática como um pré-requisito para a "defesa dos direitos humanos políticos". "Seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural."

Polêmica. O aborto e a questão religiosa se tornaram temas importantes na disputa entre os presidenciáveis José Serra (PSDB) e Dilma Rousseff (PT), com trocas de acusações de ambos os lados. A disseminação de e-mails dando conta de que, no passado, a candidata petista defendeu a descriminalização da prática é apontada como um dos motivos para o fato de ela não ter vencido já no primeiro turno.

Setores da Igreja Católica, como a diocese de Guarulhos, chegaram a divulgar notas incitando os fiéis a não votar em candidatos que apoiem o aborto, e com críticas à candidatura Dilma. No último dia 17, a guerra santa acabou virando assunto de polícia depois que a PF atendeu liminar do TSE e apreendeu numa gráfica de São Paulo panfletos encomendados pela diocese, que caracterizaram propaganda eleitoral irregular. O PT acusa o PSDB pela impressão do material, uma vez que a proprietária da gráfica é irmã de um dos coordenadores da campanha de Serra.

Os dois candidatos se declaram contra o aborto e dizem que não pretendem mexer na legislação em vigor sobre o tema no Brasil.

Leia abaixo a íntegra do discurso de Bento XVI:

"Amados Irmãos no Episcopado,

Para vós, graça e paz da parte de Deus, nosso Pai, e do Senhor Jesus Cristo" (2 Cor 1, 2). Desejo antes de mais nada agradecer a Deus pelo vosso zelo e dedicação a Cristo e à sua Igreja que cresce no Regional Nordeste 5. Nos nossos encontros, pude ouvir, de viva voz, alguns dos problemas de caráter religioso e pastoral, além de humano e social, com que deveis medir-vos diariamente. O quadro geral tem as suas sombras, mas tem também sinais de esperança, como Dom Xavier Gilles acaba de referir na saudação que me dirigiu, dando livre curso aos sentimentos de todos vós e do vosso povo.

Como sabeis, nos sucessivos encontros com os diversos Regionais da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, tenho sublinhado diferentes âmbitos e respectivos agentes do multiforme serviço evangelizador e pastoral da Igreja na vossa grande Nação; hoje, gostaria de falar-vos de como a Igreja, na sua missão de fecundar e fermentar a sociedade humana com o Evangelho, ensina ao homem a sua dignidade de filho de Deus e a sua vocação à. união com todos os homens, das quais decorrem as exigências da justiça e da paz social, conforme à sabedoria divina.

Entretanto, o dever imediato de trabalhar por uma ordem social justa é próprio dos fiéis leigos, que, como cidadãos livres e responsáveis, se empenham em contribuir para a reta configuração da vida social, no respeito da sua legítima autonomia e da ordem moral natural (cf. Deus caritas est, 29). O vosso dever como Bispos junto com o vosso clero é mediato, enquanto vos compete contribuir para a purificação da razão e o despertar das forças morais necessárias para a construção de uma sociedade justa e fraterna. Quando, porém, os direitos fundamentais da pessoa ou a salvação das almas o exigirem, os pastores têm o grave dever de emitir um juízo moral, mesmo em matérias políticas (cf. GS, 76).

Ao formular esses juízos, os pastores devem levar em conta o valor absoluto daqueles preceitos morais negativos que declaram moralmente inaceitável a escolha de uma determinada ação intrinsecamente incompatível com a dignidade da pessoa; tal escolha não pode ser resgatada pela bondade de qualquer fim, intenção, consequência ou circunstância. Portanto, seria totalmente falsa e ilusória qualquer defesa dos direitos humanos políticos, econômicos e sociais que não compreendesse a enérgica defesa do direito à vida desde a concepção até à morte natural (cf. Christifideles laici, 38). Além disso no quadro do empenho pelos mais fracos e os mais indefesos, quem é mais inerme que um nascituro ou um doente em estado vegetativo ou terminal? Quando os projetos políticos contemplam, aberta ou veladamente, a descriminalização do aborto ou da eutanásia, o ideal democrático - que só é verdadeiramente tal quando reconhece e tutela a dignidade de toda a pessoa humana - é atraiçoado nas suas bases (cf. Evangelium vita, 74). Portanto, caros Irmãos no episcopado, ao defender a vida não devemos temer a oposição e a impopularidade, recusando qualquer compromisso e ambiguidade que nos conformem com a mentalidade deste mundo" (ibidem, 82).

Além disso, para melhor ajudar os leigos a viverem o seu empenho cristão e sociopolítico de um modo unitário e coerente, é "necessária - como vos disse em Aparecida - uma catequese social e uma adequada formação na doutrina social da Igreja, sendo muito útil para isso o "Compêndio da Doutrina Social da Igreja"" (Discurso inaugurai da V conferência Geral do Episcopado Latino Americano e do Caribe, 3). Isto significa também que em determinadas ocasiões, os pastores devem mesmo lembrar a todos os cidadãos o direito, que é também um dever, de usar livremente o próprio voto para a promoção do bem comum (cf. GS, 75).

Neste ponto, política e fé se tocam. A fé tem, sem dúvida, a sua natureza específica de encontro com o Deus vivo que abre novos horizontes muito para além do âmbito próprio da razão. "Com efeito, sem a correção oferecida pela religião até a razão pode tornar-se vítima de ambiguidades, como acontece quando ela é manipulada pela ideologia, ou então aplicada de uma maneira parcial, sem ter em consideração plenamente a dignidade da pessoa humana" (Viagem Apostólica ao Reino Unido, Encontro com as autoridades civis, 17-IX-2010).

Só respeitando, promovendo e ensinando incansavelmente a natureza transcendente da pessoa humana é que uma sociedade pode ser construída. Assim, Deus deve "encontrar lugar também na esfera pública, nomeadamente nas dimensões cultural, social, econômica e particularmente política" (Caritas in veritate, 56). Por isso, amados Irmãos, uno a minha voz à vossa num vivo apelo a favor da educação religiosa, e mais concretamente do ensino confessional e plural da religião, na escola pública do Estado.

Queria ainda recordar que a presença de símbolos religiosos na vida pública é ao mesmo tempo lembrança da transcendência do homem e garantia do seu respeito. Eles têm um valor particular, no caso do Brasil, em que a religião católica é parte integral da sua história. Como não pensar neste momento na imagem de Jesus Cristo com os braços estendidos sobre a baia da Guanabara que representa a hospitalidade e o amor com que o Brasil sempre soube abrir seus braços a homens e mulheres perseguidos e necessitados provenientes de todo o mundo? Foi nessa presença de Jesus na vida brasileira, que eles se integraram harmonicamente na sociedade, contribuindo ao enriquecimento da cultura, ao crescimento econômico e ao espírito de solidariedade e liberdade

Amados Irmãos, confio à Mãe de Deus e nossa, invocada no Brasil sob o título de Nossa Senhora Aparecida, estes anseios da Igreja Católica na Terra de Santa Cruz e de todos os homens de boa vontade em defesa dos valores da vida humana e da sua transcendência, junto com as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens e mulheres da província eclesiástica do Maranhão. A todos coloco sob a Sua materna proteção, e a vós e ao vosso povo concedo a minha Bênção Apostólica."

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Para pensar as eleições de forma consciente e cristã.

Leniéverson Azeredo Gomes

As eleições do segundo turno estão marcadas para o dia 31 de outubro, das 8 da manhã às 5 da tarde.Será um dia inteiro onde festejaremos a cidadania e escolheremos quem governará nossa nação e alguns estados da federação cujo pleito não foi decidido no primeiro turno.E você, católico já sabe em quem irá votar?
O processo eleitoral deste ano está sendo marcado pela exposição da temática do aborto, a união civil de pessoas do mesmo sexo e outras questões religiosas.É claro que temas como segurança pública, saúde, educação, meio ambiente, agricultura, cultura, geração de empregos, habitação e economia são importantes mas nós cristãos, de forma geral, precisamos escolher candidatos que, acima de tudo, tenham ética e valores morais cristãos.
A candidata líder das pesquisas, Dilma Roussef, do Partido dos Trabalhadores, vem afirmando em campanha que é contra o aborto, sendo assim a favor da defesa da vida.No entanto, antes da campanha, Dilma, então Ministra Chefe da Casa Civil, concedeu em 2009, uma entrevista a Revista Marie Claire, uma publicação voltada para o publico feminino, na qual afirmou com TODAS as letras que era a favor do aborto.Anteriormente, em 2007, numa sabatina do portal de notícias UOL, ela havia dito que era a favor da descriminalização do aborto.
Ela vem dizendo a imprensa que tudo isso, não passa de um boato da campanha do tucano José Serra. Mas o curioso que está tudo arquivado e facilmente encontrado em qualquer site de busca na Internet. O PT, partido dos trabalhadores vem se esforçando para negar sua posição em relação a temas religiosos. No site do Partido, no link do Terceiro Congresso Geral Partidário de setembro de 2007 e no Plano Nacional de Direitos Humanos de dezembro de 2009, em comum está a intenção de legalizar o aborto, tirar símbolos religiosos dos espaços públicos e cercear a liberdade de imprensa. O PT inclusive puniu dois deputados que manifestaram ser contra o aborto. Luis Bassuma e Henrique Afonso. Em Plano de Governo e tratados internacionais o governo brasileiro assinou acordos que promoverão a legalização do aborto. Além disso, sempre conseguiram barrar a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito que investigaria o aborto.
Todas essas temáticas e outras foram abordadas num panfleto feito organizado pela diocese de Guarulhos (cidade da região Metropolitana de São Paulo) e amplamente distribuído em Paróquias, das mais diversas dioceses e arquidioceses do país com o tema “APELO A TODOS OS BRASILEIROS E BRASILEIRAS”.Assinado por três bispos da Regional Sul 1 da CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), o material impresso pela gráfica paulista Pana, em agosto de 2010, tem como objetivo orientar os fieis como VOTAR BEM.O PT mandou a Polícia Federal recolher o material da gráfica, fato este que ocorreu de forma rápida, quase que imediata sob o pretexto de que o material fora produzido pela campanha tucana.Para assegurar que o material não saísse para ser distribuído, militantes do Partido acamparam em frente a gráfica de forma agressiva e prepotente. Um dos três Bispos que assinaram o apelo é Dom Benedito Beni dos Santos que vem a ser o Vice-Presidente da Comissão Episcopal Representativa do Conselho Episcopal Regional Sul 1 da CNBB.Dom Beni, como é chamado, é bispo de Lorena (SP) e uma semana anterior ao recolhimento do material, teve que descascar um pepino gigantesco.
O Presidente da CNBB, Dom Geraldo Lyrio Rocha considerou em entrevista ao Portal de notícias Globo.com que o bispo paulista agiu dentro da normalidade e que os bispos tem o direito de orientar os fiéis sobre questões políticas partidárias, pois o estado é laico, mas não é ateu.Acompanhe a integra da matéria, clicando no link abaixo.
http://g1.globo.com/especiais/eleicoes-2010/noticia/2010/10/para-presidente-da-cnbb-bispo-de-guarulhos-agiu-dentro-da-normalidade.html
Na Diocese de Lorena, interior paulista, está a Canção Nova, uma comunidade católica, ligada a renovação carismática, que tem emissoras de rádio, portal de internet e uma rede de televisão. Foi nessa TV, que, no dia 5 de outubro, o Padre José Augusto Moreira, em homilia da tradicional missa semanal das 7 da manhã, destinou 12 minutos, aproximadamente, para destilar orientações para que fiéis não votassem na Dilma, pois ela será a favor do aborto, da união civil entre pessoas do mesmo sexo, entre outros temas.
O Padre chegou até dizer que poderiam prendê-lo, por tais explanações. Ele proferiu essas palavras, após receber uma legião de e-mails que, segundo o qual, deixaram-no agitado (sic). No mesmo dia, por temer, credita-se, perder a concessão do canal, o Presidente da Fundação João Paulo II, Wellington da Silva Jardim, mais conhecido como Eto, distribuiu uma nota a imprensa, na mesma manhã, onde “desautorizava” o referido padre e, que, a opinião do sacerdote não representava a da comunidade. Logo em seguida, o fundador da Comunidade Monsenhor Jonas Abib, emitiu uma solene “desculpas” a Dilma e ao PT pelo “incidente”. O video chegou até ser censurado no YouTube e o Partido dos Trabalhadores exigiu ao TSE um direito de resposta a emissora católica.Mas a “desautorização” das palavras de um sacerdote de um leigo foi fortemente criticada por leigos, sacerdotes e leitores de Blogs e também por quem?Bispos como Dom Benedito Beni, que mandou uma carta congratulando-o pelas palavras homiléticas e lida pelo padre José Augusto no dia seguinte.
Na rede mundial de computadores, há muitos outros vídeos de outros religiosos católicos como o do Arcebispo da Paraíba Dom Aldo Pagotto, o Padre cuiabano Paulo Ricardo e, de pastores protestantes como Silas Malafaia com os quais demonstraram seus repúdios ao PT e a forma pela qual o partido busca calar a voz de algumas pessoas ligadas às Igrejas.
Mas o que mais tem chamado atenção nesse processo eleitoral, não é a polarização da mesma em temas religiosos como aborto ou a união civil de pessoas do mesmo sexo, nem o cerceamento de bispos, padres e leigos quanto ao seu direito de se expressar, mas sim a presença do que pode ser chamado de Grupo Rebelde Católico, ou que se diz Católico.
Diferente das Católicas pelo Direito de Decidir (Organização Não-Governamental presente em vários paises do mundo, inclusive o Brasil, que defende a liberdade da mulher sobre seu corpo e dizem ser uma dissidência – não reconhecida oficialmente – da Igreja), esses rebeldes estão infiltrados dentro das Igrejas: São Padres, Bispos, leigos (muitos destes ligados a setores da juventude católica conforme alerta demonstrando na carta aberta a juventude relatada no terceiro comentário do “post” deste site http://www.deuslovult.org/2010/10/20/aviso-7/#comment-23907).
Em muitos outros lugares na Internet é possível encontrar vários casos de pessoas que querem “remar contra a maré “ da posição oficial da igreja e suas recomendações.O que está acontecendo agora nas eleições, parece uma repetição do evento de março do ano passado, quando uma menina pernambucana de 9 anos, estuprada pelo padrasto, foi forçada a fazer um aborto por uma entidade feminina.Na época, alguns católicos “malharam” o então Arcebispo de Olinda e Recife, Dom José Cardoso Sobrinho e várias pessoas ligadas ao Governo Federal como o Presidente Lula, o Ministro José Gomes Temporão e a Secretária de Políticas Especiais Nilcéia Freire, manifestaram de forma favorável a interrupção da gravidez da infante.
O cânon 1398 do Código de Direito Canônico diz que “todo aquele que provoca, coopera e incentiva o aborto, seguindo o efeito, incorre em excomunhão em latae sententiae’. Uma excomunhão por latae sententiae significa, grosso modo, estar proibido de comungar, de participar de pastorais, enfim de ficar em evidência na Igreja.Essa posição da Igreja existe desde o século I, portanto, não nasceu hoje.E a Igreja, como o próprio Jesus, é a mesma ontem, hoje e sempre( Hb 13,8).
Como foi dito, além do aborto, tem-se a questão da união civil homossexual. A Bíblia nos relata no Livro do Gênesis, capítulo primeiro, versículo 27, a criação do homem e a mulher.Deus não disse lá que criou o homossexual.É justamente essa questão polêmica que vem tirando o sono – sem necessidade – de grupos como a ABGLT (Associação Brasileira de Gays, Lésbicas e Transformistas).
Está tramitando no congresso nacional a PL-122, este projeto de lei diz que todo aquele que expressar alguma opinião que demonstre preconceito aos homossexuais ou qualquer coisa que denote homofobia. E ao que tudo indica, será sancionado pelo presidente da república em nome de um “pretenso” respeito e a “modernidade” do mundo atual.
Com efeito, esse projeto de lei, proibirá que, religiosos, leigos, sacerdotes católicos e pastores protestantes orientem, opinem e redijam documentos sobre o homossexualismo. Enfim, uma verdadeira lei da mordaça.
O Partido dos Trabalhadores quer calar a voz de todos aqueles que se opõe ao seu princípio ideológico. No Ceará, uma deputada petista, chamada Raquel Bastos criou um projeto que cria um conselho de comunicação no estado cearense, conforme pode ser verificado neste site http://www.cearaagora.com/noticias/politica/criacao-de-conselho-de-comunicacao-pela-al-do-ce-vira-noticia-nacional .
Outros três estados planejam criar conselhos parecido com o modelo cearense, maiores detalhes nos links abaixo.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/819621-apos-ceara-tres-estados-planejam-vigiar-midia.shtml
Até a OAB acha iniciativas como essa, demasiadamente repressiva e inconstitucional.Leia abaixo.
http://www1.folha.uol.com.br/poder/819798-conselhos-para-monitorar-a-midia-sao-inconstitucionais-diz-oab.shtml
Não é a toa que o governo brasileiro, sempre demonstrou, também, ter conivência com ditadores como o Hugo Chavez, da Venezuela, do Raul Castro, de Cuba, com Evo Morales, da Bolívia e com Mahmoud Ahmajinejad, do Irã, entre outros. Nas eleições deste ano Lula, apoiou políticos como Roseana Sarney (cujo irmão, Fernando Sarney, conseguiu calar até hoje o jornal “O Estado de São Paulo” que publicava denúncias de uso do dinheiro público maranhense em sua fundação e pai, José Sarney, envolvido no ano de 2006, em escândalos no Senado), apoiou Fernando Collor de Mello a campanha para a reeleição ao Senado(não foi reeleito) por Alagoas (Collor teve o mandato cassado em 1991, por abuso de poder econômico e corrupção e na época Collor e Lula eram inimigos declarados), apoiou Cássio Cunha Lima (que se candidatou ao Senado pela Paraíba – foi eleito – mas pode ter seu diploma cassado devido ao Projeto Ficha Limpa por ter comprado votos para se eleger governador em 2002), entre outros.
Diante desse panorama como pessoas que se dizem católicas, pode votar no PT?Certamente alguns fatores acabam promovendo esse tipo de fatores: o racha ideológico da CNBB, a invasão da Teologia da Libertação (que será abordado em outro texto sobre a relação dessa teologia com Pastoral da Juventude), entre outras coisas.
Embora este artigo tenha a intenção de estimular mudanças de pensamentos, o autor do mesmo acredita que muitos continuarão com a cabeça fixa na sua rebeldia católica e vivência particular religiosa.Por isso, convido você a espalhar esta boa noticia, esta verdade que liberta a todos do Pai da Mentira que é o DIABO..Afinal, nossa missão de nós católicos é anunciar a verdade que é ÚNICA e não VÀRIAS.

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

Panfletos, ameaças de morte e mentiras. Um retrato das eleições.

Do Site Eclesia Una



Este ano, as eleições fizeram uma verdadeira divisão no episcopado brasileiro. Nos últimos dias, a discussão acerca da posição dos candidatos à Presidência sobre a descriminalização do aborto vem sendo acalorada pela mobilização dos católicos brasileiros, que, fiéis às condenações da Igreja à prática do aborto, têm distribuído panfletos pró-vida em todo o país alertando as pessoas de bem ao perigo do voto em candidatos comprometidos com a cultura de morte.

No centro da discussão está o bispo de Guarulhos, Dom Luiz Gonzaga Bergonzini. Mais de um milhão de panfletos pró-vida do Regional Sul 1 da CNBB foram apreendidos em gráfica paulista pela Polícia Federal a pedido do Partido dos Trabalhadores. O responsável pela impressão dos panfletos era, segundo o dono do estabelecimento, o bispo da diocese de Guarulhos. E os panfletos não foram apreendidos só nessa gráfica de São Paulo, mas também em Campos do Jordão, graças à ação de um deputado petista que denunciou a distribuição do material à Polícia Civil. Os defensores do Partido dos Trabalhadores reclamam que as informações contidas no panfleto são “inverídicas e degradantes”.

Uma simples leitura do material nos leva a uma conclusão contrária à tirada pelos simpatizantes de Dilma.

A situação de conflito entre o tema que defende Dom Bergonzini e os interesses do PT rendeu ameaças de morte ao bispo paulista. “Recebi uma carta anônima com velada ameaça à minha vida, que já está nas mãos da polícia”, escreveu o pastor, em carta divulgada na íntegra pelo Fratres in Unum. Nessa mesma carta, Dom Luiz chama a atenção de seu irmão no episcopado, Dom Demétrio Valentini. Ele escreve: “Parece que há Bispos da Igreja Católica, no Brasil, que estão trocando o Evangelho do Senhor pela política partidária e por amizades pessoais”. Dom Demétrio, por sua vez, rebateu, afirmando que “de maneira muito injusta” o bispo de Guarulhos lhe acusava. “E ainda por cima declara que não está fazendo política”, concluiu o bispo de Jales, o mesmo que há alguns dias atrás assinou um documento defendendo a candidatura da petista Dilma Rousseff.

A coragem de Dom Luiz Gonzaga Bergonzini, no entanto, é grande, e o pastor paulista não esmorece: “Diante desses fatos, sou obrigado a enviar uma reclamação ao Papa Bento XVI, imediatamente, com toda a documentação, pedindo-lhe que tome as providências que julgar cabíveis e necessárias, para reorientar a Igreja Católica Apostólica Romana no Brasil, inclusive me orientar, se eu estiver agindo em desconformidade com o Evangelho.”

Enquanto o clima esquenta na Conferência Episcopal dos Bispos do Brasil, o Jornal Nacional entrevista os candidatos à Presidência da República. Ontem, segunda-feira, Dilma Rousseff foi novamente questionada sobre sua posição a respeito da descriminalização do aborto. E ela foi enfática, mais uma vez:

“O que é que acontece com o presidente da República? Ele não pode fingir que não existem milhares de mulheres, principalmente, até milhões, pelos dados até publicados pelo [jornal O] “Globo” são milhões de mulheres, três milhões e meio de mulheres que recorrem ao aborto. Nós não podemos fingir que essas mulheres não existem. E mais: não podemos fingir que essas mulheres, elas fazem isso em situações muito precárias, e provoca, recorrer ao aborto provoca risco de vida e em alguns casos a morte. Pois bem, a minha posição sempre foi a seguinte: você não pode colocar essas mulheres, prender essas mulheres. Não se trata de prender as mulheres, se trata de cuidar delas. Porque você não vai deixar três e meio milhões de mulheres ameaçadas a sua saúde. Então são duas posições diferentes. Quando a gente diz que o aborto não é um caso de polícia, no Brasil ele é um caso de saúde pública, o que que nós estamos falando? Nós estamos falando o seguinte: para prevenir para que não haja o aborto, primeira questão, nós temos que tratar a quantidade imensa de gestantes adolescentes que recorrem ao aborto ou porque têm medo da família, da família não aceitar, ou porque já não têm laços familiares efetivos que podem garantir a ela o apoio pra poder ter a criança.”- Dilma Rousseff no Jornal Nacional-18 de outubro de 2010


O discurso petista mais uma vez montado sob uma ótica feminista, que deixa de considerar a dignidade do ser humano presente ali, no ventre da mulher grávida, só evidencia os contrastes existentes entre o movimento pró-vida e a tentativa de implantação da “cultura de morte” em nosso país. Tudo está muito nítido. Há muito tempo. Alguns bispos fecham os olhos a essa realidade e ainda acusam os companheiros que não se omitem de “partidarismo”. Dom Luiz Bergonzini, ao condenar o voto em candidatos abortistas e citar os nomes das pessoas comprometidas com essa bandeira não está sendo partidário. Aliás, ele nunca citou, em nenhum documento, apoio a José Serra. Posição bem diferente foi a tomada por bispos como Dom Eugênio Rixen e Dom Demétrio Valentini, ambos de Goiás, que declararam, um de forma implícita e o outro de maneira explícita, o seu apoio à candidata Dilma, do PT.

A teimosa insistência de chamar de boatos aquilo que está documentado como verdade e o considerar o aborto uma questão secundária, um assunto que não merece prioridade, são amostras de como o jogo de interesses políticos é sórdido e como a vida humana é banalizada. A mentira se tornou o centro do espetáculo.