Do site Ururau/ Com informações do Blog
Fotos: Marcos Grevi
Choro, revolta e incompreensão
marcaram o sepultamento da funcionária pública Adriana de Souza Aguiar, 33
anos, no final da tarde desta quinta-feira (18/10), no cemitério Waldir
Sepúlveda, em Cardoso Moreira, onde morava com o filho e o ex-marido.
Dezenas de pessoas, entre
amigos, familiares, colegas de trabalho e conhecidos da pequena cidade do
Noroeste Fluminense, compareceram ao enterro para dar o último adeus a Adriana.
Durante o sepultamento, por várias vezes, a população perguntava o porquê de a
funcionária pública ter sido esganada e enterrada embaixo de uma casa em
construção na Praia de Grussaí, em São João da Barra.
“Adriana era conhecida em toda
Cardoso. Uma pessoa calma, serena, carinhosa, amiga, muito responsável,
funcionária exemplar e vivia para a família. Uma mulher sem maldades,
companheira e parceira para todas as horas e momentos. ‘Dri’ também era muito
religiosa e fazia questão de frequentar a igreja [católica]. Ninguém falava mal
dela, porque ela era uma pessoa do bem. Não faz sentido essa brutalidade que
fizeram com ela”, lamentaram as amigas de trabalho da Defesa Civil de Italva,
Marisa Monteiro e Itacir Henrique.
DEPOIMENTO DO SUSPEITO
O suspeito do crime, Fernando
Negrin, 42 anos, colega de trabalho de Adriana, disse à delegada Madeleine
Farias, ainda no Hospital Ferreira Machado, onde foi preso, que mantinha um
relacionamento amoroso com Adriana e que ela estava o pressionando para que ele
terminasse o casamento para ficar com ela. Adriana era divorciada, mas dividia
a casa com o ex-marido, com quem tinha um filho de 12 anos.
Ele ainda revelou que ela
chegou viva a Grussaí e que os dois tiveram uma discussão, que evoluiu para
luta corporal e disse que Adriana teria tentado agredi-lo com uma faca, ele
então conseguiu se esquivar e esganar a vítima, que pode ter sido enterrada
ainda viva, já que a necropsia constatou que havia areia nas vias respiratórias
de Adriana, o que demonstra que ela ainda respirava.
Para a delegada, não restam
dúvidas de que Fernando matou Adriana, no entanto as investigações prosseguirão
até que se saiba se ele fez isso sozinho ou com ajuda de outra pessoa, ou a
mando de alguém. “Nesta nova etapa das investigações, outras pessoas serão
ouvidas, dentre elas o marido da Adriana e a companheira do Fernando”, disse.
Adriana e Fernando trabalhavam
juntos na Defesa Civil de Italva.
ENTENDA O CASO
Desde que a família informou o
desaparecimento, a Polícia Civil vinha investigando o caso, e nesta quarta, o
delegado Maurício Barros, determinou que dois inspetores levassem o suspeito,
Fernando Faria Negrin, 42 anos, colega de trabalho da vítima, a residência de
veraneio dele, que estava em construção em Grussaí. A Polícia começou a
suspeitar de Fernando porque os três depoimentos dele foram contraditórios.
Chegando a São João da Barra,
os agentes tiveram o apoio de mais dois inspetores da Polícia Civil para irem à
casa de Fernando, que aparentava tranquilidade. Logo no portão, eles sentiram
um forte odor, e se dirigiram ao fundo do quintal, onde fica a fossa.
Percebendo que os policiais estavam desconfiados, Fernando disse que ali não
havia nada e que iria pegar uma pá para cavar o local. O suspeito foi dentro da
casa e na cozinha, cortou o próprio pescoço com uma faca, caindo posteriormente
no quarto. O socorro foi chamado e o suspeito levado para o Hospital Ferreira
Machado (HFM), em Campos.
Depois de Fernando ter atentado
contra a própria vida, os policiais começaram a escavar o terreno e por causa
da dificuldade, a delegada Madeleine Farias solicitou uma retroescavadeira que
ajudou no trabalho. O corpo foi encontrado em avançado estado de decomposição,
enterrado abaixo do alicerce do último cômodo da casa, em construção.
Fernando está internado no
Hospital Ferreira Machado (HFM) fora de perigo.
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Nota do Blog: Esse crime está cheio de versões conflituosas, uma dessas diz que o crime foi por dinheiro, outra versão pontua que foi por motivação passional, agora a polícia técnica e forense terá que trabalhar com o conjunto probatório, análise testemunhal e a reconstituição do fato criminal para que este quebra-cabeça seja montado. É necessário que a polícia seja cuidadosa para não punir inocentes ou inocentar culpados. Que Deus mais uma vez possa consolar o coração desta família que foi despedaçada por conta desse crime bárbaro que chocou a pacata cidade do noroeste fluminense.E com essa matéria, o blog encerra a cobertura desse caso escabroso.