Leniéverson Azeredo Gomes
Entre a Ação de Graças e a Benção Final nas Santas Missas está lá, o anunciador dos avisos da comunidade. Além da programação semanal da capela, a de nível paroquiana ou diocesana, o informante dos lembretes, também relata à assembléia, sobre a necessidade de se ter mais agentes de pastorais – leia-se convite informal ou de boca.Quando a Igreja está cheia, o “fazedor” de convite fica sorrindo de orelha a orelha, esperando mais respostas “Sim” do que respostas “Não”.Frustração, ao final da missa ninguém se voluntariou para trabalhar na pastoral da liturgia; catequese; música, da Criança, etc.
Se lugar onde você freqüenta passa por isso, não se assuste e não se descabele. É uma tendência cada vez mais freqüente no mundo católico atual – mas que não devemos considerar isso normal ou não procurar rezar para mudar. Independente de polêmica vamos juntos problematizar a questão.
A primeira Lei da Igreja descrita no título deste artigo, diz que devemos assistir missa inteira aos domingos e guardar dias de festa – em todos os dois casos tratar como uma atitude de preceito ou uma regra a ser cumprida. A missa ou celebração eucarística, como é de sabedoria ou dever-se-ia saber, é o momento onde se realiza o Santo Sacrifício, onde se atualiza o único sacrifício de Cristo, que se deu na cruz por nós e; cada membro da assembléia visível – descrito no artigo anterior – deve oferecer algo a Igreja. São sacrifícios de louvores, da Missa, espirituais, puro e santo, pois realiza e supera todos os sacrifícios narrados no Antigo Testamento.
Veja a Santa Missa nos recorda o momento em que o Filho do Homem, Jesus Cristo se deu no madeiro para a remissão dos pecados do mundo. No Antigo Testamento, o profeta Isaias, no capítulo 43, versículo 4, fala de um Deus que sempre é capaz de trocar reinos por nós.E Jesus, seu filho fez a mesma coisa, trocou a possibilidade de se salvar, diante da narrativa de sua Paixão e Morte, para a redenção da humanidade.
A Celebração Eucarística,, como foi descrito nos lembra, nos atualiza, nos recorda desse grande mistério da salvação e sacrifício de Cristo. Quando se acaba uma santa missa, o sacerdote faz a Benção Final, que nada mais, nada menos é um envio a missão – daí, também, se explica a origem da palavra missa (missio, missão). Vejam um trecho de uma das formulas da benção. “(...) Levai a todos a alegria do Senhor ressucitado.Ide em paz e que o Senhor vos acompanhe”.
Porque certas pessoas insistem em não aceitar ou atender o chamado d´Ele, para ser serem seus imitadores e se sacrificarem pela Igreja também? Na capela, onde o autor deste artigo freqüenta (Capela Santa Rita de Cássia, Paróquia São Vicente de Paulo – Diocese de Campos dos Goytacazes, Estado do Rio de Janeiro), nos fornece algumas respostas a essa pergunta que não quer calar.As pessoas costumam dizer que não tem tempo, que fazem isso, que fazem aquilo, são ocupações diversas.Nem mesmo o apelo do pároco tem surtido efeito.
Coincidentemente na Assembléia Diocesana, realizada em Campos dos Goytacazes, em dezembro de 2010, onde se reuniu representantes das 39 paróquias espalhadas pelas 13 cidades que englobam a diocese, foi discutida entre outras coisas, o fato de membros das comunidades diocesanas estarem em inúmeras pastorais - alguns estão até em cinco. É um acúmulo de funções, em decorrência desse panorama nada agradável.
Mas a diocese fluminense tem se mexido para melhorar este cenário ruim. Já em 2011, a diocese irá criar estratégias para a evangelização de jovens, casais e a formação pastoral. (questão última que será abordado em outro artigo), baseado no mais recente documento pontifício sinodal Verbum Domini.Além do mais, o curso de crisma – que por essência reaviva o senso de pertença a Igreja – tem introduzido temas ligados a importância de se fazer parte de pastorais e até a realização de Seminários de Vida no Espírito da Renovação Carismática Católica .
Concluindo, apesar da realidade aparentemente desoladora, a Igreja de Cristo, não pode se curvar, porque as portas do inferno jamais prevalecerão sobre ela.