quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Polícia Federal investiga seita que recruta ribeirinhos no Amazonas

Meta da seita é recrutar mais adeptos antes do Juízo Final Foto: Divulgação/PFEles seguem a ‘Lei Real’, constituída pelos Dez Mandamentos de Moisés e até se vestem como personagens bíblicos, usam um pano liso que cobre desde os ombros até os pés. Os homens são proibidos de cortar o cabelo e as mulheres usam um véu sobre a cabeça deixando apenas o rosto exposto.

Estas são algumas das peculiaridades dos seguidores da fanática seita do Peru, a Associação Evangélica da Missão Israelita do Novo Pacto Universal (Aeminpu), que há mais de duas décadas vem recrutando os ribeirinhos no Amazonas.

Os israelitas como são chamados estão sitiados predominantemente, ao longo do rio Javari, do lado peruano, nos municípios de Isla Santa Rosa e Islândia, ambos na província de Mariscal Ramón Castilla, localizados no trapézio amazônico, entre o Brasil, a Colômbia e o Peru.

Os membros do Aeminpu vivem congregados em pequenos povoados chegando a aproximadamente a 4.000 indivíduos. Tem em sua principal atividade o plantio de batata, tomate, banana, criação de animais e, entre outras atividades da agropecuária.

A produção além de servir para a própria subsistência dos povoados no Peru, que habitam às margens do rio Javari, também abastece os municípios de Tabatinga, Atalaia do Norte e Benjamin Constant, situados na região do Alto Solimões no Amazonas.

Até aí, tudo bem, mas é que além do escoamento de produtos derivados da atividade agropastoril para as cidades brasileiras, os israelitas constituem como o principal grupo de produtores de folha de coca no Peru, segundo informações da Superintendência da Polícia Federal no Amazonas.

Os fanáticos colhem as folhas, retiram delas a pasta-base da cocaína e repassam aos traficantes, que atravessam a fronteira e levam às capitais brasileiras o produto que pode ser transformado em pó de cocaína e crack.

Outra informação sombria repassada pela PF, é que em Tabatinga, do outro lado do rio Javari, no Peru, há pelo menos mil famílias que plantam coca. O véu da obscuridade vai além, ainda há suspeita de que a seita esteja fornecendo armas para traficantes de cocaína e guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).

Há onze anos, a polícia colombiana em uma de suas investidas na região fronteiriça, apreendeu em poder de Jonas Ataucusi, irmão do líder da Aeminpu, Ezequiel Gamonal, várias armas – uma escopeta, cinco revólveres, duas pistolas e munição – e rádios transmissores.


Coca em solo brasileiro

O incentivo para o cultivo da folha de coca é concedido pelos traficantes. Para os israelitas, esse seria um modo ou alternativa de angariar recursos e preparar os fiéis da Aeminpu para o juízo final e o Paraíso.

Os membros da seita acreditam que escaparão do fim do mundo guiados pelo fundador da seita, Ezequiel Ataucusi Gamonal (morto em 2000) para uma terra prometida no meio da floresta.

A seita vinda dos Andes foi fundada em 1968. De lá para cá, a Aeminpu conseguiu arrebanhar mais de 200 mil seguidores em dez países na América do Sul e um na Europa, a Espanha.
A propagação da seita nos últimos anos vem preocupando a segurança em território brasileiro.

O responsável pelo Comando Militar da Amazônia (CMA), general Eduardo Dias Villas Bôas, durante entrevista a uma emissora de rádio, disse que a plantação da folha de coca está intimamente ligada aos ‘Israelitas’ que usam o dinheiro arrecadado para preparar o dia do ‘juízo final’.


Comentário do Blog: Eu fico impressionado, como existe exploradores da fé ingênua neste mundo, ainda mais de ribeirinhos sem estudos, portanto facilmente manipuláveis.