Leniéverson Azeredo Gomes
“Eis que deixamos tudo e te seguimos”,
essa frase foi dita por Pedro a Jesus, na parte final da passagem do “Jovem
Rico”. Vocês viram nesta segunda, dia 28/05, que o rico recusou-se a desprender
dos bens materiais para seguir Jesus, mostrando o quão difícil pessoas com
posses entrar no Reino dos Céus.
A
Pedagogia do seguimento a Cristo sempre foi a do “se lançar”, do desapego aos
planos e sonhos humanos, para se entregar de corpo e alma aos planos e sonhos
divinos. No evangelho de hoje (Mc 10,28-31), Cristo nos aponta, que “quem tiver
deixado casa, irmãos, irmãs, mae, pai, filhos, campos, por causa de mim e do
Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos,
mães, filhos, campos, com perseguições – e, no mundo futuro, a vida eterna”.
Jesus
certa vez disse aos seus discípulos: “Se alguém quiser vir comigo, renuncie-se
a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me. Porque aquele que quiser salvar a sua
vida, perdê-la-á; mas aquele que tiver sacrificado a sua vida por minha causa a
ganhará de novo (...)”. (Mt 16, 24-25) Amados,
para seguir o Mestre, temos que fazer
certas renúncias. Deixar de lado concepções pessoais; projetos humanos; viver desejos
e caprichos exteriores para “fazermos aquilo que Ele nos disser”(Jo 3,5).Tudo
começa ou deveria começar dentro de uma casa, no seio de uma familia, onde pai
e mãe, sendo os primeiros catequistas, “ensina a criança o caminho que ela deve
seguir; de sobremodo quando envelhecer, dele não se há de afastar”(Pr 22,6).
Mas
nem sempre os país ensinam que se deve seguir a Jesus, que se deve renunciar
coisas para viver segundo a vontade do Pai. Observem duas situações, descritas
no evangelho que chamam a atenção e; também interferem no aceitar o seguimento
de Jesus.
A
primeira situação está descrita em MT 10, 35, diz que Jesus “veio para trazer a divisão entre o
filho e o pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e o sogro, e os inimigos do
homem serão as pessoas de sua própria casa”. Oras, Jesus era e é o príncipe da
paz (...) e fonte de eternidade e amor (Is 9,6), aquele que se deu numa cruz por
todos nós, mas, no entanto, muitos consideram “ a linguagem da cruz uma loucura e por isso,
se perdem” (1 Cor 1,18).
Viver e seguir a Cruz é, de fato, algo muito
complexo para os que estão com o coração fechado, principalmente, no mundo de
hoje, onde o materialismo, o subjetivismo, egoísmo ou egocentrismo, a concepção
de que se a farinha é o pouca mas o pirão pessoal tem de vir sempre primeiro,
dentre outras. E aí, amados, entra o segundo aspecto, que é a questão da porta
estreita, descrita em Mt 7,13. Aqueles que compreendem a dimensão da cruz,
entram por uma porta estreita, feita a medida para os escolhidos que buscam
viver uma opção diferente do mundo. Aqueles que seguem a porta larga são os
inimigos da Cruz, se acham autossuficientes, que não precisam de Deus para nada
e, assim, vivem a vida a sua maneira, por isso, tendem a se perder e adentrar
no ateísmo, agnosticismo, ceticismo ou falsas doutrinas.