sábado, 1 de março de 2014

O assunto é retiro de carnaval....


Leniéverson Azeredo Gomes

O tempo de carnaval está praticamente aí e com ele vem a seguinte pergunta:  “Devemos curtir o carnaval do mundo ou fazer os chamados ‘retiros ou acampamentos de carnaval’?” É claro que o questionamento nos remente a ideia de escolha. A Igreja não obriga as pessoas a participarem do ‘carnaval com Cristo’, mas  faz um convite, um chamado, exorta a uma motivação.
Existem, dentro da Igreja retiros de todos os tipos, desde os mais animados com músicas e solos de guitarra até os mais silenciosos. Mas há pontos em comum entre as duas que são  a celebração de missas diárias, adoração, palestras, confissões,  dentre outras coisas. É claro que há retiros de todos os valores, desde os mais baratos até os mais caros.
Participar de retiros de carnaval, não significa apenas desejar viver um clima de espiritualidade evangélica, mas sim uma oportunidade ímpar, uma oportunidade valiosa, para fazer ou construir novas amizades, em Cristo, amizades que te levam para Cristo. São ambientes que fortalecem o desejo pela fraternidade.
Por isso, se deve ter em mente, que a ação de se retirar no Senhor, não pode ser em hipótese alguma, uma fuga da vida com a família ou fugir de si mesmo. É um ato de encontro pessoal com o Autor da Vida, com aquele que se dá por inteiro por mim, por você e por todos nós: Deus Trinitário.
No novo testamento (Mt 26, 36ss; Mc 14,32ss e Lc 22, 39ss)  Cristo e os seus discípulos se dirigiam ao Monte das Oliveiras. Ele e os seus apóstolos iam nesse lugar para se retirar. Nos evangelhos de Mateus e Marcos, diz que eles antes de ir para esse lugar cantava o canto dos Salmos. Nos retiros atuais, do século XXI, tanto no processo de preparação e a realização do evento, quanto na ida e vinda dos retirantes, deve ou deveria ter um clima de oração. O louvor a Deus deve ser uma forma de clamor, uma forma de diálogo com Ele.
Em Mateus e Marcos, Jesus já no Monte das Oliveiras ministrava aos seus discípulos, uma rica palestra, que nada mais nada menos, era uma predição sobre a ressurreição dele mesmo e que Pedro, o negaria três vezes.  Da mesma forma, que nos dias de hoje, diversos leigos e padres são convidados para partilhar com quem se retira, assuntos ligados a teologia aplicando a vida cotidiana.
O texto de Lucas, diferente dos livros de  Mateus e Marcos, mostra um Jesus preocupado com a questão da tentação. Ele – Cristo - orava sem cessar, no sentido de pedir aos céus para que somente praticasse coisas santas, somente fizesse a vontade do Pai, ao passo que ensinava, também, aos discípulos a não se renderem a tristeza espiritual, que produz tentação. Nota-se, que o Jesus e os discípulos tinham um hábito, um costume de ir ao Monte para práticas sagradas.
Nos dias atuais, muitas pessoas, muitos cristãos, tem dificuldade de ver nos retiros uma oportunidade de dizer a si mesmo que deseja ‘buscar primeiro o Reino de Deus e a sua justiça’ (Mt 6,33). São convidas – não forçadas - , a passarem um carnaval diferente, serem separados da folia, da festa paganizada, do evento da carne. Apesar de tudo, Deus respeita a decisão contrária, mesmo desejando um SIM. Muitos são os chamados, mas poucos são os escolhidos – os que aceitam -.  Não aceitam por preguiça, porque o Marido não deixa, tem medo de se lançar ao novo de Deus, porque tem filhos pequenos,  porque vão a praia, etc.
Devemos ser Sal da Terra, Luz do Mundo e profetas das nações (Mateus 5,13), para contagiarmos esse mundo tão cheio de hedonismo, onde se busca o prazer pelo prazer, devemos mostrar a mundos e fundos que comanda a nossa vida: Deus ou o nosso egoísmo?
Retirai-vos no Senhor e busquem a santidade.