quinta-feira, 22 de março de 2012

Alguns aspectos importantes sobre as Universidades Católicas - Capítulo I

Leniéverson Azeredo Gomes


Os estudantes que desejam participar do corpo discente de uma Universidade Católica deveriam, previamente, saber as “regras do jogo” e, se adaptarem e respeitarem a todas elas.É o que diz o artigo 23, da Ex Corde Ecclesiae, exatamente na parte em que se identifica e se enxerga a missão de uma autêntica Universidade Católica.
Os estudantes são solicitados a perseguir uma educação que harmonize a excelência do desenvolvimento humanístico e cultural com a formação profissional especializada. O referido desenvolvimento deve ser tal que eles se sintam encorajados a continuar a investigação da verdade e do seu significado durante toda a vida, dado que “ é necessário que (...) se desenvolvam as faculdades da admiração, da intuição, da contemplação, e de se tornarem capazes de formar um juízo pessoal e de cultivar o sentido religioso, moral e social”. Isto os tornará idóneos para adquirirem (...) um estilo de vida autenticamente cristão. Eles devem ser conscientes da seriedade da sua profissão e sentir a alegria de serem amanhã « leaders » qualificados, testemunhas de Cristo nos lugares onde deverão desempenhar a sua missão.”
Portanto, numa Universidade Católica, não se comporta e em tese, não se deveria tolerar certos tipos de manifestações como a que o grupo da Isadora Penna, a estudante de Direito citada no artigo anterior, vem promovendo na reitoria da PUC-SP, que está sob o mandato de Dirceu de Mello. Este, ao blogueiro que vos escreve, parece conivente com essas coisas, pois ao ser procurado pelo “O Estadão” tentou procura-lo por duas vezes para comentar a fala de Dom Luiz Bergonzini, mas nunca é encontrado.
No entanto, há uma declaração dele, publicado no dia 4 de abril de 2011, portanto, do ano passado, onde ele emitiu uma opinião sobre o perfil acadêmico da PUC-SP.
“As atividades acadêmicas são inteiramente desobrigadas de qualquer compromisso com a religião católica, isso está inserido no estatuto da universidade. Temos aqui  alunos e professores ateus, judeus... Todos estão aqui. O valor fundamental prestigiado pela universidade é o valor católico, pois ela se criou sob a imposição, iniciativa de um cardeal. Mas todos tem liberdade, desde que no magistérios, por exemplo, os professores não agridam esse valores básicos que são prestigiados em nosso estatuto. Mas a liberdade de cátedra é franca”, ele afirma.
Que absurdo, seu Dirceu, tu não és dono da PUC, é um funcionário, não deveria ser tão petulante e arrogante. Vou lembrar ao Senhor algo:
“Os professores universitários esforcem-se sempre por melhorar a própria competência e por enquadrar o conteúdo, os objectivos, os métodos e os resultados da investigação de cada disciplina no contexto de uma coerente visão do mundo. Os professores cristãos são chamados a ser testemunhas e educadores duma autêntica vida cristã, a qual manifeste a integração conseguida entre fé e cultura, entre competência profissional e sabedoria cristã. Todos os professores devem ser inspirados pelos ideais académicos e pelos princípios duma vida autenticamente humana”
E mais.....
O Cânone 810 do CIC especifica a responsabilidade da Autoridade competente nesta matéria; Parágrafo 1. A Autoridade competente deve segundo os estatutos providenciar para que nas Universidades Católicas sejam nomeados professores, os quais, para além da idoneidade científica e pedagógica, devem primar pela integridade da doutrina e pela probidade de vida, e para que, faltando tais requisitos, observado o modo de proceder, definido pelos estatutos, sejam removidos”.
Tu nunca leste isso não, seu Dirceu de Mello? Deve ter sido isso ou se faz de desentendido.
Na mesma publicação, Dom Odilo Scherer, que além de cardeal-arcebispo de São Paulo, é Grão-Chanceler da PUC paulista, disse em letras bem firmes:
É preciso um esforço para que isso seja superado. Nossas universidades e faculdades católicas precisam manter sua identidade. Os estudantes buscam essa instituições por isso e esperam delas determinados valores e referenciais. E é isso que insistimos junto às organizações de ensino superior e aos colégios católicos: que sejam boas, mas não deixem de ser católicas, que manifestem claramente sua identidade naquilo que propõe como ideais e referenciais de educação”, ressalta Dom Odilo
Ele acrescenta que, além da Ex Corde Ecclesiae, “a Igreja possui um organismo que, também acompanha as instituições católicas, a Congregação para Educação Católica e, no Brasil, temos a Anec (Associação Nacional de Ensinos Cristãos) que agrega não apenas instituições católicas, mas todas aquelas cristãs”.
Portanto, nenhuma faculdade ou universidade católica é “solta”, tem de se observar regras, estatutos e ordenamentos jurídicos próprios, apesar de estarem também, sob o manto legislativo e fiscalizador educacional de cada País, onde ela foi implantada. Mas não pense que esse show de abusos contra a Ex Corde, por conseguinte, a doutrina Igreja Católica só vem acontecendo na instituição de ensino superior católica paulista. Em outros lugares do Brasil e até no Peru, se nota a problemática.
No final do ano passado, mais exatamente em setembro, a Unicap, Universidade Católica de Pernambuco, organizou um simpósio sobre direito homoafetivo, ou seja, voltado à defesa do homossexualismo. O evento teve a iniciativa do Diretório Acadêmico Fernando Santa Cruz da Faculdade de Direito da Unicap e do Movimento Gay Leões do Norte. Entre os palestrantes, estava quem? Isso mesmo, Jean Wyllys, ex-BBB e Deputado Federal (PSOL-RJ) – que não foi eleito pelo voto de legenda, mas não vem ao caso agora -.Mas também havia, pelo menos, 6 professores da própria UNICAP, um padre e professor da PUC-RJ – ligado a um grupo chamado “Diversidade”(?) Católica-, chamado Luís Corrêa.
Na ocasião, um grupo de fiéis da arquidiocese de Recife e Olinda, dirigiu-se até a residência episcopal além de entregar uma carta, mostraram o desejo de suplicar a Sua Excelência que impedisse a realização do ultrajante encontro. Dom Fernando Saburido, Arcebispo local, recebeu atenciosamente a comitiva; mas deu a entender que, naquela altura, nada podia fazer para impedir o evento.
Leonardo Boff
Três meses depois, no dia 5 de dezembro, organizaram uma outra palestra, só que com o Leonardo Boff, ex-frei, um dos ícones da Teologia da Libertação – Teologia que é considerada um câncer pela Igreja Católica, por conter inúmeras heresias -.Boff, como frei Betto, são personas non gratas da Igreja.
     De acordo com a Wikipedia, “a Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP) é a maior instituição de ensino privada de Pernambuco, foi criada a 27 de setembro de 1951 e reconhecida pelo Governo Federal através do Decreto 30.417 de 18 de janeiro de 1952. Origina-se da primeira Escola Superior Católica da região, a Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Manuel da Nóbrega, fundada em 1943, pela Província dos Jesuítas do Nordeste”. O reitor dessa instituição, atualmente, é um padre Jesuíta, chamado Pedro Rubens Ferreira Oliveira. Estranho, não é, meu povo?
Mas ainda não é o capitulo final sobre a saga sobre a discussão sobre as Universidades Católicas.