Antigo responsável pelas causas dos santos diz que a beatificação foi uma festa que vai «ficar na história»
Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Cidade do Vaticano, 01 mai 2011 (Ecclesia) – O cardeal português no Vaticano, José Saraiva Martins, admitiu hoje que o prazo para a canonização (declaração oficial como santo) de João Paulo II deverá ser menor do que os seis anos que foram necessários para a beatificação.
“Para a canonização, basta um milagre”, indicou o antigo responsável pela Congregação para as Causas dos Santos (CCS), sem querer, no entanto, “fazer previsões”.
O Papa polaco foi proclamado beato por Bento XVI esta manhã, na Praça de São Pedro, numa cerimónia em que participaram cerca de um milhão de pessoas, segundo as autoridades italianas.
Esta é a penúltima etapa para a declaração da santidade, na Igreja Católica, e concluiu uma primeira fase de trabalhos, iniciada em maio de 2005.
De acordo com o direito canónico, para a canonização é necessário um novo milagre atribuível à intercessão do beato João Paulo II a partir de hoje.
Concluídas estão, em definitivo, as investigações sobre as chamadas “fama de santidade” e “virtudes heroicas” de Karol Wojtyla (1920-2005), eleito Papa em outubro de 1978.
O cardeal Saraiva Martins, que falava após a celebração na Praça de São Pedro, mostrou-se satisfeito com a presença de “peregrinos vindos de todo o mundo para uma grande festa”.
“É uma festa de toda a humanidade que ficará na história”, sustentou.
O antigo responsável da CCS comentou ainda uma declaração do atual Papa, durante a homilia da Missa da beatificação, na qual Bento XVI afirmava ter querido que a causa de beatificação de João Paulo II “pudesse, no devido respeito pelas normas da Igreja, prosseguir com discreta celeridade”.
Segundo o cardeal português, desde maio de 2005 – altura em que ainda liderava a Congregação responsável pelas causas de canonização – houve sempre o cuidado de “proceder sem perder tempo”, permitindo que os trabalhos se tivessem iniciado “imediatamente”.
“A minha preocupação era, realmente, fazer com que esta causa de beatificação chegasse ao fim quanto antes”, indica José Saraiva Martins.
Karol Wojtyla foi beatificado pelo seu sucessor, um facto inédito na história da Igreja que respondeu a inúmeros gestos de “veneração por ele[João Paulo II]”, segundo o atual Papa.
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