Se alguém disser que tem fé, mas não tem obras, que lhe aproveitará isso?(...) Assim também a fé, se não tiver obras, está completamente morta (Tg 2,14. 17.26). Segundo o dicionário “Mini Dicionário Português” da W Kids, a palavra obra significa, dentre outras coisas, ações ou atos humanos ou institucionais. Podemos deduzir a partir da explicação do significado da palavra obra, que, para São Tiago, para que uma fé cristã seja autêntica é urgente, transformar a mesma, em ações; atitudes práticas e visíveis.
Mas quando se fala em obras, a primeira coisa que se lembra, são as obras de misericórdia pessoal de cada fiel ou as ligadas institucionalmente a Igreja Católica (criadas por congregações, ordens religiosas, comunidades da Renovação Carismática Católica, prelazias, etc.).De fato, ao longo da história a Igreja, seja por leigos ou por religiosos, fundou e desenvolveu obras de cunho social e caritativo, como a Cáritas Internacional, Ajuda a Igreja que Sofre, Fazenda Esperança, entre outras que trabalham dentro da concepção da Doutrina Social da Igreja.
No entanto, a Igreja Católica, também, ao longo dos tempos foi o pilar ideológico na fundação de universidades – por conseguinte na educação ocidental em geral-, teve um papel altamente contributivo na história da teoria musical, nas artes, na medicina, nas ciências, etc.
A maioria dos católicos da atualidade, não domina essa temática, uns por desconhecimento, outros por má vontade de querer saber (embora tenham diversas oportunidades para conhecer).
Em contraponto disso, o artigo, “A Igreja Católica, Mãe das Universidades”, de autoria do professor e teólogo Felipe Aquino, defende que há maldade e ignorância, naqueles que insistem em se referir à Idade Média e à Igreja como promotoras da inimizade à Ciência e perseguidora dos cientistas.
Com a experiência de 30 anos, trabalhando como professor universitário na cadeira de Física, Felipe Aquino – com razão – percebeu que muitos universitários entravam católicos praticantes e saiam céticos, pois as Instituições de Ensino Superior ensinavam em diversas disciplinas a negação de Deus ou visões distorcidas sobre a Santa Inquisição ou a polêmica da pedofilia.
O artigo ajudou na redação de seu livro “Uma História Que Não é Contada”, Editora Loyola. Na publicação, o professor afirma, em contraponto ao discurso anti-religioso, que o catolicismo foi o fundador das primeiras e mais importantes universidades do mundo. Eis algumas delas:
• Universidade de Bolonha – Itália: Fundada em1158, teve a sua origem na fusão da escola episcopal com a escola monacal camaldulense de São Félix. Em 1200 Bolonha tinha dez mil estudantes (italianos, lombardos, francos, normandos, provençais, espanhóis, catalães, ingleses germanos, etc.);
• Universidade de Salamanca - Universidade mais antiga da Espanha que ainda existe, fundada pela Igreja; seu lema é “Quod natura non dat, Salmantica non praestat” (O que a natureza não nos dá, Salamanca não acrescenta”. Entre as universidades mais antigas está a de Santiago de Compostela. A cidade foi um foco de cultura desde 1100 graças ao prestígio de sua escola capitular que era um centro de formação de clérigos vinculados à Catedral.;
• Universidade de Santiago de Compostela - A cidade foi um foco de cultura desde 1100 graças ao prestígio de sua escola capitular que era um centro de formação de clérigos vinculados à Catedral.
• Universidade de Valladolid - É anterior à de Compostela já que em 1346 obteve do papa Clemente VI a concessão de todas as faculdades, exceto a de Teologia.
• Universidade Complutense – Fundada em 1499, pelo Cardeal Cisneros, mediante a Bula Pontifícia concedida pelo Papa Alexandre VI. Nos anos de 1509-1510 já funcionavam cinco Faculdades: Artes e Filosofia, Teologia, Direito Canônico, Letras e Medicina.
• Universidade de Roma, La Sapienza – onde tristemente estudantes e professores impediram o Papa Bento XVI de proferir a aula inaugural em 2008 - foi fundada há sete séculos, em 1303, pelo Papa Bonifácio VIII (1294-1303), com o nome de “Studium Urbis”.
• Universidade de Sorbonne – Paris - Surgiu da escola episcopal da Catedral de Notre Dame. Foi fundada pelo confessor de S. Luiz IX, rei de França, Sorbon. Ali estudaram muitos grandes santos como, São Tomás de Aquino São Francisco Xavier e Santo Inácio de Loyola – este último fundador da Companhia de Jesus (Jesuítas), que fundou escolas em diversas partes do mundo, inclusive no Brasil, onde também foi a precursora do sistema educacional no Brasil.
Em se tratando de educação, foi um monge beneditino chamado, Guido D´Arezzo que desenvolveu as notas musicais (dó, ré, mi, lá, sol, lá, si).Para dar os nomes das notas, o religioso italiano, usou a primeira sílaba de cada verso de um hino de louvor a São João Batista:
“Ut queant laxis /
Resonare fibris /
Mira gestorum /
Famuli tuorum /
Solve polluti /
Labii reatum /
Sancte Iohannes”.
A tradução é algo como:
“Para que teus servos/
Possam, das entranhas/
Flautas ressoar/
Teus feitos admiráveis /
Absolve o pecado /
Desses lábios impuros/
Ó São João”.
No século 17, houve a troca de “ut”, por “dó”. O “si” nasceu da abreviação de “Sancte Iohannes” – São João em português.
Quanto às artes o catolicismo foi extremamente importante na construção de prédio, pinturas e na musica barroca.
Como você percebeu, a Igreja Católica tem uma vasta colaboração na história do mundo ocidental e oriental, basta que nós, membros da igreja, saibamos valorizá-la.
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