Além de escrever há 12 anos como jornalista católico, eu, Leniéverson Azeredo Gomes, toco e canto na Igreja há, pelo menos 15 anos, então quero partilhar dicas preciosas de como escolher cantos litúrgicos para a Santa Missa.
Assim, como em
qualquer tempo litúrgico, a música que cantaremos durante a celebração da Santa
Missa, precisa ser algo ligado intrinsecamente ao nosso desejo de nos elevar
cada vez a Deus. As passagens litúrgicas de hoje nos propõe que devemos ser
cumpridores dos mandamentos da Lei de Deus. Que tal, musicista, escolher cantos
que sejam intimamente ligados à ação litúrgica, como assim recomenda o
documento eclesial Sacrossanctum Concilium? Aqui será estabelecida uma
interligação entre a explicação dos textos litúrgicos com a escolha de cantos – sem explicitar nomes de hinos - para certas
partes da Santa Missa.
Vejamos nós, lá
a primeira leitura, retirada do livro do Deuteronômio 4, 1.5-9, já nos
apresenta a seguinte e precisa recomendação: “E agora, ó Israel, ouve as leis e
os preceitos que hoje vou ensinar-vos. Ponde-os em prática para que vivais e
entreis na posse da terra que dá.” (v.1). É recomendável que o canto de
entrada, logo de cara, leve-nos a perguntar e faça as pessoas se perguntarem:
Eu estou sendo fiel aos mandamentos desse Deus, que é o centro dessa celebração
eucarística que se inicia? Eu me proponho a seguir, quase que à risca aquilo
que o Senhor me pede? São perguntas sábias e, ao mesmo tempo, a partir da vida
de oração, Deus irá via unção dar essa resposta tão almejada.
É autêntico
dizer, igualmente, que obedecer aos mandamentos é um gesto concreto de amor ao
Pai. Todo sinal de demonstração de obediência é provar que temos um dom muito
especial. Ora, o texto do Deuteronômio, expressa dessa forma, um desejo divino:
“ensineis-vos e ordenações, conforme o Senhor, meu Deus, me ordenou, a fim de
as praticardes na terra que ides possuir. Observai-as, praticai-as, porque isto
vos tornará sábios e inteligentes aos olhos dos povos, que, ouvindo todas essas
prescrições, dirão: eis uma grande nação, um povo sábio e inteligente”. (v.5-6)
A canção da
apresentação dos santos dons, mais conhecida como canção do ofertório, precisa
estar ligada ao desejo de mostra a todos sobre a vontade de ofertar o amor a Deus,
apresentar ao Pai o dom da fé, mas ao mesmo tempo, queremos demonstrá-la com
obras, dentro de uma visão proposta por São Tiago. Oferecer ao Pai Criador a
nossa fé com obras, é uma forma de mostrar que estamos desejosos em viver sob a
cobertura, sob o mandamento d´Ele.
No entanto,
esse raciocínio não deve ser um exercício isolado e individual, tem de ser uma
ação coletiva, irmanada e, que com essa sintonia, Deus possa ver um povo
vivendo em comunhão os seus mandamentos. Afinal, “haverá, com efeito, nação tão
grande, cujos deuses estejam tão próximos de si como está de nós o Senhor,
nosso Deus que o invocamos?. Qual é a grande nação que tem mandamentos e
preceitos tão justos como essa lei que vos apresento hoje?", (v.7-8).
Portanto,
quando escolhemos um canto para comunhão, por exemplo, é preciso remeter e
desenvolver na comunidade a alegria de estar juntos, não só para estar
recebendo de forma grupal a eucaristia, mas sim, unidos poder experimentar o “Pão
da Palavra”, o alimento sólido da alma, que sustenta o nosso ser cristão. E
mais: “ensinar [através das canções] aos filhos, e aos filhos dos filhos
(netos)”(v.9) esses ensinamentos. Dessa forma, poderemos ser considerados e
declarados “grandes no Reino dos céus”.(Mt 5.19b).
Cante a missa
com essa certeza e com esse desejo de viver e ensinar a Assembleia de Fiéis ,
com as canções, que seguir o mandamento da lei de Deus, não é um peso, mas sim
um conforto.
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