sábado, 29 de setembro de 2012

Entrevista com a cantora católica Suely Façanha


Leniéverson Azeredo Gomes



Consagrada há 21 anos, na Comunidade de Vida Shalom – com sede em Fortaleza e que tem 42 casas de missão no Brasil e, 22 em outros países do mundo -, Suely de Almeida Façanha, 43 anos, gosta de dizer que a Shalom é “uma comunidade que a fez e ainda faz se sentir mais seduzida pelo amor de Deus”. Casada, três filhos, ela é uma mulher que faz do seu ministério musical – que gerou 9 CD´s gravados e participação em trabalhos fonográficos de outros artistas católicos-, um complemento ao seu ministério familiar. Minutos antes do show que marcou o encerramento no Novenário e Festa em Louvor a São Vicente de Paulo, Suely Façanha, como é mais conhecida, abriu um espaço para uma agradável entrevista com o jornalista Leniéverson Azeredo Gomes, de nossa Pascom. Ela contou um pouco da sua infância, de como entrou na comunidade, como ela faz para conciliar a vida matrimonial com os shows pelo país afora, dentre outras coisas. Acompanhem.


Pascom  – Boa Noite, Suely Façanha, acompanhando a sua história de vida percebemos que, na sua infância e adolescência, você estudou em escolas católicas, seus pais são de origem católica?
Suely Façanha -Em primeiro lugar, boa noite, é uma alegria estar aqui em Campos dos Goytacazes e, a minha história começa numa família católica, numa família de fé. Desde criança, eu frequentava a Santa Missa. Mas assim, a minha experiência com Deus aconteceu quando eu fiz o Seminário de Vida no Espírito Santo, há alguns bons anos atrás. A partir desse momento, aquilo que eu escutava e acreditava se tornou uma realidade próxima do meu coração. Então, foi através do Seminário de Vida no Espirito Santo que minha vida de oração começou e minha vida de engajamento ganhou sentido no grupo de jovens e, o tempo foi passando e foi exatamente essa primeira experiência que desembocou numa vida consagrada. Eu sou consagrada há 21 anos, sou da Comunidade de Vida Shalom, sou missionária e, foi nessa primeira experiência com o amor de Deus que, eu me senti seduzida por esse amor e desejei entregar a minha vida ao Senhor.
Pascom – Há alguns anos, no Programa “Academia do Som” (Transmitido pela TV Canção Nova), a época apresentado pelo cantor, também cearense, Ricardo Sá, você contou uma experiência, na qual, antes de entrar para a comunidade, que havia deixado a faculdade para ser missionária. Explique para nós esse fato.
Suely Façanha – Bom, em primeiro lugar, cada pessoa tem uma estória diferente da outra, mas, no meu caso, eu cursava o 3º Ano de Administração de Empresas e eu senti que aquele ano era um ano decisivo em minha vida. A faculdade não era um peso para mim, muito pelo contrário, era algo que eu amava profundamente e tenho identidade com essa atividade, né? Mas, o Senhor me queria de um modo muito forte e eu disse: que, se eu não entrasse e se precisasse romper com a faculdade e eu faria como fiz e, que se não entrasse na comunidade, me sentiria como um peixe fora d´água. Então, era uma certeza muito grande que o Senhor plantava no meu coração para dar esse passo e deixar tudo para trás. Eram realidades que eu amava: o curso, a faculdade e a família. E, como eu disse não era um motivo de fuga dessas realidades, mas era uma opção livre e amorosa pelo Senhor.
Pascom- Como a sua família reagiu a essa decisão?
Suely Façanha – Inicialmente, não. Porque foi um susto, né? É algo que a família não conta, com a decisão de um filho para a vida consagrada, nem sempre a família tá preparada para isso. Mas assim, logo, meu pai me apoiou, depois de alguns dias assim, que ele recebeu a notícia do meu discernimento vocacional que já sabia que estava acontecendo, mas uma coisa é quando chegou o dia da partida. Então, logo, ele começou a me apoiar, mas a minha mãe passou bastante tempo pra acolher a ideia. Nos primeiros três anos, eu não contei com o apoio da minha mãe, mas como era algo que eu queria muito e tinha muita certeza dessa vontade de Deus, na minha vida, Ele me deu a graça de superar de superar estes desafios e estar presente até hoje, onde estou.
Pascom - Você já teve a oportunidade alguns CD´s, tem algum trabalho em que considera mais importante?
Suely Façanha – Eu acho que cada disco marca uma fase da vida da gente, marca uma estória. Eu gosto de todos, mas de um modo particular, do CD “Em Tuas Mãos”, onde a gente encontra [canções] como “Abraço Eterno”, “Sei Que Terei Mais”, “Deus me Guiará”, esse disco, em particular, eu percebo que é muito querido das pessoas, como, também o CD “Se Quiseres”, onde você acha a música “Com Tua Mão”. Agora, estou numa época de produção, a gente está fazendo um disco novo, que vai sair agora até o final do ano e se chamará “Viver pela Fé”, nós estamos aproveitando esta passagem pelo Rio para ter um contato com um arranjador, para dar prosseguimento aos trabalhos.
Pascom – A música católica tem a experiência de ter muitas mulheres que são casadas e que tem filhos, a questão é como você consegue conciliar casamento, os três filhos e vida missionária?
Suely Façanha – (Risos)É um ato de fé, é um “Viver pela Fé”, como o nome do meu novo disco diz, bastante intenso. Precisa haver muita comunhão com diversas instâncias, como o meu esposo [Élson Santos], a formadora da comunidade, o meu coordenador de trabalho, porque não mais para ser 100% em tudo. A gente dá o que tem para dar e, o melhor que tenho para dar, quando eu estou em casa, eu sou toda dali, quando eu estiver no trabalho, eu vou dar o máximo dali, quando eu tiver na minha vida comunitária, eu vou dar me dar inteiramente ali, mas eu não consigo mais frequentar a vida comunitária como antes, por exemplo, nós estamos numa Quinta-Feira, tá tudo acontecendo normalmente lá em Fortaleza, eu tô aqui em Campos [dos Goytacazes - RJ], amanhã é outro dia, não volto, continuo em missão, sigo no Sábado para o Halleluya, na Quinta da Boa Vista, no Rio de Janeiro. E a gente vai procurando se dá aonde (sic) está naquele momento e, entendendo que, digamos, o meu esposo graças a Deus entendeu que, se Deus me chamou a essa missão que é complementar a ele, porque ele fica com os meninos que são aos mais velhos (Rafael e Felipe) e a menorzinha (Isabella), eu deixo com a minha mãe. Então, eu tenho a ajuda de todos os lados, porque senão seria capaz de dar continuidade a esse projeto. É uma missão que não é só minha é de muita gente e que a gente vai procurando dar o melhor de si, em cada momento desse.
Pascom – Qual é a mensagem que você deixaria para os leitores dessa entrevista?
Suely Façanha - O que eu poderia de dizer para esta paróquia que está em festa hoje e ,nós estamos ouvindo os fogos (Risos) [e realmente estava sendo solto os fogos de encerramento da festa], é que o amor de Deus é uma realidade presente na vida da gente. Por mais que as coisas estejam difíceis e quando passamos por momentos difíceis, o amor de Deus é uma constante em nossa vida. É que, eu queria dizer para você, acredite nisso, porque às vezes para abraçar, às vezes a gente tende a não acreditar mais ou não perceber esse amor de Deus, em nossa vida. Deus é fiel, Ele está conosco e essa presença é constante e amorosa e é isso que dá força na caminhada.

Pascom Obrigado, Suely, pela entrevista.

3 comentários:

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