Frei Paulo Ferreira, OFM
De estirpe real, pois foi filha
de André e Gertrudes, reis da Hungria, nasceu em 1207 e recebeu no baptismo o
nome de Isabel (Elisabeth), o qual significa ‘casa de Deus’. Aos quatro anos de
idade viaja para a Alemanha onde crescerá juntamente com a família do seu
noivo, Luís, príncipe da Turíngia e sucessor do rei da Turíngia, Hermano.
Dada a sua vida simples,
piedosa e desligada das pompas da corte, concluíram que a menina não seria uma
boa companheira para Luís. E por isso perseguiram-na e maltrataram-na, dentro e
fora do palácio.
Luís, porém, era um cristão da
fibra do pai. Logo percebeu o grande valor de Isabel. Não se impressionava com
a pressão dos príncipes e tratou de se casar o quanto antes. O que aconteceu em
1221.
A Santa não recuava diante de
nenhuma obra de caridade, por mais penosas que fossem as situações, e isso em
grau heróico! Um dia, Luís surpreendeu-a com o avental repleto de alimentos
para os pobres. Ela tentou esconder... Mas ele, delicadamente, insistiu e...
milagre! Viu somente rosas brancas e vermelhas, em pleno Inverno. Feliz,
guardou uma delas.
A sua vida de soberana não era
fácil e frequentemente tinha que acompanhar o marido em longas e duras
cavalgadas. Além disso tinha o cuidado dos filhos: Hermano, nascido em 1222; Sofia
em de 1224 e Gertrudes em 1227.
Estava grávida de Gertrudes,
quando descobriu que seu marido se comprometera com o Imperador Frederico II a
seguir para a guerra das Cruzadas para libertar Jerusalém. Nova renúncia
duríssima! E mais: antes mesmo de sair da Itália, o duque morre de febre, em
1227! Ela recebe a notícia ao dar à luz a menina.
Quando Luís ainda vivia, ele e
Isabel receberam em Eisenach alguns dos primeiros franciscanos que chegavam à
Alemanha por ordem do próprio São Francisco. Foi-lhes dado um conventinho.
Assim, a Santa passou a conhecer o Poverello de Assis e este a ter frequentes
notícias dela. Tornou-se mesmo membro da Família Franciscana, ingressando na
Ordem Terceira que Francisco fundara para leigos solteiros e casados e
sacerdotes seculares. Era, pois, mais que amiga dos frades. Chegou a receber de
presente o manto do próprio São Francisco.
Morto o marido, os cunhados
tramaram cruéis calúnias contra ela e expulsaram-na do castelo de Wartburg. E
de tal forma apavoraram os habitantes da região, que ninguém teve coragem de
acolher a pobre, com os pequeninos, em pleno Inverno. Duas servas fiéis
acompanharam-na, Isentrudes e Guda.
De volta ao Palácio quando
chegaram os restos mortais de Luís, Isabel passou a morar no castelo, mas
vestida simplesmente e de preto, totalmente afastada das festas da corte. Com
toda a naturalidade, voltou a dedicar-se aos pobres. Todavia, lá dentro dela o
Senhor chamava-a para se doar ainda mais. Mandou construir um conventinho para
os franciscanos em Marburg e lá foi morar com as suas servas fiéis. Compreendeu
que tinha de resguardar os direitos dos filhos. Com grande dor, confiou os dois
mais velhos para a vida da corte. Hermano era o herdeiro legítimo de Luís. A
mais novinha foi entregue a um Mosteiro de Contemplativas, e acabou sendo Santa
Gertrudes! Assim, livre de tudo e de todos, Isabel e suas companheiras
professaram publicamente na Ordem Franciscana Secular e, revestidas de
grosseira veste, passaram a viver em comunidade religiosa. O rei André mandou chamá-las,
mas ela respondeu que estava de facto feliz. Por ordem do confessor, conservou
algumas rendas, as quais reverteram para os pobres e sofredores.
Construiu um abrigo para as
crianças órfãs, sobretudo defeituosas, como também hospícios para os mais
pobres e abandonados. Naquele meio, ela sentia-se de facto rainha, mãe, irmã.
Isso no mais puro amor a Cristo. No atendimento aos pobres, procurava ser criteriosa.
Houve época, ainda no palácio, em que preferia distribuir alimentos para 900
pobres diariamente, em vez de lhes dar maior quantia mensalmente. É que eles
não sabiam administrar. Recomendava sempre que trabalhassem e procurava criar
condições para isso. Esforçava-se para que despertassem para a dignidade
pessoal, como convém a cristãos. E são inúmeros os seus milagres em favor dos
pobres.
De há muito que Isabel, repleta
de Deus, era mais do céu do que da terra. A oração a arrebatava cada vez mais.
As suas servas testemunharam que, nos últimos meses de vida, frequentemente uma
luz celestial a envolvia. Assim chegou serena e plena de esperança à hora
decisiva da passagem para o Pai. Recebeu com grande piedade o sacramento dos
enfermos. Quando o seu confessor lhe perguntou se tinha algo a dispor sobre a
herança, respondeu tranquila: "Minha herança é Jesus Cristo!" E assim
nasceu para o céu! Era 17 de Novembro de 1231.
Sete anos depois, o Papa
Gregório IX, de acordo com o Conselho dos Cardeais, canonizou solenemente
Isabel. Foi em Perusa, no mesmo lugar da canonização de São Francisco, a 26 de
Maio de 1235, Pentecostes. Mais tarde foi declarada Padroeira dos Irmãos da
Ordem Franciscana Secular.
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Nota do Blog: Santa Isabel de Hungria, rogai por nós.
2 comentários:
Prezado irmão em Cristo Jesus, Deus abençoe você e suas iniciativas. Obrigado pela mensagem que deixou no nosso blog........
Eu que sou grato pelas suas palavras. Esse espaço é nosso para debater as coisas de Deus com a liberdade que nos é negada por alguns meios de comunicação tradicionais. Fique com Deus e obrigado pelo belíssimo comentário.
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