terça-feira, 20 de novembro de 2012

Testemunhas de Jeová não comemoram aniversários: como isso pode gerar depressão e até suicídio.



 Leniéverson Azeredo com Agências de Noticias

 

      Há casos que muitas vezes pode acabar de forma desagradável, vejam esta matéria abaixo e vejam como extremismo doutrinário gera efeito perverso:

      Conflito religioso termina em tragédia em Campo Grande

     Filha de mãe Testemunha de Jeová, I.C., de 16 anos, cursava o 2º ano do Ensino Médio da Escola Padre João Grener, no Conjunto Estrela do Sul. A menina fazia parte de um projeto de dança e na noite de ontem telefonou para as amigas, chateada pelo fato de a mãe não ter autorizado a sua participação na apresentação cultural.
      Às 9 horas, a Polícia Militar foi acionada para ir até o residencial, onde a família mora. Por conta do conflito religioso a família enfrentou a tragédia.
     O pai, autônomo, acompanha os peritos que estão na residência, onde a menina estava sem vida. A suspeita é de que ela teria usado a arma do pai escondido e desferido um tiro no peito. Abalada, a mãe foi para a casa de uma vizinha. 
Fonte: Jornal News Sul – Campo Grande-MS

       Documentos da nossa mãe Igreja Católica, como Familiaris Consortio, por exemplo, ensina os pais a serem os “primeiros catequistas”, ensinando aos filhos os verdadeiros valores éticos e morais religiosos, mas a doutrina teológica moral é passada as crianças católicas através do testemunho de vida cristã e não por imposição. Diferente dos casais TJ´s, que forçam as crianças ensinos sectários, conduzindo-as muitas vezes a infelicidade e traumas quase indeléveis.E sair do “Novo Mundo” pode gerar conseqüências significativas, leiam este testemunho.
   “Meu nome é Andréia. Meus pais tornaram-se Testemunhas de Jeová em 1973, nasci em 1976, portanto, nasci "na verdade", assim como meus outros três irmãos. (....)Batizei-me aos 10 anos, junto com minha irmã de 11, em um congresso de Distrito em Belo Horizonte. Sempre fui zelosa, me esforçava para ser uma TJ perfeita.
      Hoje luto contra traumas emocionais profundos em decorrência da rígida formação como TJ. Hoje sofro profundamente por ter me desligado da Organização enquanto minha mãe, meu pai, minhas duas irmãs e meu irmão caçula ainda são TJ. (...)Um dia, logo quando comecei a duvidar, quando disse a meu pai que não tinha certeza se era realmente ser TJ o que eu queria, minha família foi à reunião e eu fiquei em casa, me sentindo péssima. Quando eles chegaram, meu irmãozinho, então com uns nove anos, abriu a porta do quarto e me disse com os olhos cheios de lágrimas: - "Se você deixar a religião eu nunca mais falo com você". Aquilo foi como uma faca no meu coração, eu e ele tínhamos uma relação de tanto amor... eu era (e sou) apaixonada pelo meu irmão, e hoje somos como dois estranhos (...) Aos 17 anos, depois de terminar o 2º grau, disse aos meus pais que queria fazer faculdade, eles acabaram concordando, desde que minha irmã fosse fazer o mesmo curso, e este curso fosse na faculdade que fica em uma cidade próxima à cidade onde eles moram. Fizemos o vestibular, passamos e fomos estudar. Durante a semana freqüentávamos as reuniões na cidade onde estudávamos e todos os fins de semana íamos para casa, e freqüentávamos a congregação de meus pais.

         Apesar de todos os esforços comecei a perceber que todos, nas duas congregações, nos tratavam como se fôssemos uma espécie de leprosos, pessoas com quem não era saudável conviver. (...)Aquilo me horrorizou por dentro, lembrei de todas as crianças, filhos de parentes, de amigos, ou de estranhos que eu conhecia,  e disse para mim mesma: um Deus de Amor não faria isto com criaturas inocentes que não tiveram a oportunidade de escolher o seu caminho. Nesta época, conheci o meu atual marido, que fazia o mesmo curso que eu e começamos a namorar. Uma pessoa maravilhosa, de mente aberta, amoroso, então eu decidi que não era ser TJ o que eu queria para minha vida. Falei para o meu pai, disse que queria me dissociar...
   Só quem já foi TJ pode entender o que isso significou em minha vida, na vida da minha família. Meu pai disse que jamais permitiria que outro filho fizesse faculdade, entre outros absurdos mais.
               Uma semana depois fui surpreendida ao ser convidada para uma conversa com os anciãos, que na verdade era uma comissão judicativa. Eles me interrogaram sobre minha relação com meu namorado, se tínhamos fornicado, se eu tinha medo de admitir isso e era por isso que eu queria sair. Eu deixei bem claros os motivos pelos quais EU NÃO QUERIA MAIS SER TJ, e que minha vida sexual se existia ou não era um assunto pessoal meu, do qual eu não iria falar com eles. Alguns dias depois, minha irmã me chamou para uma conversa entre irmãs, amigas que éramos, e eu então lhe disse que eu não era mais virgem. Dali ela foi diretamente falar para o meu pai (algo completamente desnecessário, eu já tinha 21 anos, sabia perfeitamente o que fazia com minha vida, e não queria mais este conflito com meu pai). O que aconteceu depois disso não sei exatamente, só sei que ao invés de ser dissociada como eu havia pedido, o anúncio foi dado nas congregações como desassociação. Incrível! Eu fui expulsa de um lugar de onde eu havia pedido para sair!!!
      A humilhação para mim e para minha família foi maior assim... Isto foi em 1997. Até hoje tenho pesadelos com o Armagedon! Hoje eu sou uma mulher de 27 anos, casada, tenho uma filha, um emprego público federal, que consegui em um concurso com mais de 180.000 inscritos em todo o país, e não consigo sequer comprar roupas para mim sozinha... Parece que uma coisa não tem relação com a outra, mais tem tudo a ver... Eu tenho dificuldades em me relacionar com as pessoas em meu trabalho, em minha vizinhança, sou ansiosa, me sinto inadequada em qualquer círculo social. POR QUE? Passei esta noite acordada e relembrando minha infância e adolescência... Foi doloroso... Doeu recordar como eu me sentia, sozinha em um canto na hora do recreio, na escola, porque eu não podia me relacionar com "mundanos"... a vergonha que eu sentia quando era aniversário de algum coleguinha do jardim de infância e eu ficava sentada e calada enquanto meus colegas cantavam parabéns... a ansiedade que eu sentia na 1ª série, quando eu sabia que haveria aula de Religião e que eu tinha que me levantar e sair da sala, ia para a sala da diretora, morrendo de medo e vergonha... Lembrei-me de quando os colegas me perguntavam o que eu ia ganhar no Natal, e eu tinha que dizer que na minha casa não tinha Natal, "Jeová não gostava de Natal"...
     Lembrei-me do quanto eu tinha vontade de me vestir de caipira e dançar quadrilha nas festinhas juninas da escola, mas "Jeová também não gostava de festa Junina". Senti novamente a humilhação de ser obrigada a explicar em voz alta para a professora, por que eu não podia participar da festinha do dia das mães, explicar porque Jeová não gostava do dia das mães... Senti toda a solidão e toda a inadequação de viver no mundo, mas não poder fazer parte dele. Hoje eu não perco a oportunidade de assistir ao desenho He-man quando posso, pois quando eu era criança eu não podia. Quando eu e minha irmã entramos na adolescência era preciso implorar para meu pai deixar a gente sair de casa, e mesmo assim ele ia atrás fiscalizar, depois tinha o sermão, toda aquela cobrança sobre "mundanos", toda aquela culpa, vergonha, humilhação...
     Hoje posso admitir para mim mesma que era constrangedor quando eu entrava na casa de algum colega no serviço de campo, as gozações que eu ouvia depois... Acho que todos que passaram por isso sabem do que falo. (...)”. 

Fonte: http://parpen.tripod.com/sonhos_destruidos.htm

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