Leniéverson Azeredo Gomes*
A Política, segundo a súmula teológica de São Thomas
de Aquino, é a ciência voltada para o bem comum, onde quem detém um mandato ou
cargo eletivo precisa se voltar para a coletividade. Platão, um dos filósofos
gregos, desenvolveu um ensaio sobre a conciliação de interesses. Mas que interesses:
o Político com P maiúsculo.
O político com p minúsculo sempre se voltará a
politicagem, ao populismo, onde dá emprego a X, sem concurso público, infringindo
o direito administrativo, para um parente (incorrendo na prática do nepotismo)
ou dos apadrinhados. Essa situação, como consequência promove o voto de
cabresto, onde o cidadão, muitas vezes "de quatro".
"ajoelhado" ou se "rasteja" como cobra em direção ao
prefeito ou vereador que lhe deu o emprego.
É como se fosse uma relação entre Deus e o seus
servos. Isso nos faz lembrar a passagem onde o povo hebreu viveu anos cativo e
escravo pelo faraó do Egito. Um povo que não quer ser libertos e preferem estar
algemados pelo faraó a serem livres. De fato, o voto de cabresto era uma
prática que começou a ficar conhecida no nordeste, no início do século XX, onde
os coronéis, donos de latifúndios, ordenavam aos jagunços, muitas vezes com
violência, para que moradores das cidadezinhas votassem em políticos da
primazia dos coronéis, quando não raro fossem os próprios coronéis os
candidatos. Nos dias de hoje, no nordeste, essa política ainda persiste não só
nordeste com as famílias Colllor, Sarneys, Cunha Lima, e no norte,
centro-oeste, sul e sudeste do Brasil.
Mas ao invés de agir com violência, hoje, os
coronéis atuam com ideologias populistas, como Bolsa Família, Cheque Cidadão,
projetos de R$ 1,00, etc. Daí vem à expressão coronelismo, um sistema privado
de poder. Curiosamente, o Salmo 97, 9, fala de um mundo, onde o governante tem
de "chefiar o mundo com justiça e os povos com equidade".
Governar o mundo sem prestigiar a justiça, o
bem-comum e a equidade, tem como consequências graves: falta de investimentos
em educação, saúde, moradia popular, as ruas continuarão esburacadas e com
esgoto a céu aberto, falta de saneamento básico, a proliferação de lideranças
populistas e corruptas, etc.
O Vereador corrupto não fiscalizará o executivo,
se este for do mesmo partido dele e o prefeito sempre receberá "sims"
e fará uma verdadeira farra com o dinheiro público. Todo eleitor, precisa ter a
consciência de que ao eleger estas pessoas, estará autorizando o mesmo a fazer
você e a sua cidade de palhaços e não os tratará com seriedade. Independente se
a sua cidade tem coronéis ou não, no dia 7 de outubro, deposite seu voto em
alguém sério, com ficha limpa, que não trate você e a sua cidade como palhaços.
Pensem nisso.
* Jornalista
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