quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Cristão precisa desapegar dos bens materiais.


Leniéverson Azeredo Gomes

Segunda e terça, dessa semana, os evangelhos litúrgicos colocaram até nós, a passagem do Jovem Rico (Mt 19, 16-30). O texto escrito em forma de parábola é emblemática, no sentido de que nos ajuda a entender a forma com a qual Jesus deseja que O sigamos. Em primeiro lugar, o evangelista Mateus, se preocupa em manter no versículo a palavra Rabi, que significa, “Mestre”.
De fato, o jovem rico que se aproximou de Jesus, compreendia que o Filho de Deus, era um líder cheio de sabedoria, mas se mostrava repleto de dúvidas, como se revela, logo de cara, na primeira pergunta: “Mestre, que devo fazer de bom para possuir a vida eterna? (v 16)” E ele, o Jovem Rico, recebeu atentamente a resposta de Cristo: “Por que me perguntas sobre o que é bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos” (v.17). O jovem demonstrava interesse pela Verdade revelada. Cristo o ensinava, também que, além de seguir os mandamentos, para se ter a vida eterna, o jovem rico teria que “ir, vender tudo o que ele tinha, dar o dinheiro dele aos pobres para ter um tesouro no céu, assim ele poderia seguí-lo”(v. 21). O moço rico seguia os mandamentos, segundo ele mesmo afirmava, mas não queria se desprender dos bens materiais, por isso entristeceu-se com a fala do Mestre.
Quando Cristo falou ao jovem rico as expressões do tipo “vender tudo o que tem” e “dar dinheiro aos pobres”, recordou  de forma subentendida sobre a “não possibilidade de servir a dois Senhores”, “porque ou odiará a um e amará o outro, ou dedicar-se á um e desprezará o outro” (Mt 6,24).
Tanto o Novo, quanto o Antigo Testamento, não fala que é errado ter posses ou acumular riquezas, apenas aponta sobre o fato de o ser humano, não se deixar escravizar pelo capital adquirido. Este Blog, há alguns meses, publicou um post chamado  “Servir a Deus de Israel ou o Deus Mamom (Dinheiro)?”, onde foi pontuado que muitas seitas, ao invés de levar a imagem de um Deus que é Pai, cujo nome está sobre todos os nomes e a quem devemos servir, levam a imagem de um Deus supermercado, onde tem-se a nítida sensação de que Ele deve nos servir todo o tempo e a todo instante. É o raciocínio herético da Teologia da Pro$peridade.
Devemos nos recordar que, na passagem do Rico e o Pobre Lázaro (Lc 16,19-31), o que tinha mais posses, quando morreu queria ser tratado da mesma forma, quando estava em meio aos vivos. Mas ele, o rico, só dava migalhas a um pobre chamado Lázaro. A sua conduta de avareza, egoísmo e uma postura não altruísta. O Rico, descrito na passagem, sofreu as consequências do Juízo Final (Mt 25, 31-46), afinal ao Lazaro, não deu de comer, não deu de beber, não deu acolhimento, não deu de vestir, dentre outras coisas.
A pedagogia cristã sempre se voltará para a abnegação, ou seja, para a renúncia de si mesmo, dos excessos e das amarras. Observem que “Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmã, pai, filhos, campos, [bens materiais, acréscimo do blog] por causa do nome de Cristo, receberá 100 vezes mais” (Mt 19,29).Por isso que “é mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico ingressar no Reino de Deus” (Mt 19, 24), devido ao fato de que para o que tem posses, não é prioridade “buscar primeiro o Governo Divino” (Mt 6,33).
Concluindo, se querem seguir Jesus, “abandone a si mesmo, tome a sua cruz e vá em direção a Ele”.(Mc 8,34)

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