Leniéverson Azeredo Gomes
Segunda e terça, dessa semana, os evangelhos litúrgicos
colocaram até nós, a passagem do Jovem Rico (Mt 19, 16-30). O texto escrito em
forma de parábola é emblemática, no sentido de que nos ajuda a entender a forma
com a qual Jesus deseja que O sigamos. Em primeiro lugar, o evangelista Mateus,
se preocupa em manter no versículo a palavra Rabi, que significa, “Mestre”.
De fato, o jovem rico que se aproximou de Jesus, compreendia
que o Filho de Deus, era um líder cheio de sabedoria, mas se mostrava repleto
de dúvidas, como se revela, logo de cara, na primeira pergunta: “Mestre, que
devo fazer de bom para possuir a vida eterna? (v 16)” E ele, o Jovem Rico,
recebeu atentamente a resposta de Cristo: “Por que me perguntas sobre o que é
bom? Um só é o Bom. Se queres entrar na vida, observa os mandamentos” (v.17). O
jovem demonstrava interesse pela Verdade revelada. Cristo o ensinava, também
que, além de seguir os mandamentos, para se ter a vida eterna, o jovem rico
teria que “ir, vender tudo o que ele tinha, dar o dinheiro dele aos pobres para
ter um tesouro no céu, assim ele poderia seguí-lo”(v. 21). O moço rico seguia
os mandamentos, segundo ele mesmo afirmava, mas não queria se desprender dos
bens materiais, por isso entristeceu-se com a fala do Mestre.
Quando Cristo falou ao jovem rico as expressões do
tipo “vender tudo o que tem” e “dar dinheiro aos pobres”, recordou de forma subentendida sobre a “não possibilidade
de servir a dois Senhores”, “porque ou odiará a um e amará o outro, ou
dedicar-se á um e desprezará o outro” (Mt 6,24).
Tanto o Novo, quanto o Antigo Testamento, não fala
que é errado ter posses ou acumular riquezas, apenas aponta sobre o fato de o
ser humano, não se deixar escravizar pelo capital adquirido. Este Blog, há
alguns meses, publicou um post chamado “Servir
a Deus de Israel ou o Deus Mamom (Dinheiro)?”, onde foi pontuado que muitas
seitas, ao invés de levar a imagem de um Deus que é Pai, cujo nome está sobre
todos os nomes e a quem devemos servir, levam a imagem de um Deus supermercado,
onde tem-se a nítida sensação de que Ele deve nos servir todo o tempo e a todo
instante. É o raciocínio herético da Teologia da Pro$peridade.
Devemos nos recordar que, na passagem do Rico e o
Pobre Lázaro (Lc 16,19-31), o que tinha mais posses, quando morreu queria ser
tratado da mesma forma, quando estava em meio aos vivos. Mas ele, o rico, só
dava migalhas a um pobre chamado Lázaro. A sua conduta de avareza, egoísmo e uma
postura não altruísta. O Rico, descrito na passagem, sofreu as consequências do
Juízo Final (Mt 25, 31-46), afinal ao Lazaro, não deu de comer, não deu de
beber, não deu acolhimento, não deu de vestir, dentre outras coisas.
A pedagogia cristã sempre se voltará para a
abnegação, ou seja, para a renúncia de si mesmo, dos excessos e das amarras. Observem
que “Todo aquele que tiver deixado casas, irmãos, irmã, pai, filhos, campos, [bens materiais, acréscimo do blog] por
causa do nome de Cristo, receberá 100 vezes mais” (Mt 19,29).Por isso que “é
mais fácil um camelo entrar pelo buraco de uma agulha, do que um rico ingressar
no Reino de Deus” (Mt 19, 24), devido ao fato de que para o que tem posses, não
é prioridade “buscar primeiro o Governo Divino” (Mt 6,33).
Concluindo, se querem seguir Jesus, “abandone a si
mesmo, tome a sua cruz e vá em direção a Ele”.(Mc 8,34)
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