Expliquei ao
jornalista o que entendo por catequese cristã. É a certeza de que Deus se
importa conosco e de que devemos nos importar com a sua obra.
Um cristão só se torna
importante quando se importa e quando abre a porta que dá para o mundo. Não se
fecha, abre-se. Não se isola: participa. Não se deixa encurralar e sitiar e
também não sitia nem encurrala. Dialoga e importa-se. Não crucifica,
descrucifica!
Uma Igreja que se importa com o
casal, com as crianças, com os jovens, com os adolescentes, com os anciãos, com
os pobres e com o futuro do seu povo torna-se uma igreja importante: importante
porque se importa!
Igrejas tornam-se interessantes
quando se interessam e se mostram interessadas na sorte dos mais sofridos. Só
pode falar de eternidade uma Igreja que tem tempo para quem precisa de seu
tempo.
O repórter disse que gostava
dos meus trocadilhos. Sorri e disse-lhe que brinquei com as palavras, mas não
com a catequese. O cerne da questão é exatamente esse: interessar-se,
importar-se, tentar entender e compreender, saber ler os sinais dos tempos.
Isto, só se consegue quando se tem um coração atento e atencioso.
Ele agradeceu pela entrevista. Eu agradeci pela oportunidade que me dava de falar a milhares de pessoas. Emprestou-me a sua cultura de repórter, homem que busca a notícia e emprestei-lhe a minha cultura de sacerdote, homem que a analisa. Ele se importa e eu também. De certa forma, somos pessoas importantes. Importamo-nos!
Padre Zezinho, scj.
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