terça-feira, 14 de dezembro de 2010

Ateus brasileiros buscam visibilidade com propaganda inverossímil

Fonte: Ecclesia Una

Os insensatos que fizeram do ateísmo bandeira de luta têm promovido um forte movimento antirreligioso recentemente. É a reação da modernidade ao mistério do Natal, do Deus que se encarna por amor, do Criador que se revela e redime a humanidade pecadora.

Há algum tempo noticiávamos a manifestação do ateísmo militante na Europa, onda que fazia uma forte propaganda anticristã nos transportes das cidades do Velho Mundo. Provavelmente Deus não existe, dizia o anúncio. Pare de preocupar-se e aproveite a vida. Agora é a vez dos ateus brasileiros polemizarem. Reunidos na Associação Brasileira de Ateus e Agnósticos, os militantes alardeavam uma comparação entre dois personagens da história do século XX: Adolf Hitler, líder do nazismo alemão, e Charlie Chaplin, famoso ator norte-americano. Abaixo da foto de Chaplin escreveram: “não acredita em Deus”; abaixo da de Hitler, “acredita em Deus”. E a mensagem está no alto da propaganda: Religião não define caráter.

Talvez o maior problema destes ateus militantes – religiosos que creem no absurdo – é o enorme esforço que fazem para construir analogias enganosas ou mal explicadas, todas a serviço do proselitismo dos descrentes. Poderíamos simplesmente imaginar como era católico Adolf Hitler, que planejava até mesmo sequestrar o Papa Pio XII, ou seríamos convidados a pensar na fúria que sentiu o führer alemão ao ver a publicação da Mit Brennender Sorge, de Pio XI, que condenava os erros do nazismo e desqualificava totalmente a ideologia totalitária liderada pelo genocida antissemita. Pode até ser verdade que Hitler acreditava em Deus; mas se ele o fazia, não era apoiado na moralidade tradicional que assassinava os judeus e os enviava aos campos de concentração.

Era baseado em que, então, que Hitler se fazia genocida? À semelhança de Pol Pot, Mao Tsé-Tung, Josef Stalin e tantos ditadores comunistas que governaram o mundo no século XX, todos os crimes eram fruto de uma pestilenta mentalidade revolucionária: ascenderemos ao paraíso – ou melhor, formá-lo-emos já aqui na terra - e, para fazê-lo, é lícita a prática de qualquer ato criminoso. O resultado foram pilhas de cadáveres. Aqueles que impediam a construção de um Céu que os loucos visionários comunistas já vislumbram eram todos extirpados. Nunca na história se havia presenciado um espetáculo tão cruel e assustador.

E este espetáculo é o fruto de uma doutrina já antes concebida, o comunismo ateu. E caracterizamo-lo como ateu porque é elemento essencial do pensamento marxista a crença no materialismo e a extinção de uma moralidade superior aos indivíduos. A guerra dos revolucionários marxistas era uma batalha também contra a religião. Ela seria, segundo Marx, o ópio do povo. (A história, por fim, mostrou que o comunismo é que era, de fato, o ópio do povo.) Mas esta batalha teve consequências trágicas. A pergunta de Dostoiévski permanece, por isso, atual para a modernidade: “Se Deus morreu, então tudo é permitido?” A experiência vivida pela humanidade no último século aponta para uma história de safadeza, desonestidade, covardia e sangue.

Colocar Charlie Chaplin como símbolo de luta dos militantes ateus do nosso século não faz sentido nenhum. Seria deveras coerente estampar nos ônibus a foto dos descrentes que verdadeiramente militaram a favor do ateísmo e, além disso, mudar a foto de Hitler para a de um cristão ou crente verdadeiramente compromissado com os princípios religiosos que professava. A sugestão de Fernando de Barros e Silva, que escreve na Folha de S. Paulo, soa interessante: de um lado, coloquemos Madre Teresa de Calcutá, crente, e de outro, Stalin, o ateu. O objetivo da propaganda seria modificado, mas a nova situação seria assaz verossímil.

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