Porto Príncipe (Agência Fides) – No Haiti, depois de seis meses do terremoto, existem ainda cerca de 2 milhões de pessoas que vivem nas ruas. Cerca de 1.300 tendas de emergência, tornaram-se morada fixa de muitas pessoas. São 600 mil os sem-teto longe das áreas de residência que ainda dependem das agências humanitárias. Todos lutam pela sobrevivência. As crianças estão desnutridas, é preciso higiene e assistência médica de base. Além disso, faltam eletricidade e água potável. Um quadro desolador da situação foi reiterado nas últimas horas pelas agências internacionais empenhadas no local do terremoto que matou 230.000 haitianos. Estas agências internacionais continuam fornecendo água e serviços de saúde a milhares de deslocados.
Foi enviada à Agência Fides uma nota da Caritas do Haiti, onde Dom Pierre-André Dumas, Presidente desta instituição, junto com a Caritas Internacional declararam que conseguiram ajudar mais de 2,3 milhões de haitianos. “A Caritas – disse Dom Dumas – forneceu água, comida, alojamento de emergência, primeiros socorros e ajudas necessárias e urgentes no valor de 46.8 milhões de dólares USD (cerca de 37.4 milhões de euros). São cerca de 1 milhão e quinhentos mil pessoas que recebem ajuda e quase 400.000 pessoas estão registradas no programa de assistência médica”.
O responsável para o Haiti da Cruz Vermelha, Alastair Burnett, afirmou: “o que estamos fazendo não poderá durar par sempre. Não temos recursos infinitos”. Burnett sublinhou que a higiene é um problema muito mais amplo da reconstrução urbana, que vai além da capacidade e da competência da agência humanitárias.
Um relatório do senador estadunidense John Kerry, Presidente da Comissão das Relações Exteriores, indica a falta de liderança, os desacordos entre os doadores e a desorganização, como as razões fundamentais porque muitos haitianos não receberam ainda a ajuda que deve ser dada. “A reconstrução foi colocada em dúvida. Os escombros estão ainda espalhados pelas ruas, a maior parte dos edifícios está danificada e muitas tendas estão em precárias condições, estão em todo lugar. Um emblema é o palácio presidencial que permanece ainda nas ruínas, sem algum sinal de reconstrução” – lê-se no relatório do Senado dos E.U.A.
Também a Caritas está organizando planos de reconstrução para os próximos cinco anos. Dom Óscar Andrés Cardinal Rodríguez Maradiaga, S.D.B., Presidente da Caritas Internacional, propôs uma reflexão intitulada “A oportunidade de construir um Haiti melhor” dentro do relatório elaborado pela Caritas Internacional “Nova Esperança para o Haiti, após seis meses do terremoto”, onde pede a todos para que apóiem a iniciativa de reconstrução do país porque faltam escolas, casas e muitas outras coisas. “Ainda hoje, muitas pessoas na capital e também nos arredores precisa de ajudas, devemos pensar em sua saúde, em sua alimentação e também pensar na educação. Não podemos nos esquecer do Haiti”. (CE) (Agência Fides, 10/07/2010)
Links:
Relatório da Caritas Internationalis
http://www.caritas.org/includes/pdf/HaitiSixMonths.pdf
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