Do site Wikipedia
São Domingos de Gusmão |
Filho de Joana de Aza e Félix
de Gusmão, Domingos nasceu, em 24 de junho de 1170, na zona de fronteira do
Reino de Castela. Seus pais pertenciam à pequena nobreza guerreira, encarregue
de assegurar as praças militares da fronteira com o sul dominado ainda pelos
muçulmanos.
Domingos, que teve desde cedo
inclinação para a vida religiosa, vai em 1189 estudar para Palência,
tornando-se, após a conclusão dos estudos membro em 1196, do cabido da sua
Diocese natal, Osma.
Em 1203, o rei de Castela
solicita ao bispo de Osma que este fosse negociar e trazer uma princesa da
Dinamarca para se tornar esposa do seu filho, tendo Domingos sido companheiro
de viagem do seu bispo, Diogo. Durante a viagem, Domingos ficou para sempre
impressionado com o desconhecimento da doutrina cristã dos povos da Europa do
norte, tornando-se-lhe evidente que se tornava necessário ir evangelizar
aqueles povos, em especial um com que certamente contactou, os cumanos.
Em 1205, Domingos e Diogo, para
conclusão do objetivo inicial, realizaram nova missão ao norte da Europa, tendo
também efetuado uma peregrinação a Roma e a Cister. No sul de França, junto a
Montpellier, encontraram legados do Papa que pregavam contra as heresias dos
Albigenses e Cátaros. Estes dois grupos, defendiam uma vida apostólica, baseada
na vida de Cristo e dos primeiros apóstolos. Um modo de vida simples, sem
hierarquias que em tudo contrastava com o cerimonial, as hierarquias e poder
financeiro e político de grande parte das estruturas da Igreja do seu tempo.
Tiveram grande adesão popular em virtude do seu carisma e honestidade de vida.
No entanto, tornaram-se heréticos, ao defenderem ideias contrárias aos
fundamentos da Igreja, razão pela qual o Papa entendeu intervir, enviando
delegados seus por forma a catequizar, pregar, converter e denunciar os erros
dos heréticos.
Diogo e Domingos, perante a
evidência das dificuldades sentidas na missão dos legados papais, convencem-nos
a adotar uma estratégia de simplicidade ao estilo apostólico e mendicante, pois
que os Legados, até aí, deslocavam-se com grande pompa, criados, e riquezas. Os
Legados deixam-se convencer, despachando para casa tudo o que fosse supérfluo,
na condição que Diogo e Domingos os acompanhassem e os dirigissem na missão. O
que estes fizeram. O Papa Inocêncio III, descobrindo virtudes nesta nova forma
de pregação, aprova a mesma e manda Diogo e Domingos para a “santa pregação”.
Diogo, sendo bispo, por razão das suas responsabilidades e não podendo ficar
muito mais tempo naquela região, regressou à sua diocese, falecendo pouco tempo
depois. Domingos continuou na região, muitas vezes sozinho.
A pregação e o início da Ordem
Em 1206, um grupo de mulheres
por si convertida do catarismo pedem-lhe apoio e ele encontra uma casa para
elas morarem em Prouille, dá-lhes uma regra de vida, simples, de oração e
reclusão, no que veio a ser a primeira comunidade religiosa dominicana de
monjas de clausura. Domingos encarava esta comunidade como “ponto de apoio à
santa pregação”, pois que aquelas religiosas, por intermédio da oração, seriam
o apoio dos pregadores. Em 1208 encontra-se completamente sozinho na missão de
pregar pelas localidades do sul de França. Em 1210 está na região de Toulouse,
palco de violentos combates entre senhores feudais e heréticos cátaros.
Em 1214 está em Carcassonne
onde assiste a duras batalhas entre as duas partes e onde começa a juntar um
pequeno grupo de companheiros que com ele adoptam a vida de pregadores
itinerantes. No mesmo ano, torna-se pároco de Fanjeaux, localidade junto a
Prouille e à sua comunidade feminina.
Em 1215, em Toulouse adopta uma
regra de vida para a sua comunidade de pregadores, obtendo a aprovação do Bispo
local. No entanto, o seu objectivo era criar uma ordem religiosa que não
ficasse restrita a uma local, a uma diocese, mas sim que tivesse um mandato
geral, por forma a poder actuar em todos os territórios onde fosse necessário a
evangelização. Dirige-se nesse mesmo ano a Roma, onde decorria o Concílio de
Latrão por forma a obter o reconhecimento da sua Ordem. No entanto, o concílio,
perante tantos e diferentes novos movimentos que surgiram um pouco por todo
lado, e por forma a evitar a anarquia, decide proibir que sejam aceites novas
ordens religiosas.
Aconselhado pelo Papa, e de
regresso a Toulouse, Domingos e os seus companheiros estudam as várias Regras
de vida religiosa já existentes e optam pela Regra de Santo Agostinho.
Entretanto, o Papa Inocêncio III morre e Honório III torna-se Papa, sendo um
admirador e amigo de Domingos e dos seus pregadores. Em 1216, Domingos volta a
Roma com a sua Regra e a seu pedido, o Papa pede à Universidade de Paris o envio
para Toulouse de alguns professores destinados ao ensino e à pregação.
Entretanto, o Papa confirma a regra da Ordem dos Pregadores como religiosos
“totalmente dedicados ao anúncio da palavra de Deus”. Logo após o
reconhecimento da Ordem, Domingos envia os seus primeiros discípulos, dois a
dois, a fundar novas comunidades em Paris, Bolonha, Roma e a Espanha. Domingos
acreditava que apenas o estudo profundo da sagrada escritura poderia dar os
meios necessários para uma pregação eficaz. Assim, envia os seus irmãos para as
principais cidades universitárias do seu tempo, por forma a não só adquirem os
conhecimentos necessários, como para agirem e recrutarem novos membros entre as
camadas estudantis e intelectuais do seu tempo.
A fundação da Ordem
Em 1218 Domingos está em Roma,
a visitar as novas casas, dirigindo-se depois para a Península Ibérica onde um
dos seus primeiros companheiros, o português Soeiro Gomes tinha fundado algumas
casas. No principio de 1219, Domingos vai a Paris e posteriormente volta a
Itália.
Em 1220 reúne em Bolonha o
primeiro Capítulo da Ordem, fazendo-se algumas alteração às respectivas
constituições canónicas, estando presentes dezenas de frades vindos de muitos
pontos distantes da Europa. É adoptado o modelo de governo democrático, pelo
qual todos os superiores de casas são eleitos por todos os membros da
comunidade. Em 1221 funda em Roma o convento de monjas de São Sisto e realiza o
segundo Capítulo da Ordem no qual esta passou a estar organizada em
“províncias”. O modelo democrático estende-se a toda a Ordem, mediante o qual
para cada Capítulo Geral participam por direito os Priores Provinciais e
delegados eleitos por todas as comunidades, sendo que o Mestre Geral da Ordem é
também eleito. São enviados irmãos pregadores para Inglaterra, Escandinávia,
Polónia, Hungria e Alemanha.
Completamente desgastado pelo
esforço, morre a 6 de Agosto, em Bolonha. É canonizado em 1234.
Igrejas de São Domingos de
Gusmão na Bahia
Igreja da Ordem Terceira de São
Domingos de Gusmão: construção de 1731, com fachada em estilo rococó. Em
Salvador, Bahia, Brasil. Igreja de São Domingos de Gusmão, Niterói, Gragoatá.
desde do tempo do império. Existe uma cidade na paraíba com o nome de São
Domingos, em homenagem a São Domingos de Gusmão e se comemora no dia 08 de
agosto o dia do padroeiro.
Nenhum comentário:
Postar um comentário