terça-feira, 5 de junho de 2012

A íntegra do texto do documento da Congregação para a Doutrina da Fé sobre a freira.


Rádio Vaticano


A Congregação para a Doutrina da Fé acaba de publicar uma Notificação sobre a obra de uma religiosa americana, sublinhando os pontos em que a autora se coloca em aberto contraste com o magistério da Igreja Católica, no que diz respeito à masturbação, aos atos homossexuais, às uniões homossexuais, à indissolubilidade do matrimónio e ao problema do divórcio e e de segunda união. Trata-se da Irmã Margaret Fraley (da congregação religiosa americana das Irmãs da Misericórdia) e da obra “Basta amar. Um enquadramento para a Ética Sexual Cristã”, publicada em 2006, em Nova Iorque.

Após repetidos contatos, desde março de 2010, através das suas superioras, com a autora da obra, e a interpretação por ela fornecida sobre os seus escritos, a Congregação para a Doutrina da Fé, exprime agora “profundo pesar por um membro de um Instituto de Vida Consagrada afirmar posições em direto contaste com a doutrina católica no âmbito da moral sexual”e previne os fiéis de que a referida obra “não é conforme à doutrina da Igreja, não podendo portanto ser utilizada como válida expressão da doutrina católica nem para a direção espiritual e formação, nem para o diálogo ecuménico e inter-religioso”.

A íntegra do texto do documento da Congregação para a Doutrina da Fé

Notificação sobre o livro "Just Love. A Framework for Christian Sexual Ethics", Irmã Margaret A. Farley, R.S.M.

Introdução

A Congregação para a Doutrina da Fé, depois de um primeiro exame do livro da Irmã Margaret A. Farley, R.S.M., Just Love. A Framework for Christian Sexual Ethics (New York: Continuum, 2006), endereçou à autora por meio dos bons ofícios de Irmã Mary Waskowiak, então Superiora Geral das Sisters of Mercy of the Americas, com carta de 29 de março de 2010, uma avaliação preliminar abrangente, indicando os problemas doutrinais presentes no texto. A resposta de 28 de outubro de 2010, enviada pela Irmã Farley, não foi suficiente para esclarecer os problemas indicados. Como o caso se referisse a erros doutrinários presentes num livro cuja publicação se revelara causa de confusão entre os fiéis, a Congregação decidiu empreender um “exame para casos de urgência”, segundo o Regulamento para o exame doutrinal (cf. cap. IV, art. 23-27).

A propósito, depois da avaliação feita por uma Comissão de especialistas (cf. art. 24), a Sessão Ordinária da Congregação, em data de 8 de junho de 2011 confirmou que o livro em questão continha proposições errôneas, e que a sua divulgação implicava riscos de graves danos aos fiéis. Sucessivamente, com carta de 5 de julho de 2011, foi transmitida à Irmã Waskowiak a lista das proposições errôneas, pedindo que quisesse convidar a Irmã Farley a corrigir as teses inaceitáveis contidas no seu livro (cf. art. 25-26).

Com carta de 3 de outubro de 2011, a Irmã Patrícia McDermott, que entrementes se sucedera à Irmã Mary Wakowiak como Superiora Geral das Sisters of Mercy of the Americas, transmitiu à Congregação a resposta da Irmã Farley, acompanhada pelo próprio parecer e do de Irmã Waskowiak, em conformidade com o art. 27 do supracitado Regolamento. Esta resposta, avaliada pela Comissão de especialistas, foi submetida à Sessão Ordinária para discernimento, aos 14 de dezembro de 2011. Em tal ocasião, considerando que a resposta da Irmã Farley não esclarecia adequadamente os graves problemas contidos no seu livro, tomou-se a decisão de proceder à publicação desta Notificação.

1. Problemas de caráter geral

A Autora não apresenta uma compreensão correta do papel do Magistério da Igreja como ensinamento autorizado dos Bispos em comunhão com o Sucessor de Pedro, que guia a compreensão sempre mais profunda, por parte da Igreja, da Palavra de Deus, como se encontra na Sagrada Escritura, e transmitida fielmente pela tradição viva da Igreja. Ao tratar de argumentos de caráter moral, Irmã Farley ou ignora o ensinamento constante do Magistério ou, quando o menciona ocasionalmente, o trata como uma opinião entre outras. Uma tal posição não pode ser justificada de modo algum, nem mesmo ao interno de uma prospectiva ecumênica que a Autora deseja promover. Irmã Farley revela outrossim uma compreensão defeituosa da natureza objetiva da lei moral natural, escolhendo antes de argumentar partindo de conclusões seletas de determinadas correntes filosóficas ou com a sua própria compreensão da “experiência contemporânea”. Um tal modo de tratar não é conforme à genuína teologia católica.

2. Problemas específicos

Dentre os numerosos erros e ambigüidades do livro, é mister chamar a atenção para as posições a respeito da masturbação, dos atos homossexuais, das uniões homossexuais, da indissolubilidade do matrimônio e do problema do divórcio e das segundas núpcias.

Masturbação

Irmã Farley escreve: “A masturbação (...) geralmente não comporta nenhum problema de caráter moral. (...) Este é sem dúvida o caso de muitas mulheres que (...) encontraram um grande bem no prazer buscado consigo mesmas – e talvez exatamente na descoberta das suas próprias possibilidades em relação ao prazer -, algo que muitas nem tinham experimentado e nem mesmo conhecido no tocante às suas relações sexuais ordinárias com maridos ou amantes. Neste sentido, é possível afirmar que a masturbação de fato favorece as relações muito mais do que as obstacula. Por isso a minha observação conclusiva é que os critérios da justiça, assim como os apresentei até agora, pareceriam aplicáveis à escolha de provar prazer sexual auto-erótico somente enquanto esta atividade pode favorecer ou danificar, mantém ou limita, o bem-estar e a liberdade de espírito. E esta resta amplamente uma questão de caráter empírico, não moral” (p. 236).

Estas afirmações não são conformes à doutrina católica: “Na linha duma tradição constante, tanto o Magistério da Igreja como o sentido moral dos fiéis têm afirmado sem hesitação que a masturbação é um ato intrínseca e gravemente desordenado». «Seja qual for o motivo, o uso deliberado da faculdade sexual fora das normais relações conjugais contradiz a finalidade da mesma». O prazer sexual é ali procurado fora da «relação sexual requerida pela ordem moral, que é aquela que realiza, no contexto dum amor verdadeiro, o sentido integral da doação mútua e da procriação humana. Para formar um juízo justo sobre a responsabilidade moral dos sujeitos, e para orientar a ação pastoral, deverá ter-se em conta a imaturidade afetiva, a força de hábitos contraídos, o estado de angústia e outros fatores psíquicos ou sociais que podem atenuar, ou até reduzir ao mínimo, a culpabilidade moral.”

Atos homossexuais

Irmã Farley escreve: “Do meu ponto de vista (...), as relações homossexuais o os atos homossexuais podem ser justificados, de acordo com a mesma ética sexual, exatamente como as relações e os atos heterossexuais. Por isso, as pessoas com inclinações homossexuais, assim como os seus respectivos atos, podem e devem ser respeitados, indiferentemente de haver ou não a alternativa de serem diferentes” (p. 295).

Tal posição não é aceitável. A Igreja Católica, de fato, distingue entre pessoas com tendências homossexuais e atos homossexuais. Quanto às pessoas com tendências homossexuais, o Catecismo da Igreja Católica ensina que as mesmas devem ser acolhidas “com respeito, compaixão e delicadeza. Evitar-se-á, em relação a eles, qualquer sinal de discriminação injusta”. No entanto, quanto aos atos homossexuais o Catecismo afirma: “Apoiando-se na Sagrada Escritura, que os apresenta como depravações graves a Tradição sempre declarou que «os atos de homossexualidade são intrinsecamente desordenados. São contrários à lei natural, fecham o ato sexual ao dom da vida, não procedem duma verdadeira complementaridade afetiva sexual, não podem, em caso algum, ser aprovados”.

Uniões homossexuais

Irmã Farley escreve: “Legislações sobre a não discriminação dos homossexuais, como também sobre os casais de fato, as uniões civis e os matrimônios gay, podem ter um papel importante na transformação do ódio, da marginalização e da estigmatização de gays e lésbicas, o que se reforça ainda hoje com ensinamentos a respeito do sexo “contra a natureza”, desejo desordenado ou amor perigoso. (...) Uma das questões mais urgentes do momento, diante da opinião pública dos Estados Unidos, é o matrimônio entre pessoas do mesmo sexo – equivale a dizer a concessão de um reconhecimento social e de uma qualificação jurídica às uniões homossexuais, sejam masculinas ou femininas, comparáveis às uniões entre heterossexuais” (p. 293).

Tal posição é oposta ao ensinamento do Magistério: “A Igreja ensina que o respeito para com as pessoas homossexuais não pode levar, de modo nenhum, à aprovação do comportamento homossexual ou ao reconhecimento legal das uniões homossexuais. O bem comum exige que as leis reconheçam, favoreçam e protejam a união matrimonial como base da família, célula primária da sociedade. Reconhecer legalmente as uniões homossexuais ou equipará-las ao matrimônio, significaria, não só aprovar um comportamento errado, com a consequência de convertê-lo num modelo para a sociedade atual, mas também ofuscar valores fundamentais que fazem parte do patrimônio comum da humanidade. A Igreja não pode abdicar de defender tais valores, para o bem dos homens e de toda a sociedade”. “Em defesa da legalização das uniões homossexuais não se pode invocar o princípio do respeito e da não discriminação de quem quer que seja. Uma distinção entre pessoas ou a negação de um reconhecimento ou de uma prestação social só são inaceitáveis quando contrárias à justiça. Não atribuir o estatuto social e jurídico de matrimônio a formas de vida que não são nem podem ser matrimoniais, não é contra a justiça; antes, é uma sua exigência”.

Indissolubilidade do matrimônio

Irmã Farley escreve: “A minha posição pessoal é que o empenho matrimonial seja sujeito à dissolução pelas mesmas razões fundamentais pelas quais todo empenho permanente, extremamente grave e quase incondicionado, pode cessar de exigir um vínculo. Isto implica que existam de fato situações nas quais as coisas mudaram demais – um ou os dois partner mudaram, a relação entre eles mudou, a razão original do seu compromisso recíproco parece completamente extinta. O sentido de um compromisso permanente é ademais exatamente aquele de vincular a despeito de todas as mudanças que podem aparecer. Mas é possível de sustentá-lo sempre? É possível sustentá-lo apesar de mudanças radicais e imprevistas? A minha resposta é: às vezes não é possível. Às vezes a obrigação pode ser desfeita e o compromisso pode ser legitimamente modificado”(págs. 304-305).

Uma opinião semelhante está em contradição com a doutrina católica sobre a indissolubilidade do matrimônio: “Pela sua própria natureza, o amor conjugal exige dos esposos uma fidelidade inviolável. Esta é uma consequência da doação de si mesmos que os esposos fazem um ao outro. O amor quer ser definitivo. Não pode ser «até nova ordem». «Esta união íntima, enquanto doação recíproca de duas pessoas, tal como o bem dos filhos, exigem a inteira fidelidade dos cônjuges e reclamam a sua união indissolúvel». O motivo mais profundo encontra-se na fidelidade de Deus à sua aliança, de Cristo à sua Igreja. Pelo sacramento do Matrimônio, os esposos ficam habilitados a representar esta fidelidade e a dar testemunho dela. Pelo sacramento, a indissolubilidade do Matrimônio adquire um sentido novo e mais profundo. O Senhor Jesus insistiu na intenção original do Criador, que queria um matrimônio indissolúvel. E abrogou as tolerâncias que se tinham infiltrado na antiga Lei. Entre batizados, o matrimônio rato e consumado não pode ser dissolvido por nenhum poder humano, nem por nenhuma causa, além da morte”.

Divórcio e segundas núpcias

Irmã Farley escreve: “Se há filhos do matrimônio, os ex-cônjuges deverão ajudar-se reciprocamente por anos, talvez por toda a vida, no projeto familiar empreendido. De qualquer modo, as vidas de duas pessoas uma vez casadas continuam marcadas pela experiência do matrimônio. A profundidade daquilo que resta admite graus, mas algo resta. No entanto, aquilo que resta impede um segundo matrimônio? Acho que não. Qualquer tipo de obrigação que implique um empenho não deve incluir a proibição de um novo matrimônio – pelo menos não tanto quanto a ligação atual entre os esposos resulte numa tal proibição para quem continua vivo depois da morte do cônjuge” (p. 310).

Tal visão contradiz a doutrina católica que exclui a possibilidade de segundas núpcias depois de um divórcio: “Hoje em dia e em muitos países, são numerosos os católicos que recorrem ao divórcio, em conformidade com as leis civis, e que contraem civilmente uma nova união. A Igreja mantém, por fidelidade à palavra de Jesus Cristo («quem repudia a sua mulher e casa com outra comete adultério em relação à primeira; e se uma mulher repudia o seu marido e casa com outro, comete adultério»: Mc 10, 11-12), que não pode reconhecer como válida uma nova união, se o primeiro Matrimônio foi válido. Se os divorciados se casam civilmente, ficam numa situação objetivamente contrária à lei de Deus. Por isso, não podem aproximar-se da comunhão eucarística, enquanto persistir tal situação. Pelo mesmo motivo, ficam impedidos de exercer certas responsabilidades eclesiais. A reconciliação, por meio do sacramento da Penitência, só pode ser dada àqueles que se arrependerem de ter violado o sinal da Aliança e da fidelidade a Cristo e se comprometerem a viver em continência completa.”

Conclusão

Com esta Notificação, a Congregação para a Doutrina da Fé expressa profundo pesar pelo fato de que um membro de um Instituto de Vida Consagrada, a Irmã Margaret A. Farley, R.S.M., afirme posições em contraste direto com a doutrina católica no âmbito da moral sexual. A Congregação previne os fiéis de que o livro Just Love. A Framework for Christian Sexual Ethics não é conforme à doutrina da Igreja e portanto não pode ser utilizado como válida expressão da doutrina católica nem para a direção espiritual e formação, nem para o diálogo ecumênico e inter-religioso. A Congregação deseja além disso encorajar os teólogos a fim de que prossigam na tarefa do estudo e do ensinamento da teologia moral em plena conformidade com os princípios da doutrina católica.

O Sumo Pontífice Bento XVI, durante a Audiência concedida ao abaixo assinado Cardeal Prefeito, em data de 16 de março de 2012 aprovou a presente Notificação, decidida na Sessão Ordinária desta Congregação em data de 14 de março de 2012, e mandou que se publicasse.

Roma, da Sede da Congregação para a Doutrina da Fé, 30 de março de 2012.

William Cardeal Levada
Prefeito

+ Luís F. Ladaria, S.I.
Arcebispo tit. de Thibica
Secretário

Vaticano critica freira por defender masturbação e homossexualidade em livro




Do site Notícias Cristãs e o blogueiro comenta


O Vaticano condenou oficialmente nesta segunda-feira o livro da religiosa americana Margaret A. Farley (foto) por sua tolerância à união homossexual, à masturbação e ao divórcio seguido de um novo matrimônio.
Em nota oficial, a Congregação para a Doutrina da Fé solicitou aos católicos que não consultem o livro "Just Love. A Framework for Christian Sexual Ethics" ("Apenas Amor. Estrutura da Ética Sexual dos Cristãos", em tradução livre) porque, segundo o comunicado, não corresponde à posição da Igreja.
"Não está em conformidade com a doutrina da Igreja", destacou a nota divulgada pela assessoria de imprensa da Santa Sé. Para a congregação, o livro, publicado em 2006, contém "erros doutrinais cuja publicação causou confusão entre os fiéis", razão pela qual decidiu realizar um posterior "exame com procedimento urgente", que confirmou que suas "proposições são errôneas".
As autoridades do Vaticano solicitaram a Farley, em uma carta de 5 de julho de 2011, que corrija "as teses inaceitáveis" de seu livro, o que não aceitou fazer.
A religiosa, professora de ética, defende a masturbação, que permite "às mulheres descobrir sua própria capacidade para o prazer, algo que algumas não descobriram e nem sequer conheceram em suas relações sexuais cotidianas com seus maridos ou amantes", escreveu.
"A masturbação geralmente não implica nenhum problema de caráter moral", argumenta.
Sobre a homossexualidade, a freira, que apoia o casamento entre pessoas do mesmo sexo, pede que tais relações sejam respeitadas e considera que as pessoas devem "ter a possibilidade de a escolher ou não".
Em relação ao divórcio, Farley diz que, diante das transformações "inesperadas" vividas pela sociedade e pelos casais, a "indissolubilidade do matrimônio" pode ser colocada em questão.
Às vezes, o casamento pode "se dissolver" e o compromisso para toda a vida "mudar de maneira legítima", afirma a religiosa. A freira explica que casais com filhos ficam marcados para sempre pela experiência, mas isso não implica "a proibição de um novo matrimônio".
Diante das posturas liberais da freira, as autoridades da Igreja católica citaram cada um dos pontos abordados e se referiram ao catecismo e aos Evangelhos para rebater tais posicionamentos.
"A masturbação é um ato inerente e gravemente desordenado", reitera a Santa Sé, que recorda que "o uso deliberado da capacidade sexual fora das relações conjugais normais contradiz sua finalidade, seja qual for o motivo que o determine".
A condenação do Vaticano foi aprovada pelo papa Bento XVI.
Na sexta-feira passada, o Conselho Nacional da Conferência de Líderes de Mulheres Religiosas (LCWR, na sigla em inglês), que conta com 1.500 delegadas para representar 57.000 freiras, criticou a condenação do Vaticano, que qualificou como "sem fundamento" e fruto de "um processo obsoleto".
Frente ao protesto, o Vaticano divulgou a nota de quatro páginas em cinco idiomas.

Comentário do Blog: Como disse no post anterior, como fica a questão da fidelidade a igreja?Vai pro lixo?E mais, aqui no Brasil, livros que falam de forma fiel a doutrina da igreja, leva o imprimatur ou seja a autorização de um bispo ou de autoridade competente.No proximo post, o blogueiro irá colocar o que o Vaticano disse.

Freiras criticam relatório do Vaticano, chamando-o de infundado e causador de escândalo


Por Michelle Boorstein
Washington Post

Alguns membros da Conferência de Mulheres Religiosas
dos Estados  Unidos

Depois de uma reunião especial nesta semana em Washington, o Conselho de 21 membros de liderança da Conferência de Mulheres religiosas, emitiu uma declaração dizendo que o relatório do Vaticano é "infundado" e; que ele tem "causado escândalo e dor" e exacerbada polarização em toda a Comunidade da Igreja Católica.
O conselho da conferência, cujos membros representam a grande maioria das 57.000 freiras americanas, reuniu-se durante três dias para preparar uma resposta ao relatório Vaticano que acusa o grupo de "feminismo radical" e de comprometer publicamente a liderança dos Bispos.
A conferência que tem 1.500 membros ao todo vai se reunir em agosto para determinar mais especificamente como reagir, mas a declaração de sexta-feira foi uma reação não habitualmente corajosa, impondo a doutrina do Vaticano e parecia implicar que as mulheres podiam optar pela rebelião.
"As sanções impostas foram desproporcionais em relação às preocupações levantadas e poderiam comprometer a habilidade [das freiras] para cumprir sua missão", disse na declaração de sexta-feira.
O relatório de Abril da Congregação para a doutrina da fé, atribuído a um arcebispo de Seattle para supervisionar a "reforma" da Conferência de liderança, que inclui possivelmente a alteração do estatuto delas e quem fala em eventos do grupo.
Em questão, no relatório do Vaticano  há afirmações de que a Conferência de liderança tem se desviado demais das normas da Igreja e das prioridades dos Bispos, incluindo se manter opostas ao casamento homossexual e ao ministério de gays e lésbicas. A Conferência centrou-se muito mais em questões como a reforma da pobreza, da imigração e espiritualidade pessoal. Ele não enfatiza alguns assuntos dos quais priorizam os Bispos, incluindo combate ao mandato [do Presidente Barack Obama] na casa branca, exigindo que os empregadores providenciem contracepção em pacotes de cuidados de saúde.
Após a declaração desta sexta-feira, notaram-se dezenas de vigílias que foram realizadas em todo o país em apoio das freiras nas últimas semanas.
O Conselho de administração, disse, "acreditamos que questões de fé e justiça que capturam o coração das irmãs católicas, são claramente partilhadas por muitas pessoas ao redor do mundo. Como a Igreja e a sociedade enfrentam tempos tumultuados, o Conselho crê imperativamente que estas questões serão abordadas por toda a Comunidade-Igreja num clima de abertura, honestidade e integridade."
A declaração diz que a Presidente da Conferência, Irmã Pat Farrell e, a diretora executiva, Irmã Janet Mock, irão retornar a Roma, no dia 12 de Junho para se reunir com as autoridades sobre as preocupações das mulheres. Algumas pessoas próximas à Conferência de liderança dizem uma opção que as mulheres consideraram na reunião desta semana foi romper com sua identidade, que lhe caracteriza como um organismo aprovado de Igreja, mas que esse resultado parecia muito improvável.
A reação ao relatório do Vaticano revela as tensões atuais entre muitos católicos americanos, principalmente, como autoridades da Igreja devem participar de política partidária e quais devem ser as prioridades da Igreja. Papa Bento XVI e seu antecessor, concentraram-se em esclarecer os exigentes ensinamentos e declarações da Igreja — tais como hospitais e escolas — promover totalmente posições oficiais da Igreja, especialmente sobre sexualidade, casamento tradicional e contracepção.
Enquanto muitos católicos têm se reunido para apoiar a Conferência de liderança, outros — incluindo algumas freiras — têm comemorado o que enxergam como a repreensão adequada às mulheres acusadas de prejudicar a unidade da Igreja Católica. Relatórios demográficos recentes mostram que muitos católicos americanos vêm deixando a fé, que os especialistas mais tradicionais atribuem à confusão sobre o que a Igreja verdadeiramente ensina e uma forte inclinação nas últimas décadas no relativismo.
A vida espiritual dos membros da liderança "é mais provavelmente influenciada pelo Eneagrama e Deepak Chopra do que por Teresa de Ávila e Edith Stein," escreveu no mês passado, George Weigel, um estudioso católico. "As noções delas de ortodoxia são colocadas como gentil e suavemente inovadora; e relação delas com a autoridade da Igreja têm de ser mais adequadamente descrita como um desprezo mal escondido."
Comentário do Blog: Já passou da hora do Vaticano "Enquadrar" essas mulheres que estão desobedecendo o Magistério da Igreja.Chega a ser ridículo essas senhoras e senhoritas 'exigirem' alguma coisa. Todo padre, todo membro de congregação, seja ela feminina ou masculina, qualquer leigo que trabalhe na Igreja tem de manter fidelidade as palavras de Jesus, ao Papa e doutrina católica.A Igreja Católica tem a Congregação para os Institutos de Vida Consagrada e as Sociedades de Vida ApostólicaEste instituto que, inclusive, tem como prefeito, o brasileiro Dom João Braz Cardeal Aviz, que foi Arcebispo de Brasília, objetiva exatamente, regular todos os aspectos da vida consagrada: vida cristã, vida religiosa, vida clerical; é de caráter pessoal; não tem limites territoriais; alguns determinados assuntos de seus membros, porém, são repostos à competência de outras Congregações.Portanto, nada é solto na Igreja e essas freiras precisam ter um freio já

Dar a Deus o que é de Deus como São Bonifácio.


Leniéverson Azeredo Gomes

Xilogravura da passagem de Mc 12,13-17

Como se sabe, os fariseus eram homens versados na Lei Divina e na Lei de Moises, mas tinham muita dificuldade de aplicá-la com a misericórdia e, em outros casos, não correspondiam em atitude prática o que defendiam em suas teses. A fé deles, ou seja, dos fariseus era carregada de uma ausência de obras, apenas na disseminação de teoria.
Hoje, o evangelho do dia, Mc 12, 13-17, traz até nós, um exemplo  de como os fariseus queriam sempre colocar Jesus a prova, só que desta vez a mando de autoridades locais. No versículo 14, os fariseus começam tecendo elogios sobre o fato de que Jesus era o verdadeiro santo de Deus, não fazia distinção de pessoas e ensinava a verdade revelada às mesmas. Depois da bajulação, disparam com a pergunta: “É permitido ou não pagar imposto a César? Devemos pagar ou não?”.
Nos versículos seguintes, podemos reparar que Jesus ao ver cada vez mais, os fariseus O testarem, havia mandado que eles trouxessem uma moeda para que seja vista pelos tais entendidos da lei de Moisés. Assim, que a moeda foi trazida, Jesus perguntou aos fariseus qual imagem estava impressa na moeda e eles responderam que era de César.
Então, o Filho de Deus, prontamente argumentou: “Dai a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus”. Os tais fariseus ficaram imensamente admirados ao se depararem com tanta sabedoria, mas esta fala de Jesus não fez com que aqueles versados na Lei desistissem de arguir o Mestre.
Vamos entender como, através dessa passagem, Jesus conseguiu a admiração, mas não o convencimento definitivo da sacralidade de Cristo. Desde o princípio da história Cristã, a afirmação do “senhorio do Filho de Deus sobre o mundo e sobre a história” (Ap 11, 15) significa também o reconhecimento de que o homem não deve submeter sua liberdade pessoal, de maneira absoluta, a nenhum poder terrestre, mas somente a Deus Pai e ao Senhor Jesus Cristo: César não é “o Senhor”  - lembrem-se de Mc 12, 17. A Igreja Católica crê que “a chave, o centro e o fim de toda a história humana se encontra em seu Senhor e Mestre”. (Constituição Dogmática Gaudium et Spes 10, 2; confiram também no 45,2).
César era um imperador romano, mas não era Deus. César tinha um reino que, extrapolava territorialmente as fronteiras de Roma, mas o Reino de Jesus-Deus não era deste mundo e Ele sempre nos ensinava a buscar em “primeiro lugar o Seu reino e as outras coisas seriam acrescentadas”.(Mt 6,33)
De acordo com o artigo 2242, do Catecismo da Igreja Católica, “o cidadão é obrigado em consciência a não seguir as prescrições das autoridades civis quando estes preceitos são contrários às exigências da ordem moral, aos direitos fundamentais das pessoas ou aos ensinamentos do Evangelho. A recusa de obediência às autoridades civis, quando suas exigências às da reta consciência, funda-se na distinção – ou acepção – entre o serviço a Deus e o serviço à comunidade política”. O que o Catecismo da Igreja Católica quer nos orientar é “ mais aconselhável obedecer antes a Deus que aos homens”.(At 5,29)
Muitos santos venerados pela Igreja Católica morreram, pois, tinham por preferência obedecer mais a Deus do que autoridades humanas ditas competentes. Mas valia “morrer do que pecar”. São Bonifácio, santo alemão que liturgicamente se comemora hoje, dia 5 de junho, foi monge beneditino e um grande missionário que deu seu ‘sangue, suor e lágrimas’ pelo evangelho. 
Vitral de São Bonifácio 
Reconhecido pelo título de “Apóstolo da Alemanha” e o “Evangelizador de países como a França”, foi martirizado por pagãos armados apareceu e assassinou São Bonifácio  – leia a história de vida dele aqui- , quando era Arcebispo em uma diocese alemã, onde realizava um intenso trabalho de evangelização sobretudo com a comunidade frísia.  E você quer dar sua vida a César ou Deus? Quem é o seu Senhor? A escolha é totalmente sua.