domingo, 28 de agosto de 2011

Sou batizado como católico, mas não preciso ir à Igreja para demonstrar a minha fé.


Leniéverson Azeredo Gomes


Ninguém é uma ilha solitária em si mesma. Os primeiros cristãos entendiam muito bem isso, podendo ser verificado na narrativa dos Atos dos Apóstolos, capítulo 2, nos versículo 42,44 e 46. Os três versículos nos mostram que uma das virtudes dessa comunidade era busca pela unidade e o prazer que cada integrante tinham ao comparecer no Templo.
A palavra Igreja, retoma anaforicamente, ou seja, o parágrafo anterior, quando analisamos o seu sentido etimológico (origem da palavra).De acordo, com o livro “A Igreja do Povo de Deus, escrito pelo Frei Batistini, o termo Igreja, vem do grego Ecclesia, que significa união, reunião, assembléia religiosa do Povo de Deus. Para Batistini, ela, a Igreja é o Povo de Deus em marcha a casa do Pai.Esse povo de Deus, acrescenta Batistini são aqueles que receberam o Santo Sacramento do Batismo.
De fato, o Batismo, automaticamente, nos liga a uma rede de fiéis, obviamente, também, batizados em todo o mundo. Com efeito, dizer que, após ser batizado na Igreja Católica, pode-se viver a fé, em casa de forma solitária, sem precisar ir ao Templo Santo, é, com todas as letras, um ledo engano, pois a pessoa não fará parte do elemento visível ou do corpo de fiéis da Igreja Católica Romana.
No evangelho de São João, capitulo 17, versículos 20 seguintes, mostra Jesus exigindo pela união daqueles que acreditavam n´Ele, quando deseja que “todos sejam um, assim como o Pai, Deus, está n´Ele, Jesus, e o Pai n´Ele, de forma que, o mundo creia que tu, Deus, me enviaste..Ao implorar isso, Jesus queria dizer que, com essa união dos fíéis, resultasse em perfeição e, a partir dessa perfeição, todos pudessem ver a Shekinah – a glória concedida por Cristo.
Até mesmo, quando Jesus mandava seus discípulos e os demais seguidores em missão, os enviava de dois em dois, nunca evangelizar sozinho. Essa era sabedoria divina, quando dois ou mais estiverem em nome de Cristo, o mesmo Cristo estará no meio desses dois ou mais seguidores fiéis.
O Filho de Deus tinha esse raciocínio porque compreendia que os crentes reunidos, viviam na comunhão dos santos. De acordo com Catecismo da Igreja Católica, no parágrafo 948, a comunhão dos santos, inserida na oração do Creio, significa que a assembléia de fiéis é alimentada pelo Corpo e Sangue de Cristo a fim de crescer na comunhão do Espírito Santo (Koinonia) e comunicá-lo ao mundo, como paráclito e consolador.
Portanto, não dá para entender, porque um crente quer professar a sua fé de forma isolada, preferindo falar com Deus recluso em sua própria casa?Seria fobia social? Mas antes é preciso entender o que vem a ser isso. Segundo o Wikipedia, fobia social é, nada mais, nada menos quando o portador dessa fobia precisa interagir com outras pessoas, realizar desempenhos sob observação ou participar de atividades sociais. Tudo isso ocorre até o ponto de interferir na maneira de viver de quem a sofre.
Grosso modo, os que costumam rezar só em casa, não tem um quadro de fobia social, muito pelo contrário, trabalham em grupo, tem uma vida social bastante ativa. O problema se resume apenas a vida de fé.