sábado, 16 de fevereiro de 2013

Coluna escrita hoje por jornalista da Folha de São Paulo, abre polêmica sobre ética e respeito na atividade jornalistica ou abaixo a catolicofobia na imprensa.


Leniéverson Azeredo Gomes

Na faculdade de Comunicação Social, aquela que também habilita o profissional para ser jornalista, ensina que devemos ser éticos e respeitar o colega de trabalho. Sabem, né? Deontologia. Deveres e direitos. Sim, aprende a respeitar um ao outro, mas não se proíbe a crítica negativa, pelo menos assim me recordo.  
Nós jornalistas, temos a tendência de acharmos que podemos tudo, que somos especialistas e entendidos em tudo, que temos arsenal discursivo para escrever qualquer coisa e de qualquer forma. É uma atividade, que se não cuidarmos bem, pode desembocar e fazer com que sejamos narcisistas. Olhar para o nosso reflexo na água e apaixonar por nós mesmos.
Quando há uma legião de pessoas que batem palmas para o nosso estado narcisista, a coisa fica pior. Nós erramos, mas há sempre uma plateia que diz: “Não importa, você é o jornalista de veiculo tal e talentoso” ou “Você é inteligente, a sua fala mostra que estás antenado ou antenada como a modernidade do mundo”.
Santo Agostinho costumava dizer que “é preferível àqueles que o criticavam, porque o corrigiam, aos que o elogiavam porque o corrompiam”.
A frase agostiniana ressoa até os dias de hoje e, nos faz pensar sobre nossos atos, nossas falas, nossas posturas e como lidamos com o mundo. É verdade, que muitas vezes não nos sabemos conviver com questionamentos a que nos dirigidos.
Há no senso comum e é reverberado através da boca dos intelectuais que os jornalistas são integrantes de um 'quarto poder’, que junto com o Executivo, Legislativo e Judiciário, possuem certo crédito na praça – fato esse que é, mais ou menos, questionável se verificarmos os índices de confiança de instituições, facilmente pesquisável na internet -.
O exercício da crítica negativa a um colega de profissão requer cuidado e tecnicismo, há de se ter em mãos, fundamentos científicos e saber, muitas vezes que se pode estar pisando em “campos minados”, pois o terreno e o cenário são de guerra.
Eu, particularmente, não gostaria que alguém confiasse em mim, por eu ser jornalista, e nem por ter certa fama. Gostaria que as pessoas confiassem em mim, por eu ter apreço a responsabilidade e, sobretudo, a ética e o apego insaciável a verdade dos fatos, ou como a gente diz, o factual.
Bem, senhores e senhoras, todos sabem que o Papa Bento XVI, renunciou, não é? OK! O Santo Padre disse que tomou a decisão “em sinal de humildade e para o bem da Igreja”. A imprensa internacional e, também a brasileira, tem trocado os pés pelas mãos, dizendo uma série de bobagens sobre o assunto, que daria várias voltas ao mundo.
A mais recente pérola da cabrocha dessas alas foi escrita pela Jornalista, da Folha de São Paulo, Barbara Gancia. Com o título Bento, o Arregão , a coluna fala da renúncia do Sumo Pontífice, com um tom jocoso, calunioso e infeliz.

Na primeira linha, ela crítica o uso do latim pelo Bento XVI para comunicar ao povo sua intenção de se afastar do pontificado. O latim, caso alguns jornalistas não saibam, é a língua oficial da Igreja Católica, no Ocidente, desde o Século III. Mesmo após o Concílio Vaticano II, que permitiu o uso das línguas oficiais (vernáculas) de cada país nas santas missas ao redor do mundo, a língua não foi abolida pela Igreja. Fora que o latim é muito prestigiado no meio jurídico – sim, há muitos termos em latim -, muito usado em Trabalhos de Conclusão de Curso, em teses de Mestrado e dissertação de Doutorado, nos conceitos de Campi e Campus Universitário, ou quem nunca se pegou falando “Carpe Diem”, que ficou mais conhecida após o filme “Sociedade dos Poetas Mortos”, etc. Não sei, porque se aventa que o latim uma língua morta, se ela está presente, também, na formação das línguas portuguesa, espanhola, francesa e italiana.
A coluna ainda fala sobre supostos ilícitos o Banco Ambrosiano, de propriedade do Vaticano, caso já resolvido e explicado pela Santa Sé e questões ligadas a teologia moral, que no seu julgar simboliza uma  “ ‘impostura’ (sic) e [coisas] das trevas que  foram ‘impostas’ a ela pela herança de uma educação católica”. Além disso, o texto caracteriza os sacerdotes, como ‘malucos de batina’, dentre outros disparates.Um alento é que na parte de comentários, 90 % das pessoas rejeitou o conteúdo do texto da coluna. Aleluia!
Quando estudamos técnicas de jornalismo, aprendemos que colunas, como os artigos são textos jornalísticos opinativos, de responsabilidade de quem escreve. No caso do texto da Barbara Gancia, assim como outros escritos da mesma forma por outros profissionais, confundem o direito a liberdade de expressão, garantido pelo artigo 5º da Constituição Federal, com a liberdade de agredir e para misturar jornalismo com atos ideológicos ‘vingativos’.
É muito ruim, quando profissionais com esse tipo de comportamento tem plateia. Lembram-se da frase de Santo Agostinho colocada acima? A bajulação de colegas de profissão e, até de não jornalistas impede que profissionais percebam que não podem tudo e que existem limites. E a coisa piora, quando as empresas jornalísticas dão guarida e apoio a esse tipo de atitude que alimenta intolerância ao catolicismo.