terça-feira, 29 de março de 2011

ÁFRICA/LÍBIA - “Obrigado, Santo Padre, pelas bonitas palavras de paz”: o testemunho do Vigário Apostólico de Trípoli à Fides

Trípoli (Agência Fides) - “O apelo do Santo Padre é uma belíssima notícia, que nos conforta muito. O Papa proferiu palavras que afirmam a necessidade de reconciliação, de paz e de diálogo” – diz à Agência Fides Dom Giovanni Innocenzo Martinelli, Vigário Apostólico de Trípoli. Ontem, domingo, 27 de março, no Angelus, o Papa Bento XVI lançou um “caloroso apelo às organizações internacionais e a todos os que têm responsabilidades políticas e militares para que iniciem imediatamente um diálogo com o fim de suspender o uso de armas”. “Traduzimos em árabe o apelo do Santo Padre e hoje o transmitiremos em uma nota verbal ao Ministério do Exterior líbio, para seu conhecimento” – afirma Dom Martinelli. O Vigário Apostólico especifica que não participou da manifestação de sábado, 26 de março (veja Fides 26/3/2011), e que em todo caso, come havia antecipado à Fides, aderiria somente se fosse uma manifestação pela paz. “Não nos pediram para estar presentes” – diz Dom Martinelli. “Foi uma manifestação para reafirmar a unidade nacional da Líbia. Participaram chefes de tribos, intelectuais e outras personalidades. Não creio que as partes queiram dividir a Líbia. Por isso, reitero que é necessário o diálogo para sair da crise” – diz o Vigário Apostólico de Trípoli. Dom Martinelli também comunica que “desde ontem, diante de nossa Igreja, estão posicionados policiais com a função oficial de nos proteger. Talvez para evitar – segundo notícias – o que ocorreu na embaixada do Quatar, que foi ocupada”. O Vigário Apostólico prossegue: “A situação em Trípoli não é fácil. A gasolina está começando a escassear, é preciso enfrentar uma fila de horas nos postos para encher o tanque, é difícil comprar alimentos”. “Esta noite não ouvimos bombardeamentos. Sabemos que atacaram nas redondezas de Sirte. Nos últimos dias, houve vítimas civis. Sei que pelo menos uma pessoa morreu com um ferimento na cabeça, provavelmente em consequência de um tiro da contra-aérea explodido perto do solo” – conclui Dom Martinelli. (L.M.) (Agência Fides 28/3/2011)

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